Devido ao rodízio de abastecimento de água no Recife, que teve início nesta sexta-feira (1) por determinação da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a população recorre ao serviço de caminhões-pipa. Entretanto, as empresas só conseguem atender a 1/3 da população da Região Metropolitana do Recife (RMR).
A maioria das companhias do segmento retira a água de poços artesianos - localizados nos bairros do Jordão e Macaxeira, Zona Sul e Norte respectivamente -, mas o volume d’água que pode ser extraído por poço é de apenas 60 mil litros por dia. Contudo, a demanda está sendo muito maior que isso, o que deixa o valor do serviço bem mais caro. Um caminhão pipa de 15 mil litros d’água chega a custar R$ 300, dependendo da localidade.
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Para o diretor de negócios da empresa Disque Água – que atende apenas na RMR - Gustavo Veiga, estas normas devem ser revistas, pois não prejudicará somente as companhias de caminhão-pipa, mas a população em geral. “Existem muitas limitações impostas pelo governo e isso vai prejudicar a cidade inteira, porque as empresas não abastecem só as residências. Todos os serviços de hemodiálise feitos nos hospitais, por exemplo, são feitos com água de poço trazida pelos caminhões-pipa. Portanto, se este racionamento continuar por muito tempo, em algum momento os hospitais também vão ficar sem água”, explicou.
Gustavo Veiga faz um alerta à população sobre os chamados “caminhões piratas”, que são aqueles que não têm licença para retirar água dos poços e, muitas vezes, usam água sem tratamento nenhum. “Deve-se desconfiar de carros-pipa que cobram muito abaixo do valor comum. A população também deve conferir se o caminhão tem licença sanitária, pois toda empresa licenciada passa por uma inspeção de qualidade mensal”, afirmou o diretor.
A paralisação afeta cerca de 60 mil pessoas somente na RMR e irá durar até o mês de maio. O esquema de abastecimento é de 20h com água e 28h sem. As contas da Compesa trarão um calendário contendo os dias de oferta d’água.