Tópicos | Autocompaixão

Pouco difundida no país, a terapia transgeracional é uma abordagem dentro da terapia integrativa e complementar que procura entender e cuidar dos padrões de comportamento, crenças e emoções transmitidos através das gerações de uma família.

A terapeuta integrativa com ênfase no trauma transgeracional e palestrante internacional, Franciany Madeira, é a primeira brasileira certificada em Psicogenealogia e Terapia Transgeracional pela Anne Ancelin Schützenberger International School, na França. 

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“Resolvi aprender e me especializar nesta área para entender as situações que aconteciam dentro da minha família. Foi um divisor de águas após o curso e percebi o quanto eu poderia ajudar outras pessoas com essa técnica baseada em evidências e que cresce exponencialmente através dos estudos dentro da epigenética”, comentou a terapeuta.

A Epigenética é a área da ciência que vem comprovando que o trauma pode atravessar as gerações, e deixar nos descendentes as marcas da dor e do sofrimento silenciado. Durante as sessões, é possível abordar uma grande variedade de traumas e questões emocionais que podem ter sido transmitidos ao longo das gerações. Algumas ações comuns que podem ser tratados incluem: 

Síndrome do aniversário: Cada família tem um “calendário de eventos” significativos que compõem a memória familiar. Alguns estão conscientes, de fácil acesso na memória; mas outros estão mais silenciados, estão no nível mais inconsciente de nossa estrutura. Neste “calendário” estão marcadas as datas de nascimento, falecimento, batizado, casamento, divórcios, e eventos como datas de acidentes, cirurgias, início de emprego, demissão, até episódios mais traumáticos como assaltos, violências e guerras.

O termo “trauma transgeracional” é usado para atribuir a transmissão biológica ou psíquica de experiências vividas de forma traumática para as gerações subsequentes. As consequências podem afetar de forma individual, familiar e coletiva. Os descendentes desse legado podem apresentar os sintomas e as consequências do trauma sem o terem experimentado por conta própria, como a morte de um ente querido de forma precoce, suicídio, abuso, negligência parental, enfermidades graves. 

A resiliência e autocompaixão como caminho para transformar 

Assim como as evidências científicas apontam para a transmissão do trauma por meio das gerações, é possível que pais transmitam aos seus filhos componentes de resiliência, maiores recursos de enfrentamento, formas de autorregulação e estratégias para superar eventos com grandes fontes de estresse. A autocompaixão é uma maneira de lidar com o sofrimento, falhas ou sentimentos inadequados. Ao invés ignorar a dor ou flagelar com autocrítica, atribuí um comportamento amoroso, gentil e compreensivo. 

“Quando existe a consciência dos padrões repetitivos destrutivos e das heranças emocionais traumáticas, trabalhamos para transformá-los e assim o paciente pode se libertar de comportamentos e crenças, permitindo uma maior compreensão de si mesmo e dos outros membros da família. O processo também pode ajudar a quebrar os efeitos do silêncio, do não dito, fortalecer os vínculos familiares, melhorar a comunicação e facilitar o crescimento pessoal e interpessoal resgatando a autonomia de consciência e o bem-estar de todos os envolvidos”, completa Franciany.

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