O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua política monetária e reduziu a projeção de inflação no curto prazo, ponderando que um crescimento econômico mais robusto poderia, eventualmente, ajudar a colocar os preços de volta a um caminho ascendente.
Na primeira reunião de política monetária do ano, oito dos nove membros do Conselho do BoJ votaram para manter inalterado o montante anual de compra de ativos em 80 trilhões de ienes, como esperado por muitos economistas. O BoJ tem comprado ativos do mercado para aumentar a liquidez do sistema bancário, na esperança de encerrar um período de 15 anos de deflação e produzir uma inflação estável de 2%.
##RECOMENDA##A autoridade monetária também revisou para baixo a sua previsão para a inflação no ano fiscal de 2015. Anteriormente, a estimativa do BoJ era de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingisse 1,7% no acumulado anual. Agora, espera-se que o indicador atinja 1,0%.
A queda contínua dos preços do petróleo foi um dos principais fatores que fizeram com que a autoridade monetária japonesa revisasse para baixo essa previsão. Segundo o comunicado, a inflação deve seguir baixa por enquanto, refletindo "o declínio dos preços de energia".
Otimismo. Por outro lado, o documento mostra um tom otimista por parte do BoJ, que manteve visão geral sobre a economia do país, disse que o Japão está se recuperando moderadamente e elevou a perspectiva da produção industrial.
O BoJ também elevou a perspectiva de crescimento do país para os próximos dois anos fiscais. No ano fiscal de 2015, que tem início em 1º de abril, a expectativa é de que a economia avance 2,1%. A previsão anterior era de um salto de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB). Para o ano fiscal de 2016, a previsão foi revisada para crescimento de 1,6%, de 1,2% projetado anteriormente.
O discurso confiante, porém, se restringe ao futuro do país. Para o ano fiscal corrente (2014), a previsão do BoJ é de que haja uma retração de 0,5% no PIB. Anteriormente, era esperado um avanço de 0,5%.
O BoJ também anunciou, como amplamente esperado, a extensão por mais um ano de uma medida de estimulo para o crédito bancário. O programa, que iria expirar em março, foi expandido para 10 trilhões de ienes, de 7 trilhões oferecidos anteriormente.
Logo mais, às 4h30 (de Brasília), o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, vai explanar a decisão de política monetária e irá explicar as projeções atualizadas sobre a economia em uma coletiva de imprensa. Fonte: Dow Jones Newswires.