A era tecnológica nos trouxe muitos benefícios, mas tivemos que nos moldar e aperfeiçoar o nosso dia a dia para encarar a mudança para o mundo digital. A procura por curso de formação que dê uma base ou aprofunde melhor o conhecimento dos alunos nesse novo campo impulsionou a criação de cursos específicos da área. Entre as graduações, a engenharia da computação é a mais nova.
O curso forma um profissional capacitado para criar e compreender sistemas de computação completos, levando em consideração elementos de software, hardware e comunicação, o grande diferencial entre as outras formações (ciências da computação e engenharia elétrica, por exemplo). Como um aprofundamento matemático e físico específico, a graduação prepara o engenheiro para atuar em áreas que envolvam processamento digital de sinais (em comunicação de dados e em processamento de voz e imagens, por exemplo), sistemas de controle, automação industrial, computação gráfica e sistemas de software de alto desempenho, que exijam uma interação profunda com o hardware e o sistema de comunicação da máquina.
O coordenador do bacharelado em engenharia da computação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Aluizio Fausto, explica que o profissional da área tem um vasto campo de trabalho, podendo se aperfeiçoar em qualquer assunto que englobe três temas: computação, comunicação e controle. O professor esclarece, ainda, uma dúvida muito comum entre os alunos: a diferença entre engenharia da computação e ciências da computação. “A engenharia estuda a comunicação e controle, coisa que a ciência não aborda profundamente. O curso de engenharia pode ser classificado como uma junção dos cursos de ciências da computação com engenharia elétrica, já que estuda disciplinas das duas graduações”, explica Fausto.
Atualmente, em Pernambuco, a Universidade de Pernambuco (UPE) e a UFPE são as únicas a oferecerem o curso, de acordo com o Ministério da Educação. Segundo dados da UFPE, os alunos são, em sua maioria, homens. Já as mulheres correspondem somente a 18% do total de alunos em sala. A estudante Vanessa Larize, do 8° período da UFPE, é uma das poucas jovens vistas pelos corredores do prédio. Ela afirma que foi incentivada a fazer o curso pela facilidade obtida com matérias exatas, no ensino médio, e diz não ter nenhuma restrição na graduação por ser mulher. “Acho que as meninas ficam inibidas por ser uma formação onde se encontram mais homens no mercado de trabalho, mas acho que isso vem mudando. De dois anos pra cá, o número de mulheres aqui cresceu muito”, conta.
Para os estudantes Caio Araújo e José Ivson Soares, a identificação pelo curso veio com a tecnologia. Segundo eles, o que chamou a atenção foi o mundo os jogos. Com uma forcinha da matemática e da física, que já dominavam, ficou mais fácil se interessar cada vez mais pela profissão. “O que me atraiu mais foi a possibilidade de inovar e inventar, fazer algo que eu acredito e gosto”, declarou Caio. Para José Ivison, é uma ótima opção para o mercado de trabalho, pois “nos dias de hoje, não se faz nada sem um computador, sem uma rede de comunicação, e é nisso que trabalhamos, tentamos inovar.”
Os formados nessa área não costumam ter dificuldades para entrar no mercado. Com a expansão do parque industrial brasileiro, muitas máquinas automatizadas e operadas por sistemas computacionais passaram a ser usadas, aumentando a demanda pelos profissionais. Porém, a maioria das empresas exige o inglês fluente e, em alguns casos, boa aptidão num terceiro idioma, devido ao grande número de expressões e nomes específicos em línguas estrangeiras. Uma ótima oportunidade para entrar com tudo no mercado e aperfeiçoar o idioma são as grandes multinacionais, como é o caso de Rafael Bezerra, formado em engenharia da computação pela UPE. Rafael faz parte do “Projeto Motorola”, cujo trabalho é testar, programar e aperfeiçoar produtos da marca. “Essa iniciativa das empresas estrangeiras é muito boa, mas temos que sempre nos aperfeiçoar”, declara.
O avanço tecnológico é uma área que se torna difícil de acompanhar, por esta razão Rafael aconselha a sempre estar antenado com as novidades do mercado. “Precisamos estar atentos a cursos de Tecnologia da Informação e outros que possam ser um diferencial na hora de conseguir uma vaga. O profissional não pode deixar de se atualizar”, recomenda o engenheiro. Confira mais dicas no vídeo abaixo.