Tópicos | Atletas Universitários

Se a rotina de um esportista profissional, independente de qual a sua modalidade, já é difícil e exige muito esforço, a de um atleta universitário não é diferente. Conciliar os treinos com as horas de estudos e, em muitos momentos, com outros trabalhos não é tarefa simples. Na maioria dos casos, não basta ter apenas um bom desempenho dentro do esporte, ir bem dentro da sala de aula é primordial. A perspectiva de uma nova carreira, porém, dá forças para quem almeja uma graduação. 

Vanildo Neto, treinador de Futsal da UNINASSAU, conta como é lidar com esses atletas que além de atuar no meio esportivo, também precisam ter compromisso com os estudos. “O projeto da gente vem desde a escola. Temos uma parceria com o Colégio BJ, então um menino ganha uma bolsa de estudos com 13 anos de idade e fica comigo até hoje. Ele tem bolsa aqui na Universidade, é atleta da Universidade e a gente tenta aperfeiçoar isso”, exemplifica.

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“Às vezes é difícil. Ele tem pouco tempo, às vezes ele joga em outro clube, ele estuda e tem o dia a dia dele. Mas dentro disso a gente tenta ter um pouco de paciência e procura ajudá-lo, dando um suporte para ele otimizar o seu tempo”, completa. 

De acordo com Hermógenes Brasil, coordenador geral de esportes da UNINASSAU, qualquer um aluno da Instituição tem direito a fazer parte da equipe de esportes da Universidade, desde que seja aprovado pelos treinadores. “Temos bolsa de 10 a 100%, o aluno tem que passar por uma avaliação junto à equipe e o treinador para saber se tem potencial para representar a universidade”, afirma.

Para Hermógenes, o estudo vem sempre em primeiro lugar. “Sabemos que a educação está sempre junto com o esporte, a vida de atleta é curta e ele tem que estar preparado para o futuro após abandonar a carreira de atleta”, diz.

Disputando algumas competições durante o ano, o treinador garante que os atletas estão indo muito bem dentro e fora de quadra. “Dentro da faculdade a gente participa do Estadual, que é o JUPs (Jogos Universitários de Pernambuco), e se a gente vence aqui, nos da direito de disputar o JUBs (Jogos Universitários Brasileiros) e a LDU (Liga do Desporto Universitário). Cada turno da direito a um campeonato. No primeiro turno é o JUBs e no segundo é a LDU. É como se fosse dois nacionais. A gente disputa os dois. Normalmente a gente viaja e representa o Estado”. 

“Nos últimos quatro ou cinco anos a gente ganhou oito nacionais. Então é muito bem representado, e eles vão muito bem pela faculdade. E além da questão acadêmica, o desempenho deles como atleta é muito bom”, completa Vanildo Neto.

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Entre seus atletas, Neto destaca o jogador Renan Pontes, de 32 anos, que já foi atleta profissional e devido à rotina puxada não conseguiu conciliar com os estudos. Hoje, Renan conseguiu uma bolsa de estudos na UNINASSAU e voltou a estudar, sem deixar de praticar o esporte. “Ele é um atleta de alto rendimento desde os 18 anos de idade. Ele já disputou várias ligas nacionais por diversos times do sul. Ele é bicampeão da Liga, e inclusive junto de Falcão que foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. É um cara com uma rodagem muito grande e a gente esta oportunizando a ele uma bolsa de estudos. E para a gente está sendo de muita valia, tanto a postura dele como pessoa e também a parte desportiva dele. E acredito que para ele também está sendo importante”, conta.

A voz da experiência

Mesmo sendo um dos mais velhos da equipe, Renan agarrou a chance que lhe foi dada e pede para que outras pessoas façam o mesmo quando tiverem a mesma possibilidade. “Para quem está começando agora eu digo para que aproveite essa oportunidade. Hoje em dia poucos têm essa oportunidade do estudo. É uma coisa muito concorrida. As universidades públicas e as particulares, através do esporte, estão dando esse auxilio e essa abertura, para que esses jovens sejam integrados tanto no mercado de trabalho quanto no esporte em geral”, diz. 

“Eu aconselho que eles estudem, busquem uma formação. Se conseguir conciliar, é melhor. Se não conseguir, depois, faz como estou fazendo, estou voltando a estudar depois e um pouco mais velho”, conta Renan. 

Quando era atleta profissional, devido a quantidades de clube que atuou vez ou outra Renan precisava trocar de cidade e, com isso, terminou não conseguindo concluir uma graduação. “Nunca consegui ficar muito tempo em uma cidade ou lá não tinha o curso que eu queria. Eu consegui fazer dois anos de Educação Física, e quando eu mudei para a outra cidade, ela não tinha e eu acabei trancando. Hoje não vivendo mais do futsal, com uma rotina mais tranquila, eu estou conseguindo conciliar”. 

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Conselho 'olímpico'

Yane Marques, medalhista olímpica no Pentatlo Moderno nas Olimpíadas de Londres (2012), foi uma atleta que se conscientizou cedo de que uma carreira acadêmica seria necessária em sua vida. Hoje secretaria executiva de Turismo, Esportes e Lazer da Prefeitura do Recife e formada em Educação Física, ela faz questão de aconselhar seus companheiros de esportes a seguirem na vida acadêmica.

Ela não nega que o caminho de conciliar as duas atividades é árduo, mas afirma que resultado é gratificante. "Há vários retornos a partir do momento em que se tem apoio. Precisa passar por várias dificuldades, mas o melhor presente é um futuro. Atleta tem carreira curta, uns menos outros mais, mas hoje sou feliz por ter terminado meu curso. Os atletas que não conseguem isso encerram a carreira sem preparo para o mercado de trabalho", lamenta.

Como gestora pública, ela afirma que um dos seus objetivos no cargo da Prefeitura é estimular que desportistas tenham essa visão de futuro. "A Secretaria vincula o esporte à educação em todos os patamares. O esporte aliado à escola é otimizado. Estimulamos isso com várias ações, como as bolsas de estudos ofertadas pela UNINASSAU para os vencedores do Recife Bom de Bola. É uma opção de vida segura", conta.

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