Tópicos | Anya Taylor-Joy. suspense

O diretor M. Night Shyamalan sempre ficou à sombra do passado, por não repetir o final avassalador de O Sexto Sentido nos longas seguintes. Por mais que tentasse, as reviravoltas nunca tinham o mesmo impacto do seu primeiro filme. Em 2015, quase uma década após seu último roteiro original, ele voltou a agradar o público com A Visita, um filme independente, como se longe das grandes produções hollywoodianas, e com menos peso nos ombros, ele tivesse encontrado o melhor ambiente para se reerguer.

Por isso Fragmentado (2017), que estreia no Brasil nesta quinta-feira (23), pode ser considerado a prova de fogo nesse ressurgimento de Shyamalan, já que dessa vez temos um grande estúdio por trás e um ator em evidência em grandes blockbusters estrelando a produção. E é dando um passo à frente, mas se apegando ao passado, que o diretor e roteirista consegue voltar a boa forma.

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Na história, três adolescentes são sequestradas pelo personagem de James McAvoy (o professor Xavier da nova franquia dos X-Men) e mantidas reféns sem saber o motivo. Inicialmente apresentado como um maníaco qualquer, ele logo se mostra algo bem diferente e muito mais perigoso. O vilão tem, nada mais nada menos, do que 23 personalidades convivendo em sua mente.

O que poderia ser apenas um filme sobre cárcere privado ganha contornos sobrenaturais, baseado em uma teoria científica sobre quem sofre desse transtorno dissociativo de identidade: a de que alguns indivíduos podem mudar sua estrutura física de acordo com cada uma das personalidades. Com isso, eles teriam a habilidade de aumentar a sua força, por exemplo.

Ainda que James McAvoy não acerte em todos os personagens que interpreta, sua atuação está em um nível acima da média. Anya Taylor-Joy, que faz a antagonista do vilão, caracteriza desde a primeira cena como uma “sobrevivente”, entrega uma heroína que consegue a simpatia do espectador, seja pela força, seja pela inteligência com que lida com a situação.

Os fãs mais observadores vão notar características próprias da direção de Shyamalan, como ângulos e enquadramentos bastante usados na sua filmografia, mas também um trabalho mais ágil. Alternando as linhas temporais da história e inserindo informações sobre a doença do vilão durante o longa, Fragmentado costura um belo quebra cabeças que mantém o clima de suspense até o final.  Como qualquer obra cinematográfica, o desfecho irá proporcionar reações diferentes em cada um, porém o filme como um todo é um belo exercício de cinema fantástico.

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