Tópicos | Caçadores de validade

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Supermercados são uns dos ambientes que mais estimulam o consumismo. Por lei e sob severas punições, esses estabelecimentos não podem comercializar produtos vencidos. Em Pernambuco, como em outros estados, se o cliente encontrar um artigo fora da validade, pode receber o mesmo produto, em condições adequadas, de forma gratuita e na mesma quantidade que desejava comprar. 

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De acordo com Flávio Sotero, Gerente de Fiscalização do Procon-PE, “esta é uma medida adotada pela Associação dos Supermercados e é válido para os estabelecimentos que aderiram ao Programa de Validade”. Ainda de acordo com Sotero, não há nenhuma lei que obrigue o estabelecimento a tomar esta medida, apenas que sejam comercializados produtos dentro do prazo. 

A equipe do Portal LeiaJá visitou estabelecimentos do Recife e registrou que consumidores utilizam a medida com práticas julgadas de má fé por funcionários de supermercados. 

“Tem gente que vive disso, fazendo essa prática. A equipe já conhece esses clientes”, contou o gerente de uma das lojas - localizada na Zona Norte da capital - de uma grande rede de supermercados, Diego Pena. A encarregada de sessão, Edilene Magalhães, contou que essas pessoas vão à loja dias antes, analisam as datas e voltam no dia que os produtos vão vencer. “Eles chegam aqui antes mesmo da loja abrir, mas isso diminuiu porque foi adotado, pela rede, um sistema que realiza a brigada de validade, para fazer o controle de quando cada produto sai da validade”, explica.

Em outras lojas, a realidade é a mesma. “Tem até aqueles que escondem o produto pra no dia do vencimento voltar e apresentá-lo para levar outro de graça”, conta um gerente de um estabelecimento, no bairro de Casa Amarela, que não quis se identificar. 

De acordo com o gerente Wellington Albuquerque, de supermercado situado no bairro da Encruzilhada, também na Zona Norte, “têm pessoas que andam a loja toda e não levam nada, somente observando as validades. A gente não considera essas pessoas clientes porque agem de má fé. Cliente é aquele que, por acaso, durante a compra, encontra o produto e nos informa”. 

Os funcionários contam que não há data específica para essas pessoas aparecerem e é uma visita constante. Apesar de recriminarem a atitude dos 'caçadores de validade', todos os estabelecimentos visitados afirmaram que a medida é rigorosamente cumprida.

A realidade nos pequenos estabelecimentos

Nos mercados de bairro, a realidade difere um pouco. A medida não foi adotada oficialmente por eles, no entanto, cada proprietário adota uma regra. Em uma estabelecimento comercial no bairro de Água Fria, a funcionária Márcia Maria conta que o que costuma acontecer são clientes que levam produtos comprados em outros estabelecimentos e buscam realizar a troca. “Não é constante, mas acontece de trazerem outros produtos, às vezes até o que a gente não vende, para trocar. A gente troca por outro produto ou faz o ressarcimento”. Sem obrigação de tomar essa atitude, ela justifica que “para evitar maiores problemas, faço a troca ou ressarcimento”.  

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