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O tráfego da banda larga móvel em todo o mundo chegará a 127 exabyte (EB) até 2020, com crescimento de 33 vezes em comparação com o volume registrado em 2010, abaixo de 5 EB. Com esse forte crescimento, as teles precisam acelerar os projetos de 4G, recomenta o presidente mundial do UMTS (Universal Mobile Telecomunications System) Forum, Jean-Pierre Bienaim, que participou da Futurecom 2011.

“O LTE (Long Term Evolution) é visto como a única solução para evitar o congestionamento das redes móveis nas áreas mais densas”, disse Bienaim ao apresentar no Brasil resultados do estudo “Mobile Broadband & LTE Market – Gobal Forecasts 2020 nd Perspectives for Brazil”.

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O relatório revela que em 2015 o consumo diário dos usuários da banda larga móvel chegará a 155 MB pelas conexões por celular e 256 MB via modem. Em 2020, esses índices subirão para 294 MB pelo celular e 503 via modem. Para se ter uma ideia, em 2010, o consumo de dados pelos terminais móveis estava em 10 MB e 26,7 MB via modem.

A banda larga móvel encerrou 2010 com 1,2 bilhão de assinantes ao redor do mundo, somando usuários de todas as tecnologias, sendo a maioria de 3G. Atualmente, existem em operação comercial no mundo aproximadamente 30 redes 4G baseadas em LTE e o número de clientes até agosto de 2011 estava em 1,5 milhão. As projeções do UMTS Fórum são de que essa base aumentará para 6 milhões até dezembro.

Recomendações

O presidente do UMTS Forum afirma que a web móvel está crescendo rapidamente em todas as regiões e diz que esse crescimento será forte também no Brasil, obrigando o País a adotar medidas urgentes para atender à expansão dos serviços de banda larga. Ele observa que a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, que serão sediados no País, vão gerar grande consumo de dados móveis.

Entre essas medidas, Bienaim aponta a liberação de novas faixas de frequências, como o espectro em 2.5 GHz para redes 4G, cujo leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está previsto para o próximo ano. Ele destaca ainda a necessidade de as operadoras buscarem um equilíbrio para uso da faixa de 700 MHz, o espectro de “dividendo digital”, que será liberado com o desligamento da TV analógica.

“É muito importante que o Brasil tenha um plano de banda larga para 700 MHz para promover a harmonização entre terminais e equipamentos", diz o executivo mencionando que a Ásia já está percorrendo esse caminho para entregar conexões de 1Gbps para usuários da web móvel.

Você não gostaria de saber, com precisão de minutos, quando seu ônibus irá chegar ao ponto? E recarregar seu cartão de tranporte via Internet, sem precisar pegar a fila das bilheterias, muito comuns nas capitais? Uma solução implantada em Curitiba e exibida no estande da Ericsson na Futurecom 2011 mostra que é possível modernizar o sistema de transporte público das cidades.

A plataforma, instalada em 3 mil pontos (somando paradas e ônibus), envolve softwares, computadores de bordo com conexão 3G e GPS e validadores inteligentes.

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O hardware instalado em cada ônibus consiste em um computador Linux com processador Atom (muito comum em netbooks), disco de estado sólido (SSD, sem parte móveis, mais adequado para as vibrações do trânsito) e um módulo 3G/GPS, para comunicação com a central que administra o transporte urbano na cidade. O validador também ganhou um modem para receber dados, e o motorista, um console com tela touch.

O sistema permite à empresa que gerencia o tráfego saber, em tempo real, a posição de cada ônibus na cidade, além de informar ao motorista sobre acidentes ou qualquer outra interferência na rota — inclusive com o envio de um mapa sobre o desvio a fazer. "Isso possibilita distribuir a frota de maneira mais homogênea, evitando comboios de ônibus no mesmo local", diz Mário Lemos, gerente para Novos Mercados da América Latina da Ericsson.

Além disso, prossegue, caso haja algum problema com o veículo, o motorista pode informá-lo imediatamente à central, para que haja o envio de um substituto. "Hoje, inclusive em várias capitais, só se sabe do ônibus quebrado quando ele chega na garagem", afirma.

A tecnologia também facilita a bilhetagem. Em Curitiba, a plataforma permite recarregar o bilhete online. A informação é enviada para os validadores, e o crédito é debitado no cartão quando a pessoa passa por algum deles. Isso acaba com as filas para recarga.

Segurança

Caso o cartão seja roubado ou perdido, o sistema faz o bloqueio imediato, sem a perda dos créditos. Ao retirar um novo cartão e passar pelo validador de qualquer ônibus ou ponto, o dinheiro é devolvido.

Segundo Melo, a solução adotada em Curitiba é robusta, e foi planejada a longo prazo. "É possível, por exemplo, colocar câmeras IP em cada ônibus, e um botão de pânico", explica. "Ao acionar a emergência, o controlador pode acessar, em tempo real, as imagens do interior do veículo", explica. Hoje, muitos ônibus possuem câmeras, mas as imagens só ficam acessíveis depois do assalto ou acidente.

Outro uso potencial para a plataforma seriam campanhas de saúde (ou publicidade) dirigidas para bairros selecionados, em vez de para a frota inteira. Indo um passo além, seria possível enviar publicidade dirigida ao perfil de público que está no ônibus naquele horário, pois essa informação é enviada pelos validadores quando a pessoa passa o cartão. Com simples atualizações de software, também será possível aceitar pagamentos com o celular.

De acordo com o executivo, Curitiba economizou, em um ano, cerca de US$ 275 mil (o equivalente a R$ 475,2 mil, em valores atuais) somente com a redução da papelada no controle da frota, além de outros benefícios "intangíveis", como a facilidade da recarga.

Para ele, a experiência na capital paranaense também foi um "aprendizado" para as operadoras sobre como atender o crescente mercado M2M. "A receita por unidade (ARPU) é baixa, mas o ganho em escala é grande, porque os custos são baixos", diz.

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