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O sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enviou ao Ministério do Planejamento e à Presidência da República um pedido para participar, "no mínimo como ouvinte", das comissões de sindicância e de especialistas formalizadas na última terça-feira , 23, para apurar os erros na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013. O ASSIBGE-SN também solicitou uma reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com a presidente, Dilma Rousseff, para tratar da crise no órgão.

Em documento protocolado nesta sexta-feira (26) junto ao Ministério do Planejamento e à Presidência, o sindicato se diz preocupado com os acontecimentos recentes e defende que o erro é de responsabilidade de toda a instituição, não individual. "A delicada situação pela qual passa o IBGE exige um tratamento global, para que o instituto saia fortalecido desse processo", pontuou o ASSIBGE-SN.

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Técnicos do IBGE já haviam demonstrado desconforto com as comissões, anunciadas no dia 19 por Miriam Belchior. O maior alvo das críticas é a comissão de sindicância, cujo objetivo é identificar os responsáveis pela falha. A comissão é formada por auditores e analistas de controle, incluindo o secretário-executivo da Casa Civil, Valdir Moysés Simão, e o delegado da Polícia Federal (PF) Ricardo Hiroshi Ishida. A presença do delegado foi considerada um exagero tanto pelo sindicato quanto por especialistas usuários das pesquisas do IBGE.

A decisão do governo foi uma reação à polêmica causada após o instituto anunciar, na sexta-feira (19), um erro no tratamento dos dados da Pnad 2013, divulgada um dia antes. Após revisar as informações, o instituto revelou que, em vez de subir ligeiramente, a desigualdade de renda caiu um pouco, enquanto o rendimento médio do trabalho cresceu 3,8%, em vez dos 5,7% divulgados.

O sindicato também citou que o corpo técnico do IBGE tem muitas vezes atuado "de maneira sobrecarregada, em equipes enxutas e carentes de estrutura adequada". "Estamos vendo com muita preocupação a solução encontrada pelo governo federal para tratar a questão", diz o documento.

Após mais de dois meses de greve, a executiva nacional do sindicato de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aprovou nesta quinta-feira (7) um indicativo de retorno ao trabalho. A sinalização de que o fim da paralisação está próximo ocorre um dia após a reunião com a presidente do órgão, Wasmália Bivar, e com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, na qual a direção do IBGE se mostrou irredutível perante as reivindicações do sindicato, o ASSIBGE-SN.

"Avaliamos que devemos retornar, porque houve um impasse entre nós e a direção do IBGE. Após tantos dias em greve, encaminhamos o retorno ao trabalho", afirmou a diretora da executiva nacional do ASSIBGE-SN, Susana Drummond. A decisão final sobre o fim da greve ainda depende de votação em assembleias estaduais, que serão realizadas em 11 e 12 de agosto (segunda e terça-feira). O resultado será anunciado no dia 13, quarta-feira, de acordo com o ASSIBGE-SN. Mas o indicativo é para que os funcionários retomem suas atividades.

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Os grevistas já tinham reduzido a pauta de reivindicações e, nos últimos dias, exigiam apenas a reintegração de 181 temporários que não tiveram seus contratos renovados após aderirem à paralisação. Ontem, apesar dos esforços em chegar a um acordo sobre as dispensas, Wasmália confirmou que não há possibilidade de chamar de volta os temporários dispensados.

Em comunicado divulgado hoje, o ASSIBGE-SN informou que a plenária aprovou a participação do sindicato nos grupos de trabalho para discutir a formação de um plano de carreira no órgão, ponto acertado na reunião de ontem com a direção do instituto e com o Ministério do Planejamento, pasta à qual o IBGE é subordinado.

Sobre os temporários dispensados, o sindicato anunciou que dará "todo o suporte jurídico no andamento da ação coletiva e de eventuais ações individuais nos estados", além de garantir uma ajuda de custo de até R$ 500 a cada um. O ASSIBGE-SN também deve convocar manifestação para o dia do acordo.

A greve de servidores do IBGE, deflagrada em 26 de maio, já impediu a divulgação da taxa de desemprego para as seis principais regiões metropolitanas do País, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego. Os dados de Salvador e Porto Alegre não ficaram prontos a tempo por dois meses consecutivos, referentes a maio e junho, e até hoje não foram divulgados. A coleta das informações da Pnad Contínua está atrasada em seis estados, embora a adesão de funcionários ao movimento, no último balanço, tenha sido apontada em 8,09%. Ontem, o IBGE informou que a Diretoria de Pesquisas está realizando um levantamento para verificar o que foi prejudicado e o que está atrasado por causa da paralisação.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrenta uma nova ameaça de entrega coletiva de cargos. Chefes de agências, coordenadores e supervisores de pesquisas manifestaram em carta aberta que deixariam os cargos de chefia caso o órgão insista na rescisão do contrato de trabalhadores temporários que aderiram à paralisação de servidores, iniciada no fim de maio.

O sindicato nacional de servidores do instituto, o ASSIBGE-SN, calcula que cerca de 200 trabalhadores temporários em todo o País já tenham sido dispensados por terem aderido à greve de funcionários. A ameaça de entrega de cargos foi assinada por servidores do IBGE lotados no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Espírito Santo. O sindicato afirma ainda que trabalhadores do Distrito Federal e Bahia também articulam um movimento semelhante.

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"Trata-se de servidores com grande experiência e relevância na cadeia de comando das pesquisas. Eles querem a retomada das negociações, o atendimento da pauta emergencial de reivindicações, não aceitam as demissões e exigem a reintegração dos servidores temporários demitidos pelo IBGE", comunicou o ASSIBGE-SN, em nota.

O IBGE confirmou que os chefes das unidades nos Estados mencionados receberam manifestações coletivas contra a não renovação de contratos de trabalhadores temporários. "Até o momento, porém, não houve nenhum pedido de exoneração do cargo", assegurou o instituto.

Quanto à rescisão de alguns desses contratos, o IBGE respondeu que a questão já está sendo tratada pelo Superior Tribunal de Justiça, e que nenhuma medida adicional será tomada antes da decisão final do tribunal, que só retorna do recesso em agosto.

Na última segunda-feira, dia 14, o Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul enviou um ofício ao IBGE pedindo que o órgão interrompa imediatamente qualquer processo de demissão que seja contrário ao direito constitucional de greve. O despacho, assinado pelo procurador do Trabalho Cícero Rufino Pereira, é uma resposta a uma denúncia do sindicato dos servidores do Instituto.

O núcleo regional do sindicato alega que os chefes de unidade no MS estariam coagindo funcionários temporários em greve a comparecerem ao trabalho, sob ameaça de demissão ou rescisão de contrato. O MPT-MS informou que o ofício, enviado à direção do órgão, pede que o IBGE se manifeste sobre as acusações, caso contrário pode ajuizar uma ação contra o instituto.

A greve no IBGE já impediu a divulgação da taxa de desemprego para as seis principais regiões metropolitanas do País, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego. Houve atraso na coleta de dados referentes a maio nas regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre. O trabalho de junho também estava atrasado, assim como a coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) em algumas regiões.

A Pnad Contínua foi o estopim para a crise institucional no órgão. O desgaste entre a direção do IBGE e servidores começou em 10 de abril, quando a presidente do instituto, Wasmália Bivar, anunciou a suspensão da pesquisa até janeiro de 2015. O objetivo era aprimorar o cálculo da renda domiciliar para atender a exigências da lei complementar que determina o indicador como base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados. No entanto, houve suspeitas de ingerência externa no órgão, porque a decisão foi motivada por questionamentos de senadores, entre eles a ex-ministra Gleisi Hoffmann.

A crise provocou o pedido de desoneração de duas diretoras, e 18 coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos. Após semanas de discussões, a direção do IBGE voltou atrás e decidiu manter a divulgação seguinte, realizada em 3 de junho.

Os servidores grevistas pedem recomposição do orçamento do IBGE, melhoria dos salários e a realização de concurso público para substituição dos funcionários temporários, entre outras reivindicações. O IBGE não revela a quantidade de contratos rescindidos, mas defende que a não renovação estaria prevista no tipo de vínculo acertado com esses empregados. Os contratos têm duração de apenas três meses, podendo ser renovados a cada trimestre, por um período máximo de três anos. Antes de cada renovação, o funcionário passa por uma avaliação, que mede o seu desempenho de acordo com critérios como produtividade e assiduidade.

O ASSIBGE-SN convocou para amanhã, dia 17, um ato público pela reversão da dispensa dos temporários, em frente à sede do órgão, no centro do Rio. A adesão à greve vem perdendo força, segundo o IBGE. De acordo com o sistema eletrônico de controle de frequência dos empregados, cerca de 10% dos funcionários não compareceram ao local de trabalho em todo o País na semana passada, contra uma adesão de 15% na semana anterior. No último dia 9, servidores da Unidade Chile/RJ do IBGE, onde funciona a Diretoria de Pesquisas, votaram pelo fim da paralisação e já voltaram ao trabalho. A unidade concentra as coordenações responsáveis pelos principais indicadores econômicos do País, como o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação oficial (IPCA).

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