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A confirmação da luta entre Conor McGregor e Eddie Alvarez no UFC de Nova York, no dia 12 de novembro, foi a gota d'água para José Aldo. Em entrevista ao programa "Revista Combate", do SporTV, o campeão interino do peso-pena pediu ao presidente do Ultimate, Dana White, para ter o contrato rescindido e, após ter o pedido negado, ameaçou se aposentar do MMA.

"Desde que eu perdi eles prometeram uma coisa para mim. Vinha no meu pensamento que eu não queria nem mais lutar MMA, chegou uma hora que chegou no meu limite. Sentei com o Dedé (Pederneiras, técnico do brasileiro) há muito tempo, ele me convenceu de continuar, lutei com o Frankie Edgar para ganhar, foi a luta do Dedé. Quando acabou a luta eu ofereci a vitória a ele", afirmou José Aldo, de 30 anos.

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"Depois disso, estava esperando, o cara falou que a luta estava fechada, pessoas do UFC falaram que a gente conseguiu a luta. Não é que estou de cabeça quente, revoltado, nada disso. Estou muito tranquilo, conversei desde muito antes que queria encerrar minha carreira aos 30 anos de idade e tomar novos rumos. Eu nunca lutei por dinheiro, queria fazer um trajetória boa e deixar um legado na categoria. Queria me aposentar como único campeão peso-pena, mas não foi dessa maneira. Sou campeão interino, estou lá em cima, mas estou realmente estou de saco cheio", declarou o lutador.

"Hoje (terça-feira) de manhã estava conversando com o Dedé... Se eles oferecerem qualquer coisa... Para mim, não é questão de dinheiro, eu não aguento mais. Chegou no meu limite. Se ele (Dana) gosta de mim e da minha família como falou, só peço que ele me libere normalmente, não quero briga com ninguém. Quero sair do jeito que eu entrei. O UFC nunca me deu nada. Foi tudo mérito meu, da minha equipe e da minha família. Em nenhum momento eles me deram alguma coisa. Eu conquistei com méritos meus. Dei muito mais a eles do que eles me deram em troca. Só quero que possam me liberar do contrato. Se eles me oferecerem milhões, podem ficar para eles, não quero. Desculpe a expressão, mas não sou p*** para me vender. Sou homem. Meu pai me fez assim", discursou o lutador.

As declarações foram motivadas pela negativa de Dana. Em coletiva para promover o UFC Nova York, o presidente do Ultimate afirmou que não iria atender ao pedido de José Aldo e tentaria resolver o problema. "Não vamos cancelar o contrato dele. A gente sabe que ele ficou muito emotivo, respeitamos muito o José Aldo, a gente gosta de quem está em volta dele. Khabib (Nurmagomedov) queria uma luta nesse card e a gente conseguiu uma luta para ele nesse card. Vamos conseguir arrumar algo legal para o José também", afirmou.

Pela maneira com que foi enfático, José Aldo dificilmente vai voltar atrás da decisão de se aposentar. "Só quero que o UFC me libere para eu seguir a minha vida, minha carreira em outro esporte, que sempre tive o sonho", disse o brasileiro, criticando mais uma vez o presidente do Ultimate.

"Ele (Dana) tinha falado que faríamos a luta contra o Conor pelo cinturão, senão ia enfrentar um desses dois (Pettis ou Holloway). Agora vai querer esperar até a luta (McGregor x Alvarez) acontecer. Se ele (McGregor) perder, luta comigo. Se ganhar, fica no leve e abandona (o título) para eu enfrentar o Holloway. Isso não é uma coisa legal. Está prejudicando a mim, que fiz história, o Holloway, o Pettis, o Frankie ou o peso-pena que for. Não é só falta de respeito com o Aldo, é com a categoria toda. Se o outro ganha, vai querer botar com quem não tem nada a ver", encerrou.

Pela primeira vez em quase dez anos, o Brasil não possui nenhum título do UFC, a principal organização de artes marciais mistas do mundo (MMA, na sigla em inglês). Na madrugada desta sexta-feira, Rafael dos Anjos foi derrotado pelo norte-americano Eddie Alvarez e perdeu o cinturão dos leves da organização. O evento foi o primeiro dos três que acontecem até o próximo sábado, com a realização do UFC 200.

Depois de um começo equilibrado, com Dos Anjos acertando até um chute alto, Eddie Alvarez fez o brasileiro balançar ao contragolpear com um cruzado de direita no queixo. Na sequência do desequilíbrio do adversário, Alvarez seguiu atingindo o rosto e o abdômen do brasileiro, que não conseguia mais manter a guarda. Após mais uma sequência de golpes, o juiz encerrou o combate aos 3min49 do primeiro assalto.

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Logo depois de receber o cinturão, Eddie Alvarez afirmou ter realizado um sonho ao conquistar o cinturão de campeão mundial. "Agradeço a toda a minha família e à minha equipe, que foram as pessoas que me apoiaram e me fizeram chegar até aqui", disse.

O País não ficava sem um campeão em vigor no UFC desde outubro de 2006, quando Anderson Silva conquistou seu primeiro título no torneio, ao destronar Rich Franklin. Porém, a seca brasileira pode durar apenas uma noite, já que Claudia Gadelha sobe ao octógono na noite desta sexta-feira para tentar tirar o cinturão do peso palha feminino da polonesa Joanna Jedrzejczyk.

Depois dela, outros três brasileiros lutam por títulos no UFC ainda neste mês. No sábado, Amanda Nunes buscará ser campeã do peso galo contra Miesha Tate. Na mesma noite, José Aldo tentará o interino dos penas contra Frankie Edgar. Já no dia 30 de julho, no UFC 201, Wilson Reis enfrentará Demetrius Johnson pelo topo dos moscas.

BRASIL COM SALDO POSITIVO NO CARD PRELIMINAR - Das oito lutas no card preliminar, sete contavam com brasileiros, sendo que cinco deles saíram do octógono como vencedores. Pelos meio médios, Alberto Mina e Vicente Luque bateram Mike Pyle e Alvaro Herrera, respectivamente. Entre os leves, Gilbert Burns finalizou o polonês Lukasz Sajewski. Enquanto Pedro Munhoz e Felipe Arantes levaram a melhor entre os galos, Reginaldo Vieira e Dileno Lopes foram derrotados em lutas pela mesma categoria.

ANDERSON SILVA - O lutador brasileiro Anderson Silva fará parte do card principal do UFC 200. O ex-campeão dos médios do UFC foi anunciado como o rival de Daniel Cormier. Ele será o substituto de Jon Jones, que foi cortado do evento, na sequência de mais um resultado positivo em exame antidoping.

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