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Um prédio apresenta sérios riscos aos moradores do entorno da Rua José de Holanda, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife. Abandonado, o Edifício Villagio está com a cobertura preenchida de destroços de materiais de construção desprotegidos. Não há rede de contenção e a sensação é de que o material pode cair a qualquer momento.

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O penúltimo andar do imóvel, também repleto de restos de materiais, concentra água. Algumas poças são visíveis e, próximo desse andar, muitos tijolos estão escurecidos. 

O empreendimento de 24 andares foi abandonado ainda na fase de construção com a falência da Construtora Falcão, após a morte do empresário Sérgio Falcão em agosto de 2012. No local há cartazes de cães de segurança privada, mas um comerciante da área disse que há muito tempo não vê pessoas visitarem o imóvel.

Além de prédios e residências, perto do Villagio há um berçário da Escola Despertar. Muitas pessoas que moram perto do edifício não sabem sobre a situação da cobertura do prédio. A professora Marcela Guerra, que vive em um prédio próximo há aproximadamente cinco anos, não sabia até a equipe de reportagem mostrar algumas das fotos. “Fico com medo que alguma coisa daí caia e machuque quem passa na calçada ou até mesmo pessoas que moram perto”, disse.

Aparentemente a situação do Edifício Villagio não é exclusiva dos prédios abandonados da Construtora Falcão. Na mesma rua, os destroços de outro empreendimento interrompido, o Edifício Columbia, causaram transtornos aos moradores. 

De acordo com a professora do Colégio Militar do Recife (CMR), Cássia Teixeira da Cunha, que mora ao lado do Columbia, o edifício estava na mesma situação há seis meses. “Estava cheio de material em cima. Uma vez caiu uma lâmina de metal no quintal. Sempre que tinha vento alguma coisa caía da laje”, ela relata. Cássia lembra também que durante várias noites era possível ouvir a gritaria de pessoas que invadiam o terreno para roubar o resto do material.

Segundo Cássia, um major que ela conhecia era dono de um dos apartamentos do Columbia. Ele e os demais moradores prejudicados com a paralisação das obras formaram uma comissão e conseguiram que outra construtora se comprometesse a construir um prédio no mesmo local. “Eles limparam a cobertura e colocaram um cachorro de guarda. Melhorou, mas há duas caixas d’água que podem ser foco de dengue. Também tem muita muriçoca e rato”, ela ressalta. 

O Conselho de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) informou que faz apenas a fiscalização do exercício profissional e que a situação do Villagio não é de sua responsabilidade. A Defesa Civil do Recife disse que vai enviar uma equipe técnica ao local para realizar uma vistoria, averiguar a situação de risco e identificar as medidas necessárias a serem tomadas.  

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