Tópicos | Delegado Paulo Bilynskyj

O deputado eleito democraticamente, Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) usou a tribuna da Câmara dos Deputados para prestar uma homenagem ao avô, que lutou como voluntário na Segunda Guerra Mundial. O parlamentar aproveitou o Dia Internacional da Vyshyvanka (camisa bordada que é símbolo da herança cultural da Ucrânia), celebrado nesta quinta-feira (17), e destacou com orgulho que o avô, o ucraniano Bohdan Bilynskyj foi voluntário da Waffen-SS, exército pessoal de Hitler. 

Em seu discurso, o parlamentar traçou a trajetória do avô e ainda afirmou que luta contra a instalação do que chamou de "regime comunista no Brasil", sem apresentar qualquer prova que confirme suas declarações o paralelo na narrativa que tentou construir sobre o período histórico. "Essas vestes são uma homenagem às minhas origens, ao meu avô Bohdan Bilynskyj, que chegou ao Brasil, em 30 de setembro de 1948, após lutar bravamente pela liberdade de seu país, invadido por russos comunistas. Meu avô Bohdan, aos 20 anos de idade, lutou em uma guerra mundial para libertar a Ucrânia das garras do comunismo. E hoje, como deputado federal, ao lado de meus irmãos, luto contra a instalação de um regime comunista no Brasil”, discursou na tribuna da Câmara.

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No entanto, vale lembrar que os "voluntários" de Hitler vinham por simpatia ao nazismo, enquanto outros não-alemães das forças armadas alemãs eram recrutados ou recrutados em campos de prisioneiros de guerra e segundo o deputado, seu avô se alistou na 14ª Divisão de Granadeiros.

Discursos extremistas

Semelhante ao discurso de Bilynskyj, parlamentares da extrema direita brasileira, especialmente os do PL têm usado as tribunas do Senado e da Câmara dos Deputados para fazer discursos de apreço à figuras históricas brasileiras e internacionais conhecidas pelo seu lado sombrio e atuações ditatoriais que feriram os direitos humanos e que foram devidamente refutadas e condenadas.

Uma dessas menções foi feita pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - ao enaltecer o Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército Brasileiro, que foi condenado em segunda instância por tortura e outros crimes em 1971, durante a ditadura militar - no voto pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Em outras ocasiões, enquanto presidente, Bolsonaro também exaltou Ustra, dizendo que o torturador foi um "velho amigo, que lutou por democracia" e o chamando de "herói nacional".

Em outro episódio protagonizado pela família Bolsonaro e também integrante do PL, Eduardo Bolsonaro, em entrevista a jornalista Leda Nagle, chegou a sugerir como resposta à esquerda a criação de um novo AI-5 (Ato Institucional Número 5). "Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, militares", disse sobre o ato que é considerado o início do período mais duro da ditadura militar, por ter cassado direitos constitucionais. 

 

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