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    Uma mulher de 25 anos, identificada como Juliana Brasileiro, descobriu que estava grávida da sua segunda filha e entrou em trabalho de parto, após procurar um hospital ao sentir cólicas persistentes que não passavam nem com auxílio de medicamentos, no Rio de Janeiro. Ela conta que não desconfiava da gravidez, pois tinha menstruado nos dias anteriores e pensou que as dores fossem cólicas menstruais e, por isso, resolveu tomar remédio. 

De acordo com informações da Uol, Juliana não estava conseguindo ficar de pé devido às dores fortes na barriga. Com o aumento do incômodo, o marido dela sugeriu que eles fossem em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para que a mulher recebesse atendimento médico. Ao chegar no hospital, ela foi medicada com remédio para prisão de ventre, mas não surtiu efeito.   

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Em seguida, ela resolveu se consultar com uma ginecologista. Durante a consulta, a médica alertou que ela deveria seguir para a maternidade. “Minha médica fez o exame de toque e falou: ‘minha filha, você está grávida, e muito grávida. Você já está até dando à luz. Vai para uma emergência agora’. Ela me deu um encaminhamento, tudo certinho”, disse. 

Além disso, ela contou que guardou o encaminhamento da médica, pois ninguém acreditava na história. Agora, a mãe e a recém-nascida seguem bem. “Marina já estava até encaixada para nascer, então eu já estava com a dilatação máxima pra poder ter parto normal”.

Um medicamento amplamente utilizado para cólicas menstruais, o ácido mefenâmico, cujo nome comercial é Ponstan, pode ser eficiente para o tratamento da esquistossomose. A descoberta é de pesquisadores da Universidade de Guarulhos, que estudam reposicionamento de fármacos, ou seja, novos usos para medicamentos já existentes. Após passar por testes em laboratório e experimentos com animais, faltam testes clínicos em humanos para que o anti-inflamatório possa ser receitado também para combater a verminose.

O estudo mostrou que o Ponstan reduziu em mais de 80% a carga parasitária em camundongos infectados com o verme Schistosoma mansoni. Segundo os pesquisadores, esse percentual ultrapassa o “padrão ouro” estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para novos medicamentos. Atualmente, só existe um medicamento para o tratamento da esquistossomose, o praziquantel. A eficácia do ácido mefenâmico pode ser até maior do que o antiparasitário disponível, pois ele atuou também na fase larval do parasita.

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A esquistossomose atinge mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da OMS. O professor Josué de Moraes, da Universidade Guarulhos, destaca que esta é uma doença negligenciada e, embora afete uma parcela significativa de pessoas, carece de estudos, vacinas e tratamentos mais avançados. “Estamos falando de doenças da pobreza. A indústria farmacêutica, quando olha para esse público, não vai querer desenvolver um novo medicamento”, disse o autor do estudo.

Produção

Segundo Moraes, a produção de um novo medicamento envolve pelo menos R$ 1,5 bilhão e dez anos de pesquisa e, como a doença atinge principalmente os mais pobres, não há interesse da indústria farmacêutica. “A vantagem do reposicionamento [de fármaco] é que se trata de algo que já existe, que já foi aprovado, já está disponível nas drogarias. E se a gente consegue descobrir que esse medicamento tem uma aplicação diferente daquela que era utilizada, vou eliminar essa etapa de tempo e custo”, explicou o professor.

O estudo de reposicionamento de fármaco desenvolvido na Universidade de Guarulhos começou com a análise de 73 não esteroidais comercializados no Brasil e em outros países. O ácido mefenâmico foi o que apresentou resultados mais promissores como antiparasitário. A descoberta, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi publicada na revista EbioMedicine, do grupo Lancet.

A transmissão da esquistossomose está ligada a locais sem saneamento básico adequado e pelo contato de água com caramujos infectados pelos vermes causadores da doença. Os vermes Schistosoma mansoni se alojam nas veias do mesentério e no fígado do paciente. O indivíduo infectado não apresenta sintomas nas primeiras duas semanas, mas o quadro pode evoluir e causar problemas crônicos de saúde e morte.

Moraes aponta que, uma vez iniciados os testes clínicos em humanos, caso comprovada a eficácia do Ponstan para esquistossomose, em menos um ano as bulas podem ser alteradas e o tratamento recomendado. “É pegar uma região onde você tem pessoas com a doença e fazer o tratamento e monitorar o processo de cura. A única etapa que falta agora é esta. Todos os estudos que são necessários para desenvolver medicamento já foi feito”, disse.

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