Tópicos | falso emprego

De acordo com o ranking realizado pela empresa de tecnologia Kaspersky, no ano de 2020, o Brasil foi considerado líder mundial em registros de Phishing, uma técnica criminosa que utiliza de uma comunicação aparentemente confiável para enganar usuários na internet e cometer golpes. Uma das variantes dessa atividade é a oferta de vagas promissoras de emprego com o único intuito de obter informações valiosas, como dados bancários e até mesmo algum pagamento do usuário.

Esses golpes tendem a crescer principalmente em um cenário de alto desemprego. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de março de 2022 o registro era de 12 milhões de desempregados, de modo que aumentam o número de pessoas em busca de uma vaga de trabalho, inclusive por meio da internet. Porém, o problema está no fato de que nem todos possuem o preparo necessário para navegar na rede e se prevenir de contatos de caráter duvidosos.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, o especialista em segurança cibernética, Taciano Tavares, conta que esse tipo de golpe é um dos que mais atinge os brasileiros. “Esse cibercrime está correndo em massa no Brasil. Muitas pessoas recebem essas mensagens que geralmente chegam com nomes de grandes empresas como Amazon e Americanas. Eles usam mecanismos para atrair as pessoas como propostas de emprego pagando salários altos, às vezes colocam uma mensagem 'trabalhe de casa, sem se preocupar', algo que desperte atenção e faça a pessoa clicar no link.”

Golpe do falso emprego está se tornando comum (Foto: Reprodução)

De acordo com o especialista, os criminosos fazem pesquisas específicas relacionadas ao tema com o qual estão tratando, indo atrás de banco de dados de profissionais que estão em busca de emprego na internet, pessoas que tiveram seus dados vazados em algum vazamento de grandes empresas, como bancos, por exemplo, além de estudar o contexto econômico do país.

“Em geral esses golpes acontecem por e-mail, por WhatsApp e SMS, onde são enviadas informações que chamam a atenção, que provocam a curiosidade da pessoa em clicar e normalmente vêm acompanhadas de um link para incentivar que a pessoa clique. A partir daí, existem várias formas do golpe ser aplicado, entre elas, a instalação de um malware no dispositivo que a pessoa está clicando ou levar essa pessoa para um site, em que ela terá que preencher informações que serão usadas para outro tipo de golpe”, explica.

Como se proteger

O consultor em Recursos Humanos Jessé Barbosa diz que o primeiro passo para evitar cair nesses golpes é conhecer o processo padrão de recrutamento das empresas. “A maioria das empresas utiliza plataformas de seleção, como Gupy e o Kenoby, outras disponibilizam o campo “Trabalhe Conosco” para receber candidaturas no seu próprio site e até mesmo usam redes sociais como LinkedIn. Dificilmente uma empresa irá aparecer enviando uma proposta no e-mail do nada”, frisa.

O consultor de RH ainda alerta para falhas nesse contato que indicam um possível golpe. “Um processo muito escuso, com nome da empresa, local e salário confidencial, o candidato já deve ligar o alerta. Também é um sinal muito importante, um pedido excessivo de informações sensíveis, nenhum recrutador deverá pedir número de documentação e informações bancárias, por exemplo.”

Essa também é uma dica do especialista em segurança cibernética, Taciano Tavares, que afirma que esses golpes geralmente não tem um detalhamento da vaga. “Falta uma especificidade maior sobre aquilo que está sendo proposto e os usuários podem perceber isso. Normalmente vem de números desconhecidos, mas eles também estão usando mecanismos que as empresas reais usam, como operadoras de envio de SMS, que acabam saindo com um código de uma operadora, por exemplo, 7015, 78087.”

Taciano destaca que na busca por emprego por meio da internet, os profissionais devem desconfiar de tudo antes de decidir clicar ou aceitar uma oferta. “O primeiro passo é ser cuidadosa com os links, seja por e-mail, SMS ou WhatsApp, é preciso verificar se vem de um lugar conhecido, se faz sentido clicar nele. Se tiver uma sequência de códigos estranhos, de sites que você não costuma acessar ou conhecer, já é um bom sinal para cair fora. Outra dica é realizar uma varredura dos links que vem no e-mail, com software antivírus.”

O especialista ainda lista outras dicas importantes que podem evitar com que o usuários se precipitem com essas propostas: “Desligar opções que faça download de forma automática ou execute arquivos de forma automática, isso funciona tanto para computador quanto para celular. Os recursos de sms normalmente você tem a opção de fazer a denúncia de spam e isso vai para a operadora de celular. Também é possível criar mecanismo de identificação, pessoas que eu não conheço, que estão me mandando mensagens pela primeira vez, eu tenho que ter um maior desconfiança para acessar este link, estas informações.”

Além disso, Taciano recomenda que os profissionais façam uma busca na internet sobre a empresa que está entrando em contato. Uma dica é entrar em sites como Reclame Aqui e verificar os comentários sobre aquela empresa, se tem muitas denúncias ou se é falsa. Para ele é fundamental não se deixar levar pela emoção de uma oferta promissora, com pequenos detalhes é possível sim, identificar um golpe.

Por fim, o especialista destaca a importância de que em caso de golpe, a pessoa realize uma denúncia. “A polícia civil tem departamentos especiais para crimes cibernéticos, nas grandes cidades isso já existe e deve ser feito um boletim de ocorrência. Da mesma forma, se houve um pagamento relacionado a essa falsa proposta de emprego, a pessoa deve buscar o banco, a forma que fez a transação e tentar o ressarcimento, mostrar que fez a denúncia e que tem o boletim de ocorrência para então rever esses valores", finaliza.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando