O Festival de Cinema de San Sebastián homenageou, nesta quinta-feira (24), a carreira do ator americano Viggo Mortensen, que acaba de estrear como diretor com "Falling", um implacável diálogo entre pai e filho com matizes autobiográficos.
"Estou muito feliz", disse, emocionado, este ator americano de ascendência dinamarquesa em um excelente espanhol, fruto de sua infância na Argentina.
##RECOMENDA##Mortensen, de 61, é o único agraciado este ano com o prêmio honorário Donostia, em reconhecimento a sua carreira de mais de 50 títulos.
Foi a San Sebastián com "Falling", primeiro filme sob sua direção, mas no qual também é protagonista, roteirista, coprodutor e compositor da trilha.
Nele, encarna John Peterson, um piloto que vive na Califórnia com seu marido, Eric, e sua filha adotiva, Mónica, e que ajuda o pai, Willis (Lance Henriksen), um fazendeiro, a encontrar um lugar para passar a velhice.
É um filme "sobre a idade, o medo de ficar doente, de morrer", segundo Mortensen. E também uma exploração com toques autobiográficos da relação entre seus próprios pais, divorciados.
Com esse trabalho, ele disse ter alcançado, enfim, seu sonho de dirigir, o qual acalentava há mais de duas décadas.
À competição na Seção Oficial, somou-se nesta quinta-feira (24) a produção chinesa "Wuhai", uma história de ambição econômica e dívidas rodada na desértica região da Mongólia interior.
O filme inclui curiosas cenas em um parque temático de dinossauros e uma reflexão sobre o dinheiro, já que, de acordo com seu diretor, Zhou Ziyang, o propósito era mostrar "como, nos últimos 20, ou 30 anos, o desenvolvimento econômico prejudicou a sociedade".
Outras 12 produções disputam a Concha de Ouro, concedida ao ganhador na categoria de melhor filme. A festa de premiação acontece neste sábado (26).
Na seção latino-americana, "Horizontes Latinos", o painel de filmes em disputa - nove ao todo - completou-se nesta quinta.
Entre os concorrentes latinos, estão a produção argentina "Edición ilimitada", um filme em quatro episódios sobre o processo criativo da escrita, dirigidos pelos argentinos Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza e Romina Paula, e pela venezuelana Virginia Cosin.
Outro filme é o chileno "La Verónica", de Leonardo Medel, que conta a história de uma modelo popular nas redes sociais, casada com um jogador de futebol. Sua vida desmorona quando ela começa a ser investigada como suspeita do assassinato de sua primeira filha, anos atrás.