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Com várias manifestações ocorrendo no País, o protesto promovido pelos centros sindicais - grupos que tradicionalmente realizam mobilizações no Brasil desde o começo do século XX - não é mais um movimento protagonista. O chamado Dia Nacional de Lutas, evento promovido pelos órgãos de interesse da classe trabalhadora, na última quinta-feira (11), parece que está perdendo representatividade.
Muitas reivindicações dos centros sindicais foram parecidas com a de outros protestos recentes. A melhoria na saúde, educação, segurança, presentes em outros protestos, foram unificadas com a redução da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas semanais (Proposta de Emenda à Constituição231/95), o fim do fator previdenciário (Projeto de Lei 3299/08), o reajuste das aposentadorias e a rejeição do Projeto de Lei que regulamenta a terceirização (PL 4330/04).
##RECOMENDA##Mas, diferente das expectativas dos líderes das classes trabalhadoras, o movimento não foi aderido pela maioria da população que caminhou nas ruas em outras manifestações. O povo aplaude os centros sindicais, mas prefere levar o seu cartaz e fazer seu próprio manifesto. Sem liderança.
Os sindicalistas marcharam com os políticos e bandeiras de diversos partidos, atitude condenada pelos novos protestantes. “São pessoas com ambições políticas partidárias. Esse pessoal vem usando o movimento sindical como trampolim para carreira política. Além do que algumas entidades podem se tornar chapas brancas. Por isso é mais fácil eles serem recebidos pelos políticos”, opinou o cientista político Michel Zaidan Filho, sobre o encontro dos líderes sindicais com representantes do Governo de Pernambuco e da bancada oposicionista na Assembleia Legislativa (Alepe), na última quinta-feira (11).
“A gente é pluripartidário. Como temos apoio de políticos não podemos excluir eles. Eu dependo deles para votar nas pautas a favor da classe trabalhadora. Eu não podia esconder ninguém. Não existe essa preocupação. Quem dominou o processo foram as centrais sindicais. Partido político em nenhum momento se envolveu”, defendeu-se o presidente da União Geral dos Trabalhadores de Pernambuco (UGT-PE), Gustavo Walfrido.
Mesmo afirmando que a passeata em Pernambuco foi vitoriosa para a classe trabalhadora, Walfrido espera que o povo tenha mais conhecimento político. “O que está faltando é consciência política da classe trabalhadora para participar. O momento é esse de dar resposta aos políticos. A partir do momento que a gente puder fazer isso. Como a sociedade fez. Vamos ter mais força”, declarou.