Tópicos | Gastronomia Natalina

Na comemoração do Natal, Saint Nicolas, é uma figura muito tradicional dentro das comemorações familiares na Europa Central. Com barba branca e a roupa vermelha, ele chegou ao Brasil adaptado pelos colonizadores, no século XVII, – holandeses que levaram a tradição à colônia Nova Amsterdã, atual Nova Iorque-, onde passou a se chamar também por Santa Claus, o famoso Papai Noel dos contos de Natal. Mas, e a gastronomia?

Na véspera do Natal comemorado no dia 24 de dezembro, assim como no dia 25 de dezembro – nascimento de Jesus para os Católicos -, as famílias se reúnem para a tão esperada festa e a ceia. A cozinha fica cheia de conversas e cheiros, o peru no forno, os doces na geladeira e no balcão, uma produção que não termina até todos estarem dispostos à mesa. 

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A ceia é um costume antigo vindo dos europeus que deixavam as suas casas abertas no dia do Natal para receber os viajantes, peregrinos e anfitriões que confraternizavam em clima de festa. A tradição se espalhou pelos continentes e acrescentou algumas particularidades em cada lugar, como o peru na tradição norte-americana, onde representa a grande colheita e é importante para Dia de Ação de Graças. Já na Alemanha, na mesa temos carne de porco e muitos doces como o famoso pão-de-mel e amêndoas torradas.  Na Polônia, é proibido comer carne vermelha nesta data, e as ceias de são compostas de peixes acompanhados de vinho branco. Já os franceses preferem peru e frutos do mar como as ostras.

Com pratos portugueses e influências europeias e norte-americanas, os brasileiros criam os mais variados menus. Frutas secas, como avelãs enfeitam as mesas e os pratos, e as nozes significando prosperidade remete aos contos de Natal, O quebra-nozes. O panetone criado pelos italianos e que perdura nas mesas das famílias, se tem registros históricos que sua primeira versão em 900 d.C, na cidade de Milão, criado por um padeiro chamado Tone. Um pão com frutas secas e nozes que ficou conhecido como Pane di Toni. 

A outra versão da história, diz que um italiano encantado por uma moça, trabalhava na padaria do pai dela. Para conquistar os dois, ele criou um pão especial e conseguiu se casar com a tão sonhada moça que acompanhava. E a última versão, diz que o chef di ciusine Gian Galeazzo Visconti criou o panetone em 1395, ao elaborar um pão diferente para uma comemoração.

Dentre tantos sabores e encontros o "Café da Manhã com Noel", montado na praça de alimentação do Shopping Tacaruna, apresentou menus com a esperança e diversidade dos sabores natalinos. "O menu não é fixo. Cada sábado tem uma novidade", explicou a chefe Miau Caldas. 

Assinando o cardápio, as crianças tiveram o momento inédito de tomar o café da manhã ao lado do Papai Noel e seu ajudante Panetone. Na sua estreia, a chef apresentou dois tipos de sanduichinhos, um  de queijo cremoso e o outro de peito de peru; Waffle salgado; gelatina de cereja; Pinheiro de Brownie; bolo de chocolate no formato de caixinha de presente; Palito de uva com chocolate derretido; Cookies caseiros; biscoitos Natalinos de Guavira e bolo de laranja. Já para os drinks, achocolatado, Pink Lemonade e água.

Nesse espírito natalino, a chef paulistana - radicalizada em Pernambuco -, contou ao LeiaJá sobre os segredos da mágica do “Café da manhã com o Noel”, realizado no Recife. Confira, a entrevista com Miau Caldas:

Quem é a Chef Miau?

Sou uma cozinheira divertida e sem frescura, que pode ser um doce ou um terror. Tem prazer em ajudar, ensinar e aprender com todos que passam por ela. Sabe cobrar e elogiar e adora um projeto com conceito novo nas consultorias gastronômicas que realiza. 

Como surgiu a paixão pela gastronomia?

Desde criança estou dentro da cozinha. Minha avó paterna, cozinha maravilhosamente bem! Ela e toda a família de São Paulo são italianas e espanholas. Mesas enormes de madeira, muita gente na cozinha, falando alto, rindo, bebendo vinho e conversando. Foi assim que cresci e tomei gosto por esse universo de aromas, temperos e dedicação. 

O que o Natal representa para você? Alguma ligação em especial?

Natal é época de reflexão, de avaliar tudo e todos a sua volta. Rever atitudes, sentimentos, e tentar consertar o que fez de errado, de ser grato. As pessoas ficam mais emotivas, sensíveis, é um clima diferente que paira no ar! Admito que fico meio deprê pensando em tudo isso, em tudo que passou no ano, mas ai vem logo Réveillon, que é um outra vibe!  Clima de esperança e renovação, de sacudir e dar a volta por cima em tudo que não deu certo ainda. 

Como foi desenvolver o cardápio natalino?

Foi uma delícia, me fez voltar a ser criança.  Se pudesse, teria mais de 30 itens essa mesa. Natal é fartura, comilança, esquecemos as dietas e restrições. É a época pra se esbaldar de comida boa!

Quais são os cinco ingredientes que te definem?

Coentro, batata doce, beterraba, sal e pimenta. 

Uma sobremesa que te descreve: Ambrosia, amo demais!!! 

Uma história que te marcou na cozinha

São muitas! Umas engraçadas outras não, mas todas me marcaram. Mas a que mais me marcou mesmo, aconteceu no primeiro dia que eu entrei numa cozinha profissional. Era estagiária, toda empolgada e a cozinheira mais antiga da casa olhou pra mim, apontou o dedo na minha cara e disse: “Você não serve para a profissão, não vai durar nem uma semana aqui. Por que não desiste logo?”, e ainda disse: “Você não leva jeito pra isso”. Passei dois anos e meio nesse restaurante e estou até hoje, seguindo em frente. 

Em uma palavra Gastronomia e Natal é:

Vida e Reflexão

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