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Uma guerra que está longe de terminar une mulheres curdas e muçulmanas na luta contra os atos e sequestros que o denominado Estado Islâmico vem realizando nos últimos anos. Ao invadir uma cidade, o grupo aprisiona os homens - muitas vezes pais de famílias - e sequestra suas mulheres e filhas tornando elas "escravas sexuais". São divididas em grupos e levadas em ônibus. A cada hora, homens do EI chegam e escolhem algumas meninas, estupram e muitas vezes não devolvem para as famílias. De acordo com as informações divulgadas pela agência de notícias internacional BBC, localizada em Londres, o Estado Islâmico acredita que as vítimas não irão para o paraíso. 

A capitã Khatoon Khider, ex cantora, e comandante do batalhão feminino de ex-prisioneiras do EI, deu entrevista à BBC. "Vamos matar milhares de soldados do EI e impedir que eles entrem no paraíso", declarou. A militante disse gostaria de voltar no tempo. "Fico dizendo para mim mesma que se isso tivesse começado um ano antes do EI atacar Sinjar, nunca teríamos deixado que eles nos dominassem". Segundo estimativas das Nações Unidas, entre 5 mil e 7 mil yazidis morreram e outros 5 mil foram sequestrados, sobretudo mulheres.

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A religião dos yazidis - minoria de origem curda - proíbe violência, mas depois que o Estado Islâmico atacou a aldeia de Khider, três anos atrás, muita coisa mudou. Milhares de pessoas morreram, e dentre elas mulheres e crianças foram vendidas como escravas sexuais. Estima-se que 3,5 mil estejam ainda reféns.

De acordo com a BBC, a capitã Khider e a sua tropa são sobreviventes de um dos piores crimes de guerra da história mundial recente. "Nunca quisemos fazer mal a ninguém", diz Khider. "Mas agora não temos outra escolha a não ser matá-los". As garotas do batalhão são jovens, a maioria possui 20 anos. Nadiya, de 17 anos, é uma delas. "Vi as meninas deste exército e quis ser forte como elas", declarou em entrevista à BBC. De acordo com os relatos, as mães são assassinadas, bebês são mutilados e meninas são estupradas 

De acordo com elas, os homens respeitam o "exército feminino". O comandante Xate disse que o grupo luta nas trincheiras como eles. "Antes não as tínhamos. Agora, homens e mulheres lutam igualmente, como um só". A batalha para libertar as mulheres ainda é um processo árduo nas terras orientais. Muitas garotas estão na frente de combate, lutando "face a face" com o exército peshmerga.

Direitos e luta

A cantora, coreógrafa e atriz de origem curda, Helan Abdulla, é conhecida pelo nome artístico Helly Luv, e ficou conhecida pelo single "Risk It All", lançado em 2013, ao desafiar a postura do Estado Islâmico que lançou ameaças após a divulgação do vídeo. Helly nasceu em Urmia, na região do Curdistão iraniano, e seus pais fugiram da guerra no Iraque. Após nascer no Irã, ela foi levada para um campo de refugiados na Turquia. A família seguiu para a Finlândia.

Em 2014, ela gravou seu segundo clipe "Revolution" também na região, em plena guerra no Iraque, em que diz "levanta-te porque nós somos mais fortes como um só, quebrando o silêncio tão alto quanto uma arma, irmãos e irmãs, todos viemos de um". "As diferentes religiões, nós compartilhamos o mesmo sangue. É uma revolução, nós vamos continuar lutando. Pessoas de todo o mundo, em volta do mundo não podem ter medo. Vamos juntos deixe que eles saibam, deixe que eles saibam que estamos aqui é uma revolução", diz a letra da música. Confira o vídeo que gerou revolta para os integrantes do EI:

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