Tópicos | Carlo Maria Vigano

Um dos principais desafetos do papa Francisco na Igreja Católica deu declarações negacionistas sobre a pandemia de Covid-19 e foi repreendido pelo Vaticano.

Ex-núncio apostólico em Washington, o arcebispo italiano Carlo Maria Viganò disse, em vídeo veiculado pela emissora La7, que o povo está "saindo às ruas para manifestar o próprio descontentamento em todas as partes do mundo onde a psicopandemia está em vigor".

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"A imprensa de regime se cala sistematicamente sobre aquilo que podemos ver na internet. Despertamos um pouco tarde, é verdade, mas estamos começando a entender que nos enganaram por quase dois anos, contando coisas que não correspondiam à realidade", declarou Viganò.

Em seguida, o arcebispo denunciou, sem apresentar nenhum indício, que infectados pelo novo coronavírus eram mortos "deliberadamente" para fazer as pessoas "aceitarem máscaras, lockdown e toque de recolher".

Viganò é desafeto declarado do papa Francisco e, durante seu período em Washington, se aproximou do clero ultraconservador americano, que representa hoje a principal força de oposição a Jorge Bergoglio dentro da Igreja Católica.

Em 2018, o ex-núncio chegou a acusar o Papa de, no início de seu pontificado, ter se calado sobre denúncias de abusos sexuais cometidos pelo ex-cardeal americano Theodore McCarrick, que seria expulso do clero anos depois.

Apelidado de "exterminador de papas", Viganò trabalhou mais de 10 anos na Cúria, mas foi afastado da secretaria do Governatorado do Estado da Cidade do Vaticano em 2011, após cultivar desavenças na Igreja. Além disso, é um dos pivôs do escândalo "Vatileaks", que vazou documentos sigilosos e culminaria na renúncia de Bento XVI.

Em 2016, o arcebispo italiano foi removido por Francisco da Nunciatura em Washington e forçado a se aposentar.

Resposta

O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Vincenzo Paglia, disse à ANSA, sem citar o nome de Viganò, que quem "nega a pandemia também nega que o mundo mudou drasticamente e precisa de uma profunda renovação".

"Tivemos mais de 130 mil mortos na Itália, alguns milhões no mundo. A economia global está em grande dificuldade, centenas de milhares de pessoas perderam o emprego. Como alguém pode dizer que a pandemia não existe?", questionou Paglia.

Da Ansa

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