Tópicos | política monetária

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira, 9, que mantém uma boa relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele foi indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central. O anúncio foi feito na segunda-feira, 8, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Tenho boa relação com Roberto Campos. A conversa será da melhor maneira possível, mais educada e cordial. E existe uma grande afinidade de pensamento com Haddad. A intenção é facilitar o trabalho", disse Galípolo.

##RECOMENDA##

Ele também afirmou que "todo mundo quer baixar os juros" e que essa será mais uma de suas atribuições da autoridade monetária. "A direção do banco Central não tem satisfação em ter juro alto", comentou.

Adiantou que um pedido de Haddad é o de evitar que a condução das políticas monetária e fiscal sigam por caminhos diferentes.

Galípolo também elogiou a forma como Haddad vem conduzindo a discussão fiscal, de forma republicana, e aberto a tratar sobre subsídios, tributos e impostos que fazem sentido.

Sintonia

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que sua indicação para a diretoria de política Monetária do Banco Central respeita a legislação sobre a autonomia da autoridade monetária. "Me parece trivial que tenha afinamento com o governo eleito e é saudável do ponto de vista democrático", afirmou.

Ele ainda disse que não comentaria a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), por considerar inadequado falar sobre isso antes de ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Presidência do BC

Questionado sobre assumir a presidência do BC, Galípolo negou a movimentação.

"Conversei tanto com o ministro e o presidente Lula sabe disso. Não vim para cá fazer um projeto de carreira pessoal. Estou aqui para colaborar com o projeto. Na posição que se entenda que eu possa colaborar e me sinta confortável, estou à disposição", disse.

Honra

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que está honrado com a indicação para o Banco Central. "Estou muito honrado com a indicação do presidente da República para um cargo tão relevante que é a diretoria de Política Monetária", disse.

Ele também agradeceu a confiança do ministro Fernando Haddad nesse período que passou na Fazenda.

Mário Torós, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e um dos fundadores da Ibiuna Investimentos, afirma que, em um contexto de fortalecimento do dólar no mundo, a mudança estrutural na taxa de juros no Brasil leva o real a se depreciar com mais intensidade do que as divisas de outros emergentes. "O BC tem atuado reconhecendo esse cenário. Há todo um arcabouço de fluxo no balanço de pagamentos que muda por causa do diferencial de juros."

Torós enumera outros fatores internos ligados a esse novo quadro doméstico e que, em maior ou menor grau, também pesam no câmbio: empresas estão trocando dívidas em dólar por real e a contratação de hedge ficou mais barata.

##RECOMENDA##

Ao avaliar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), cita a produtividade muito baixa por trabalhador como um fator limitador. "Isso está associado a um custo muito alto de produção, a questão tributária lamentável, infraestrutura e o principal dos fatores, a educação." A seguir, os principais trechos da entrevista.

No cenário externo, não há mais incertezas do que pode estar sendo considerado?

Não. Importante falar que o determinante externo da taxa de juros e das variáveis macroeconômicas é sempre mais relevante. Para as curvas de juros no Brasil, tão importante quanto a aprovação da reforma da Previdência foi o movimento de taxa de juros nos EUA. Em dezembro do ano passado, o Fed (banco central americano) estava subindo a taxa e, meio ano depois, estava baixando. Foi uma mudança importante do Fed, que refletiu nos ativos do Brasil. Tanto é que isso talvez tenha sido o principal fator para o retorno do fundo Ibiúna Hedge STH, que está ganhando 280% do CDI este ano.

E agora estamos em um ambiente de flexibilização da política monetária global...

Antes disso, ainda em maio, vimos que o cenário de desaceleração cíclica levaria a um pouso suave na economia, o que não significa uma recessão nos EUA e um cenário positivo para ativos de risco. Só que, naquele mês, houve o primeiro tuíte do presidente Donald Trump que começa a acirrar a guerra comercial com a China. Surge um cenário alternativo, com a possibilidade de esse pouso suave se transformar em mais recessivo. Isso reforçava a visão de que os juros iriam mais para baixo. Isso ficou presente até julho e agosto.

E agora que tivemos a reunião tanto do Fed quanto do Copom, qual a perspectiva?

Por enquanto, o risco da guerra comercial diminuiu. Acho que começou a ter impacto na própria economia americana, aumentou a preocupação e, de fato, parece ter havido uma certa trégua. O movimento que o Fed fez agora na última reunião e a mensagem que passou é de que os EUA estão num pouso suave. A economia realmente está desacelerando. Na nossa visão, a forma como isso está ocorrendo é muito boa para ativos de risco de uma forma geral. E inclusive para ativos de emergentes. E, nesse sentido, o Brasil que já foi bastante beneficiado, pode continuar sendo.

O País tem conseguido acompanhar o movimento global de flexibilização da política monetária com a Selic em uma mínima histórica. O que esperar?

De alguma forma, o Brasil tem conseguido espaço para fazer essa política anticíclica, baixando os juros em vez de subir, assim como teve em 2008, como resultado de um duro trabalho de uma política econômica que permitiu isso. Agora, estamos colhendo os primeiros frutos de uma política fiscal que está andando com a monetária. E isso foi possível quando se passou a ter uma política fiscal mais restritiva, apesar de ainda termos déficit nas contas públicas.

O que tem tido impacto no câmbio?

Estamos vendo as empresas, que antes se endividavam em dólar, se endividando em real, porque o juro está mais baixo. Fazer hedge também ficou mais barato do que no passado. Existe um conjunto de fatores que está afetando a taxa de câmbio. Esse é um fenômeno que está em curso e a gente não sabe em que momento vai parar. Em câmbio se diz 'never say never'. Temos de observar.

O BC deveria intervir no câmbio apenas pelo nível da taxa?

Acho que não. Mas o câmbio a R$ 4,20 não é muito? Não, não é. Não existe câmbio justo. Existe o câmbio que o mercado está dando, principalmente com o juro muito mais baixo. Eventualmente, é preciso fazer uma intervenção, mas o BC já indicou que não fará.

Falando um pouco de PIB, por que o Brasil tem crescido tão pouco na pós-recessão?

Cresce pouco porque, primeiro, existem problemas estruturais seriíssimos, o que se traduz em produtividade muito baixa por trabalhador. Um trabalhador no Brasil produz US$ 30 mil e um nos EUA, US$ 120 mil. Isso está associado a um custo muito alto de produção, à questão tributária lamentável, à infraestrutura e o principal dos fatores, à educação. Conjugado a isso, houve uma política que gerou desequilíbrios macroeconômicos. A política econômica teve de ser consertada e estamos nesse processo de fazer da forma correta. Não há mágica, nem atalho para o crescimento sustentado. É preciso persistir nessa agenda que está sendo adotada, que os resultados vão aparecer. Chegamos muito perto do fundo do poço e, para voltar, tem de persistir. Nada de querer acelerar. O exemplo da nova matriz econômica é para ficar guardado para lembrar o desastre que foi o resultado e que estamos pagando até hoje.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta quarta-feira majoritariamente em alta, ainda que contida, com os investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Esses agentes acompanharam mais uma operação de recompra de títulos pela distrital de Nova York do Fed, similar à de terça-feira, enquanto digerem as informações sobre o aperto da liquidez no mercado overnight americano.

Entre as notícias vindas do próprio Velho Continente, o Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira uma resolução, sem efeito prático, reafirmando que continua apoiando um Brexit ordenado que seja baseado no acordo de retirada já negociado.

##RECOMENDA##

O Legislativo da União Europeia (UE) pontuou no documento que está aberto a uma possível extensão da data-limite para a separação se ela for solicitada pelo Reino Unido e tiver "um propósito específico, como evitar um desembarque sem acordo, realizar eleições gerais ou um referendo, revogar o Artigo 50 (que acionou o Brexit) ou aprovar o acordo de retirada".

Além disso, a Eurostat informou logo cedo que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 1% na comparação anual de agosto, permanecendo no nível de julho e em linha com a projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. A leitura final mantém a inflação na zona do euro bem distante da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.

Nesse contexto, a bolsa de Londres fechou em queda de 0,09%, aos 7.314,05 pontos, enquanto Frankfurt subiu 0,14%, aos 12.389,62 pontos, e Paris avançou 0,09%, aos 5.620,65 pontos.

Destoando das variações contidas das outras praças, Milão teve alta de 0,67%, para os 21.947,70 pontos, e Lisboa desceu 1,28%, aos 4.991,75 pontos. Madri ganhou 0,31%, aos 9.031,70 pontos.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,10%, aos 389,70 pontos.

O dólar chegou a bater em R$ 3,80 hoje pela manhã, mas desacelerou o ritmo de alta na parte da tarde, em linha com o movimento da moeda americana no exterior. A forte queda da libra por conta do temor de saída não negociada do Reino Unido da União Europeia acabou contaminando outras moedas e contribuindo para fortalecer o dólar no mercado internacional, enquanto o mercado operou aqui e lá fora na expectativa pelos eventos da semana, que incluem indicadores importantes no exterior e reuniões de política monetária nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra e do Banco Central brasileiro e ainda retorno do recesso parlamentar. O dólar à vista fechou em alta de 0,28%, a R$ 3,7831.

Em meio à prudência com os eventos da semana, o volume de negócios foi fraco hoje. No mercado de câmbio, o giro no mercado futuro estava em apenas US$ 11 bilhões às 17h15, ante média de giro de US$ 18 bilhões para esse horário. No mercado à vista, o volume somou US$ 503 milhões. Operadores relataram que tesourarias e fundos foram às compras da moeda americana. No mercado futuro, os estrangeiros reforçaram na sexta-feira as posições compradas em US$ 573 milhões, segundo dados da B3. Estas posições ganham com a alta do dólar e indicam a prudência com os próximos dias.

##RECOMENDA##

Mesmo o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil operou praticamente estável, a 123 pontos, segundo cotações da IHS Markit.

Os eventos da semana começam a ganhar corpo nesta terça-feira, quando começam as reuniões para definir os juros aqui e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Dependendo da intensidade dos cortes no Brasil e lá fora o diferencial de juros do país com o resto do mundo, especialmente em relação aos Estados Unidos, pode ser alterado, influenciando a atratividade dos ativos brasileiros para os estrangeiros. O Société Générale espera corte de 0,25 ponto aqui e pelo Fed. O JPMorgan e o Rabobank projetam corte de 0,50 ponto aqui e 0,25 pelo Fed.

"O dólar se fortalece no começo de que parece ser a semana mais agitada do ano", ressalta o estrategista de moedas do banco de investimento Brown Brothers Harriman (BBH), Win Thin. Mesmo com o corte esperado pelo Fed, o executivo avalia que o diferencial de juros ainda favorece o dólar na economia mundial, por isso a moeda americana tende a se fortalecer no curto prazo. Para o Brasil, ele espera redução de 0,25 ponto, mas ressalta que há várias apostas no mercado de corte maior, de 0,50 ponto.

O impasse criado com o governo fez com que o BNDES montasse uma equipe especial para avaliar a possibilidade jurídica e técnica de adiantar os pagamentos dos empréstimos recebidos do Tesouro sem prejudicar sua capacidade de financiamento. Hoje, o banco calcula ter justamente R$ 180 bilhões em caixa e essa equipe vai medir quanto desse valor já está comprometido com desembolsos de contratos firmados ou em vias de conclusão.

O diretor de Crédito, Planejamento e Pesquisa do BNDES, Carlos Da Costa, afirma que há boa vontade do banco para negociar. Porém, chama a atenção para o fato de que assim como os administradores do governo precisam observar critérios de responsabilidade, o banco também está sujeito a "limites prudenciais". A instituição já deixou claro que o valor da devolução reivindicada pelo governo (R$ 50 bilhões em 2017 e R$ 130 bilhões em 2018) é apenas um "indicativo".

##RECOMENDA##

O BNDES trouxe para a mesa de negociação com o governo uma cesta de medidas com o objetivo de reduzir o impacto que a antecipação dos pagamentos ao Tesouro Nacional poderá ter sobre o poder de fogo da instituição na concessão de crédito. Algumas das alternativas foram discutidas ontem, em reunião entre o diretor do BNDES e a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi. Segundo Da Costa, uma parte considerável dos recursos pedidos pelo governo está emprestada, financiando empresas: "É por isso que esses empréstimos têm um prazo para pagamento (ao Tesouro) que acompanha o prazo de pagamento das empresas".

O Tesouro repassou ao banco recursos com prazo de pagamento de até 30 anos. E o banco programou suas operações seguindo esse período de pagamentos. Agora, alega que precisa reforçar seu caixa para poder antecipar a devolução. Uma das possibilidades é o BNDES fazer captações no mercado doméstico com papéis de renda fixa e variável. Hoje, esse tipo de financiamento está parado. No mercado externo, o banco pode alavancar recursos com instituições financeiras. Nesse caso, necessitaria enviar recursos ao exterior. "É para alavancar mais recursos. É isso que os bancos fazem: deixam parte dos recursos e multiplicam isso", disse o diretor, ressaltando que o mercado externo está líquido e barato.

Segundo Da Costa, outra possibilidade é a venda de ações de empresas que estão na carteira do BNDESPar - o braço de participações do banco. "Podemos eventualmente vender ações do BNDESPar. Mas com prudência. Não podemos queimar o patrimônio do brasileiro."

Na devolução de R$ 100 bilhões, em 2016, R$ 40 bilhões foram pagos em títulos da dívida pública. Os R$ 60 bilhões restantes foram em dinheiro, após o "desfazimento" de operações compromissadas. Quando um banco "desfaz" uma compromissada, o Banco Central recompra esses títulos e paga em dinheiro para a instituição financeira. "Se é para abater dívida, (o pagamento) é (em) títulos. A compromissada não é dívida, é política monetária, abate a dívida temporariamente", afirmou o diretor da Área Financeira e Internacional do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As bolsas da Europa encerraram a sessão desta terça-feira, 26, sem direção comum, com os investidores digerindo os resultados trimestrais de grandes empresas da região enquanto aguardam pelas reuniões de política monetária dos bancos centrais dos EUA e do Japão, que acontecem nesta semana. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em leve alta, de 0,18%, aos 347,31 pontos.

Registraram ganhos neste pregão as bolsas de Londres (+0,38%, aos 6.284,52 pontos), Madri (+1,56%, aos 9.283,00 pontos) e Milão (+1,45%, aos 18.670,41 pontos). Já na mão contrária, ficaram no negativo as bolsas de Paris (-0,28%, aos 4.533,18 pontos), Frankfurt (-0,34%, aos 10.259,59 pontos) e Lisboa (-0,75%, aos 5.029,58 pontos).

##RECOMENDA##

Os investidores seguem na expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalize amanhã, ao término de sua reunião de política monetária, qual será o ritmo de normalização dos juros no país. Há também alguma ansiedade em torno da possibilidade de o Banco do Japão (BoJ, o BC japonês) anunciar, na quinta-feira, um reforço às medidas de estímulo econômico.

Por enquanto, o mercado opera de olho nos balanços trimestrais. As ações da Orange se destacaram em Paris, ao subirem 1,3% depois que a companhia anunciou aumento nas receitas em decorrência dos negócios na Espanha e de vendas maiores a empresas.

Em Londres, os papéis da Standard Chartered saltaram quase 10% com a notícia de desaceleração na inadimplência e de lucro acima do esperado. As ações da petroleira BP, por sua vez, subiram 4,32%, diante do inesperado lucro recorrente de US$ 532 milhões no primeiro trimestre, quando a previsão era de prejuízo.

Na bolsa de Frankfurt, as ações do Thyssenkrupp baixaram 2,45%, depois que uma rival ganhou a disputa por uma encomenda de cerca de 34 bilhões de euros. Por outro lado, a expectativa com os resultados do Deutsche Bank, a serem anunciados na quinta-feira, garantiram alta de 2,27% aos papéis.

Em Milão, as ações da Fiat Chrysler baixaram 2,63% depois que a montadora informou ter registrado no trimestre dívida acima do esperado. (Com informações da Dow Jones Newswires)

O Banco Central (BC) vem tentando salvar o que pode da política monetária, em meio à devastação que essa sofre com o caos político e fiscal. O endurecimento do tom do presidente Alexandre Tombini, em recente pronunciamento, faz parte dessa estratégia.

Outro dos seus elementos foram os recentes relatos, na imprensa, baseados em fontes da equipe econômica, dando conta de que o BC esperava uma surpresa positiva na inflação de preços administrados. Foi um tiro na água em termos de expectativas. Desde meados de novembro, a projeção mediana do mercado para a inflação de administrados em 2016 saltou de 6,9% para 7,35%. Na verdade, já há alguns analistas projetando 8% ou até bem mais. Já as expectativas para o IPCA cheio em 2016 ultrapassaram o teto do intervalo de tolerância da meta (6,5%) em novembro e já estão em 6,7%. Há analistas respeitados trabalhando com projeções em torno de 7% ou mais.

##RECOMENDA##

Nesse cenário, o BC tenta evitar a desancoragem total das expectativas, o que inevitavelmente só pode ser feito com a sinalização de novas altas da Selic. "Eu acho que o BC quer deixar a inflação em 2016 minimamente ancorada, e se dará por contente se conseguir evitar que ela fure o teto ou talvez mesmo que apenas fique abaixo de 7%", diz Solange Srour, economista-chefe da gestora ARX. Ela, como vários outros profissionais do mercado, espera um ciclo de alta da Selic a se iniciar na próxima reunião em janeiro, que elevaria a taxa básica em torno de 2 pontos porcentuais, podendo ser um pouco mais ou um pouco menos. Há consenso de que isto seria só o suficiente para restabelecer o juro real, em torno de 8%, de quando a Selic atingiu 14,25% no final de julho.

Solange acha que a sorte do BC, nesse cenário, estará quase que inteiramente condicionada a um mínimo de estabilidade política e de avanço na agenda fiscal, que permitam estabilizar o câmbio e evitar novos estirões de depreciação. "Se o real apreciar e o ambiente externo ajudar, até poderiam entrar num ciclo de queda ainda no ano que vem", diz, mas deixando claro que isso é uma mera hipótese, não um cenário provável.

José Júlio Senna, diretor do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV, nota que o recente discurso de Tombini teve uma pequena novidade - o fato de o presidente do BC dizer, negando a tese de dominância fiscal, que o desequilíbrio das contas públicas atrapalha, mas o Copom não deixará de agir. "É um fato novo e sugestivo de que o BC considera a hipótese de fazer um ajuste da taxa nominal nos primeiros meses do ano", comenta o economista.

José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora Opus, tem uma visão diferente. Prevê que o ciclo de alta da Selic vai ser de 2 a 2,5 pontos porcentuais, mas acha que o BC deveria fazer mais. Quanto à queda da atividade, ele diz que "a única coisa que deveria afetar a decisão do Copom é a inflação - se a inflação está se acelerando, é sinal de que a recessão ainda não foi suficiente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas básicas de juros inalteradas, conforme o esperado pela maioria dos analistas, apesar de a inflação na zona do euro ter voltado para território negativo e de as preocupações com o crescimento da economia europeia persistirem.

A taxa de refinanciamento, que é a principal do BCE, permaneceu em 0,05%, como está há mais de um ano. A taxa sobre depósitos overnight continuou em -0,20%, o que significa que os bancos estão pagando para guardar o excesso de depósitos no banco central.

##RECOMENDA##

Agora as atenções se voltam para a entrevista que Mario Draghi, presidente do BCE, concederá à imprensa às 10h30 (de Brasília), desta vez em Malta. Analistas e investidores observarão atentamente possíveis sinais de que o BCE está se preparando para ampliar o programa de compras de bônus, ou relaxamento quantitativo (QE), de 60 bilhões de euros (US$ 68,12 bilhões) mensais. Fonte: Dow Jones Newswires.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira, 12, na 43ª Reunião do Conselho Consultivo do World Trade Center (WTC), que em função do realinhamento dos preços relativos da economia a política monetária teve que se tornar mais dura. Para ele, no entanto, a política monetária começa a fazer efeito. "Não se pode tapar canais que fazem efeito", disse o ministro, acrescentando que quando se sobe juro não se pode aumentar o crédito.

De acordo com Levy, é bastante comum haver reclamações e pedidos para retomadas de linhas de crédito em períodos de apertos monetários. "Mas se aumenta o crédito não adiantou nada aumentar a taxa de juros", disse o ministro. "Não podemos atrair fatores ao contrário dos canais da política monetária", reforçou o ministro para uma plateia de cerca de 100 empresários.

##RECOMENDA##

Mais adiante no seu discurso, Levy voltou a falar sobre o crédito no Brasil. Disse que com a entrada da economia em outro patamar a partir de 2000, observou-se que a estrutura da economia brasileira se tornou obsoleta e que um desses problemas é o crédito. Segundo o ministro, o Brasil tem crédito direcionado para vários setores a taxas de juros diferentes. Isso, segundo ele, até suscitou debates ideológicos no País por alguns períodos sobre se era certo ou não.

"Mas a estrutura do crédito foi feita há 50 anos, na época do Dr. Bulhões", disse, ao se referir ao economista e ex-ministro da Fazenda Otávio de Gouveia Bulhões. De acordo com Levy, esta estrutura não dá mais conta da demanda por crédito hoje. "Os ditos créditos direcionados chegaram a seu limite", disse. Levy deu como exemplo, o setor imobiliário, que passou por mudanças porque a demanda por imóveis cresceu mais que o ritmo de crescimento dos depósitos na caderneta de poupança. "Não foi o governo que promoveu as mudanças", disse o ministro.

Banco Central

Levy deu mais uma vez demonstração de apoio pleno à atuação firme do Banco Central para conter a alta de preços. "O BC está sendo bastante duro no combate à inflação", destacou. Ele comentou de passagem em palestra sobre a elevação de 0,74% do IPCA de maio.

Levy ressaltou que a atuação do Copom com as ações do seu ministério estão agindo em harmonia e são pilares essenciais da política macroeconômica do governo. "O trabalho fiscal e o do BC é o que estamos fazendo para o direcionamento da economia", apontou. "Mudamos de patamar com estabilidade fiscal e atuação do BC no combate à inflação."

As políticas do Banco Central Europeu (BCE) têm contribuído para uma ampla recuperação econômica na zona do euro e não resultaram na supervalorização generalizada nos preços de ativos, afirmou o vice-presidente do BCE, Vitor Constâncio, em um discurso em Barcelona neste sábado.

"As políticas do BCE estão funcionando e têm contribuído de maneira significativa para a normalização das condições econômicas no curto prazo", disse Constâncio. As políticas devem ajudar a economia no médio prazo ao solucionar a diferença negativa entre o crescimento atual e seu potencial, além de reduzir o efeito prejudicial de histerese na oferta de trabalho e do capital social, acrescentou.

##RECOMENDA##

A histerese é uma redução na produção econômica provocada por um fraco crescimento, o que pode gerar desemprego de longa duração.

Para melhorar o potencial de expansão econômica contra um cenário de queda na população economicamente ativa, a zona do euro tem de contar com mais investimento e intensificação do capital, disse ele, pedindo um esforço contínuo para implementação de reformas estruturais que não são responsabilidade da política monetária. Constâncio rejeitou as críticas de que as compras de ativos pelo BCE aliviam a pressão sobre os governos em aplicar as reformas estruturais.

"Não é a tarefa de um banco central exercer mais ou menos pressão sobre os governos para adoção de políticas pelas quais os governos são responsáveis", disse Constâncio.

O BCE tem aplicado uma série de novas medidas não convencionais em uma tentativa de impulsionar a dinâmica econômica e de conduzir a inflação para a meta de médio prazo, de pouco menos de 2%.

"As condições em uma série de mercados de ativos, de ações até títulos ou câmbio, reagiram da maneira esperada através do canal de transmissão de reequilíbrio de portfólio da política monetária", disse o banqueiro central.

O crédito para o setor privado na zona do euro se estabilizou no mês passado depois de melhorar de forma constante no final de 2014 e no início deste ano, de acordo com dados divulgados recentemente pelo BCE. Isso sugere que a recuperação econômica da Europa até agora não conseguiu se mover a uma velocidade mais acelerada.

Constâncio afirmou que um período prolongado de taxas de juro baixas contribui para valorizações elevadas de ativos, o que pode gerar preocupações sobre a estabilidade financeira, mas "até agora, não foram identificadas supervalorizações generalizadas nos mercados de ativos". Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou nesta quarta-feira (18) que o BC trabalha com política monetária que "está e continua vigilante", cujo o objetivo é levar a inflação para a meta de 4,5% no próximo ano. "Há fatores que indicam ser factível a convergência da inflação para o centro (da meta) em 2016. Quero deixar claro nosso compromisso de convergência da inflação à meta", comentou Tombini, em palestra realizada pelo banco Goldman Sachs para executivos financeiros, investidores e clientes do banco.

Tombini apontou que o realinhamento de preços relativos, como administrados e câmbio, provocam uma inflação elevada no começo do ano, mas a autoridade monetária acredita que este movimento deverá ficar "circunscrito" basicamente ao primeiro trimestre. Acrescentou que o governo está adotando amplo conjunto de medidas fiscais e parafiscais que visam a convergência da inflação "no horizonte relevante da política monetária". "Política fiscal consistente contribui para elevar a potência da política monetária", afirmou.

##RECOMENDA##

O presidente do BC avalia que economia está crescendo abaixo do potencial", sob quaisquer formas que possam aferir qual seria o ritmo de expansão do PIB sem causar pressões excessivas sobre a inflação.

Ele fez um relato da visão da instituição sobre a economia global, que na sua avaliação está em processo de recuperação, porém de forma desigual. E mencionou a queda dos preços das commodities, que tem impactado as economias emergentes, ressaltando que, atualmente, os Estados Unidos continuam sendo a locomotiva da economia mundial.

Para Tombini, o que mais chama a atenção no momento é o fortalecimento do dólar americano. "O 'dollar index' valorizou-se 25% nos últimos 12 meses", disse, destacando que a valorização é um fenômeno global.

Sobre a manutenção do programa de swap cambial (operações equivalentes à venda de dólar no mercado futuro), que deveria se encerrar no final deste mês, o presidente do BC afirmou que uma decisão deve sair "nas próximas semanas". Ele destacou que o "programa visa oferecer proteção", para o setor privado, inclusive em momentos de variação do dólar, como ocorreu recentemente. "Estamos tranquilos em relação ao objetivo do programa, que tem tamanho significativo para oferecer proteção", destacou.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua política monetária e reduziu a projeção de inflação no curto prazo, ponderando que um crescimento econômico mais robusto poderia, eventualmente, ajudar a colocar os preços de volta a um caminho ascendente.

Na primeira reunião de política monetária do ano, oito dos nove membros do Conselho do BoJ votaram para manter inalterado o montante anual de compra de ativos em 80 trilhões de ienes, como esperado por muitos economistas. O BoJ tem comprado ativos do mercado para aumentar a liquidez do sistema bancário, na esperança de encerrar um período de 15 anos de deflação e produzir uma inflação estável de 2%.

##RECOMENDA##

A autoridade monetária também revisou para baixo a sua previsão para a inflação no ano fiscal de 2015. Anteriormente, a estimativa do BoJ era de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingisse 1,7% no acumulado anual. Agora, espera-se que o indicador atinja 1,0%.

A queda contínua dos preços do petróleo foi um dos principais fatores que fizeram com que a autoridade monetária japonesa revisasse para baixo essa previsão. Segundo o comunicado, a inflação deve seguir baixa por enquanto, refletindo "o declínio dos preços de energia".

Otimismo. Por outro lado, o documento mostra um tom otimista por parte do BoJ, que manteve visão geral sobre a economia do país, disse que o Japão está se recuperando moderadamente e elevou a perspectiva da produção industrial.

O BoJ também elevou a perspectiva de crescimento do país para os próximos dois anos fiscais. No ano fiscal de 2015, que tem início em 1º de abril, a expectativa é de que a economia avance 2,1%. A previsão anterior era de um salto de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB). Para o ano fiscal de 2016, a previsão foi revisada para crescimento de 1,6%, de 1,2% projetado anteriormente.

O discurso confiante, porém, se restringe ao futuro do país. Para o ano fiscal corrente (2014), a previsão do BoJ é de que haja uma retração de 0,5% no PIB. Anteriormente, era esperado um avanço de 0,5%.

O BoJ também anunciou, como amplamente esperado, a extensão por mais um ano de uma medida de estimulo para o crédito bancário. O programa, que iria expirar em março, foi expandido para 10 trilhões de ienes, de 7 trilhões oferecidos anteriormente.

Logo mais, às 4h30 (de Brasília), o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, vai explanar a decisão de política monetária e irá explicar as projeções atualizadas sobre a economia em uma coletiva de imprensa. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou neste sábado (23) que a política monetária brasileira tem operado com sucesso no ambiente desafiador de mudanças estruturais no mercado de trabalho do País. Em discurso durante a conferência anual de Jackson Hole, nos Estados Unidos, Tombini destacou que essas mudanças têm pressionado os preços dos serviços devido à maior renda dos trabalhadores. Como consequência, o peso dos serviços na inflação ao consumidor aumentou consideravelmente na última década.

Apesar da persistência da inflação dos preços de serviços e o choque de oferta, o presidente do BC afirmou que a política monetária tem sido capaz de manter a inflação sob controle. Ele lembrou que, por dez anos consecutivos, a inflação tem se mantido dentro da margem de tolerância prevista no regime de metas de inflação.

##RECOMENDA##

Num discurso acadêmico sobre a evolução do mercado de trabalho no Brasil e as suas implicações na política monetária, o presidente do BC destacou que o desemprego no Brasil está num patamar de mínima histórica. Segundo ele, a queda do desemprego foi particularmente forte para os trabalhadores menos qualificados.

Na sua avaliação, a evolução econômica e demográfica nas últimas duas décadas têm levado a mudanças estruturais no mercado de trabalho que afetaram tanto a demanda de trabalho como a oferta de trabalho.

"Por um lado, as mudanças estruturais na economia brasileira - em particular, a queda acentuada em situação de pobreza e de desigualdade - têm aumentado a demanda por mão de obra pouco qualificada, enquanto o investimento em capital humano tem aumentado a oferta de trabalho mais qualificada, contribuindo para adiar a entrada dos jovens adultos no mercado", afirmou o presidente do BC. Por outro lado, a transição demográfica mudou o perfil etário da força de trabalho.

Esses desenvolvimentos no mercado de trabalho na última década, disse o presidente do BC, contribuíram para um gradual declínio na taxa real e natural de desemprego. Um desafio para a definição de política monetária que se coloca em um ambiente de mudanças estruturais no mercado de trabalho é distinguir entre os componentes cíclicos e estruturais da evolução do desemprego.

Para o presidente do BC, nesse sentido, os desafios enfrentados pelo Brasil são semelhantes aos enfrentados pelas economias avançadas. No entanto, o Brasil vive o outro lado da moeda. "Enquanto o desafio para a política monetária em muitas economias avançadas é avaliar se a taxa natural de desemprego aumentou na sequência da crise financeira global, no Brasil agora o desafio é descobrir o quanto a taxa natural de desemprego caiu".

Tombini concluiu dizendo que uma mensagem clara de que se aplica a ambas as economias avançadas e emergentes do mercado é a necessidade de avaliar um conjunto mais amplo de indicadores para medir com precisão o estado do mercado de trabalho." Ele também acrescentou que o BC está aumentando esforços em pesquisar o desenvolvimento do mercado de trabalho.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve por unanimidade a política monetária, cuja principal característica é a aceleração da base monetária em 60 trilhões de ienes a 70 trilhões de ienes por ano.

O banco central japonês manteve a visão de que a economia está se recuperando moderadamente, mas melhorou a avaliação sobre a economia internacional, dizendo que o cenário externo está se recuperando, ainda que em parte com uma performance sem brilho. Na decisão do fim de maio, o BoJ dizia que o cenário internacional estava começando a se recuperar.

##RECOMENDA##

Mais uma vez, o conselheiro Takahide Kiuchi propôs flexibilizar a meta de inflação estável de 2%. Kiuchi há diversas reuniões tem proposto que a estabilidade inflacionária fosse alcançada no médio a longo prazo e designou a atual política de alívio como uma medida intensiva por um período de cerca de dois anos. O plano novamente foi rejeitado por todos os outros oito membros do conselho.

O mercado agora espera pela coletiva de imprensa do presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, às 3h30. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve por unanimidade a política monetária, cuja principal característica é a aceleração da base monetária em 60 trilhões de ienes a 70 trilhões de ienes por ano, e também repetiu a avaliação de que a economia está se "recuperando moderadamente".

Durante o encontro, que durou dois dias, o conselheiro Takahide Kiuchi novamente propôs flexibilizar a meta de inflação estável de 2%, mas a proposta mais uma vez foi derrotada por 8 votos a 1.

##RECOMENDA##

O comunicado do BoJ informou que a economia continua a se recuperar moderadamente, embora com algumas flutuações por causa do imposto sobre vendas, que subiu no início deste mês de 5% para 8%.

O documento também avaliou que a produção industrial está em uma tendência de alta moderada, alterando o tom do comunicado anterior, quando dizia que a produção crescia a um ritmo de certo modo acelerado. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Banco do Povo da China disse nesta sexta-feira que continuará com uma política monetária prudente, mantendo um crescimento constante e adequado de crédito e do financiamento social neste ano.

As autoridades vão expandir o uso transfronteiriço do yuan, ao mesmo tempo em que evitará riscos de fluxos internacionais de capitais, disse o PBoC em um comunicado em seu site.

##RECOMENDA##

O banco também se comprometeu a avançar com as reformas financeiras, incluindo a reforma da taxa de câmbio, disse o comunicado que foi divulgado depois de uma conferência de trabalho para 2014, presidido pelo chefe do PBoC, Zhou Xiaochuan.

O PBoC também prometeu intensificar os esforços para "monitor e a se resguardar" de riscos financeiros, e para coordenar as ações com outros reguladores financeiros. O comunicado disse que o banco buscará proteger firmemente o país contra riscos financeiros sistêmicos. Fonte: Dow Jones Newswires.

As mudanças esperadas na política monetária dos países desenvolvidos, que podem começar já nesta semana nos Estados Unidos, vão exigir maior coordenação internacional de políticas para lidar com os efeitos negativos em moedas, juros e fluxos de capital, alerta um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado neste domingo, 15. Mas com exceção de períodos de crise mais aguda, os esforços de coordenação têm se mostrados pequenos ou inexistentes entre os diversos países.

Por isso, os técnicos do FMI sugerem duas medidas para tentar estimular a coordenação de políticas. A primeira é a existência de um assessor ou coordenador neutro para discutir estas políticas, que poderia ser o próprio FMI. A segunda é a adoção pelos países de princípios ou regras para limitar certas ações que poderiam ter efeitos mais nocivos em outros países.

##RECOMENDA##

"A coordenação internacional de políticas é igual ao monstro do lago Ness, muito discutida, mas raramente vista", escreve no material enviado à imprensa que acompanha o estudo os economistas do FMI Olivier Blanchard, Jonathan Ostry e Atish Ghosh, estes dois últimos os autores do estudo.

O relatório divulgado em Washington recebeu o nome de "Obstáculos à coordenação de política internacional e como superá-los" e avalia por que a cooperação entre os diversos países é tão baixa. Em períodos de maior turbulência, como na crise de 2008, a necessidade de coordenação de políticas foi rapidamente percebida e daí saíram várias ações, como a adoção de políticas fiscais de estímulos em diversos países. Mas em períodos mais calmos, o documento destaca que a dificuldade de coordenação é maior e ações orquestradas são raras.

O estudo do FMI aponta alguns fatores que dificultam a coordenação de políticas em tempos mais normais, a incerteza e a falta de acordo entre os países. Uma medida que, por exemplo, em um país desenvolvido provoque desvalorizações de moedas, pode ser bem vista em alguns países por estimular as exportações, mas em países que importam mais a percepção será diferente, pois os preços vão subir. Por isso, acaba sendo difícil perceber e mensurar os benefícios da coordenação de políticas em nível internacional, destaca Blanchard.

Assim, a proposta do documento é a existência de um assessor neutro, para deixar claro os tipos de contágio que podem ocorrer e assim conseguir a cooperação para determinadas medidas. O FMI, diz o material assinado por Blanchard, Ostry e Ghosh, já assessora cada país membro em diversas questões internas e, mais recentemente, tem procurado aprofundar os estudos dos contágios das atuais políticas monetárias dos países desenvolvidos. Por isso, "o Fundo poderia identificar políticas que estão tanto no interesse nacional como no internacional".

Já a segunda sugestão do relatório fala nos países se comprometerem em adotar princípios ou regras que ajudariam a diminuir os contágios negativos em outros países por meio da conta corrente e de capital. O primeiro princípio buscaria limitar políticas que elevam os desalinhamentos entre moedas e provocam desequilíbrios nas contas externas. O segundo seriam políticas para reduzir instabilidade nos fluxos financeiros entre países.

O Banco da Reserva da Índia (RBI, na sigla em inglês) reforçou que enquanto a inflação precisa ser trazida de volta para um nível mais controlado, a desaceleração econômica não pode ser ignorada.

"Na atual conjuntura, a política monetária enfrenta uma indesejável tarefa de ancorar as expectativas inflacionárias, mesmo que o crescimento econômico permaneça tépido", disse em sua avaliação semestral dos desenvolvimentos macroeconômicos e monetários.

##RECOMENDA##

A reunião de política monetária do RBI ocorre amanhã. Treze dos 15 economistas pesquisados pelo Wall Street Journal preveem que o banco central indiano elevará a principal taxa de juros para 7,75% ao ano, de 7,50% ao ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

Mudanças de política monetária têm de ser calibradas cuidadosamente e comunicadas claramente, enfatizaram autoridades financeiras do G-20 durante encontro em Moscou. Isso é essencial por causa dos riscos decorrentes de movimentos cambiais voláteis e fluxos de capital, de acordo com um rascunho de comunicado ao qual o jornal The Wall Street Journal teve acesso.

O documento diz ainda que está havendo progresso no desenvolvimento de estratégias fiscais de médio prazo "críveis, ambiciosas e específicas de cada país". Impulsionar a criação de empregos e o crescimento são as prioridades de curto prazo, segundo o rascunho. Indicações de que o Federal Reserve, o banco central americano, possa em breve iniciar a redução da quantidade de ativos que compra para estimular a economia dos EUA, uma política conhecida como relaxamento quantitativo, provocaram quedas das moedas, títulos e ações nos mercados emergentes.

##RECOMENDA##

"Mudanças futuras às definições de política monetária vão continuar a ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas", diz o rascunho do comunicado. "Reiteramos que o excesso de volatilidade dos fluxos de capital e dos movimentos desordenados das taxas de câmbios têm implicações adversas para a estabilidade econômica e financeira." Fonte: Dow Jones Newswires.

Os Estados Unidos e a Europa estão em diferentes momentos econômicos e é completamente justificável o Banco Central Europeu (BCE) manter uma política monetária acomodatícia, mesmo se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) apertar sua política, disse hoje o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia, Olli Rehn.

"O BCE indicou claramente que a política monetária pode permanecer acomodatícia durante o tempo que for necessário", contou Rehn, durante uma conferência econômica no Sudeste da França. "Embora a orientação da política dos EUA possa se tornar mais restritiva, uma política mais acomodatícia na zona do euro é completamente justificável", disse.

##RECOMENDA##

Rehn fez os comentários após o BCE indicar pela primeira vez, na semana passada, uma diretriz futura, quando o presidente Mario Draghi disse que a taxa básica de juros ficaria em níveis estáveis ou baixos por um longo período.

Rehn apelou para que a França continue com as reformas estruturais no sentido de restabelecer o mercado de trabalho e restaurar a competitividade internacional. Para a Alemanha, o pedido segue para estimular a demanda doméstica. Rehn disse que essa estratégia é a melhor combinação para a zona do euro. Fonte: Market News International.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando