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Bailarinos, músicos, dançarinos e produtores culturais do Recife estão bastante insatisfeitos com o atraso do recebimento de cachês que deveriam ter sido pagos pela Prefeitura desde o ciclo junino de 2014. Segundo eles, várias apresentações ainda não foram pagas, mesmo após 7 meses da sua realização.

Integrantes do Balé Popular do Recife afirmam que o grupo ainda não recebeu cachês do São João, quando realizou várias apresentações. "A Prefeitura está em débito com a gente desde o São João. O que eu acho engraçado é que eles pagam aos artistas nacionais, mas aos locais não, por sermos pouco conhecidos", opina o bailarino Adriano Silva, do Balé Popular. Ele afirma que não há sequer informações sobre o prazo de pagamento.

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Músicos e produtores do Recife reclamam atraso de cachês

Uma integrante do Balé Popular do Recife que prefere não se identificar explicou à reportagem do LeiaJá que essa situação é constante e se repete a cada evento que o grupo realiza com o governo municipal. "Estamos aguardando o pagamento desde junho de 2014. Já depositaram o cachê de 3 apresentações, mas ainda faltam 6", conta. Ela explica que está esperando mais informações da Prefeitura: "Os responsáveis pelo financeiro mandaram eu ir lá na última semana de janeiro e aguardar mais detalhes".

Em outubro de 2014, na abertura do Festival Internacional de Dança do Recife, diversos representantes de quadrilhas juninas realizaram um protesto na frente do Teatro de Santa Isabel, centro do Recife. Cerca de 10 representantes protestavam pelo atraso no recebimentos dos cachês das apresentações realizadas no São João.

Na época do protesto, a reportagem do LeiaJá conversou com Michelly Miguel, presidente da Federação das Quadrilhas Juninas do Estado de Pernambuco (Fequajupe). "Estamos aqui para chamar atenção para a nossa necessidade. Muitas quadrilhas têm dívidas por causa das apresentações de junho e o dinheiro da prefeitura é de extrema importância para pagá-las", declarou Michelly. A Prefeitura do Recife prometeu receber o grupo no dia seguinte ao protesto.

Em janeiro de 2015, 3 meses após o ato, a situação ainda não está resolvida. A presidente da Fequajupe informou que grande parte das apresentações ainda não foram pagas. "Fizemos cerca de 390 apresentações, que foram dividas entre 6 produtoras. Apenas uma produtora recebeu 80 % do cachê do ciclo junino", esclarece Michelly. Ela conta que eles alegam problemas na documentação. "Nós entregamos tudo que nos foi solicitado. Eles aceitam e quando se passam 15 dias, pedem todos os papéis de novo. Falam que o jurídico está atrasando o pagamento e também justificam que ultrapassaram o orçamento no São João", declara.

A presidente da Fequajupe ainda afirma que existem muitos grupos musicais, bandas e trios de pé de serra que ainda não foram contemplados com o pagamento do São João 2014 do Recife. Em uma planilha, Michelly mostra que a soma dos cachês de todas as apresentações beira o valor de R$ 500 mil. "Por enquando a gente vai tocando nossos projetos porque não dá para ficar dependendo da Prefeitura do Recife", finaliza.

Dayvson Dance, bailarino independente que realizou apresentações para diversos grupos, também contou ao LeiaJá que não recebeu cachês do São João. "A gente fez todo um trabalho para representar a cultura do Nordeste, nos comprometemos a sermos profissionais nas apresentações, mas a Prefeitura não fez o mesmo", diz. "Além das apresentações do ciclo junino, eu também participei junto com o grupo Pernas de Palco da abertura do mundial de Handebol no Recife, em julho de 2014, e ainda não recebi o meu pagamento", declara o bailarino.

Prefeitura do Recife nega débitos

A prefeitura do Recife, no entanto, rebate as afirmações que dão conta dos débitos referentes ao São João 2014. Segundo o governo municipal, não há pendências relativas ao ciclo junino.

Ao LeiaJá, Camerino Neto, assessor de imprensa da Secretaria de Cultura do Recife, afirmou que não há registro de débito desta época no balanço da prefeitura. "O que constatamos é que não há dívidas da Prefeitura com estes grupos. Para regularizar qualquer situação financeira, os responsáveis devem ir à sede da Prefeitura do Recife", concluiu.

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