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O filme mexicano Heli, de Amat Escalante, estreia nesta quinta (3) no Recife. Este é o terceiro longa do diretor, que arrecadou o troféu de melhor direção na primeira edição do Prêmios Platino, premiação para o cinema ibero-americano que foi realizada na Cidade de Panamá em abril de 2014.

O filme retrata a violência que assola o México, de maneira cruel e direta, provocada pelos conflitos envolvendo o tráfico de droga em todo o país, através de Estela, uma menina de 12 anos que vive em uma pequena cidade mexicana e está perdidamente apaixonada por um jovem cadete da polícia. Ele quer fugir com ela e se casar. Para realizar o seu sonho, ele desvia alguns pacotes de droga. A família de Estela terá que enfrentar a violência que devasta a região.

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Heli também venceu os prêmios de melhor filme no Festival de Havana 2013 e no Festival de Cinema Contemporâneo de Montreal de 2013 e de melhor fotografia no Festival de Estocolmo do ano passado, entre outros. Amat é autodidata na cinegrafia, tendo começado a trabalhar com a sétima arte aos 15 anos. Nascido em Guanajuato, México, Escalante ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes de 2013.

O filme mexicano Heli, um cruel retrato de Amat Escalante sobre um México corroído pelo narcotráfico, levou o Prêmio Coral do XXXV Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, anunciou o júri.

Heli representará o México na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. Também valeu o prêmio de melhor diretor a Escalante no Festival de Cannes.

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Após uma abertura festiva e repleta de glamour, o Festival de Cannes passou abruptamente, nesta quinta-feira (16), a cenas da corrupção e do narcotráfico no México, uma realidade ultraviolenta denunciada sem pudores em Heli, de Amat Escalante, que disputa a Palma de Ouro. "Não serve para nada não mostrar a violência para que o público fique confortável e não sofra muito, enquanto a violência continua existindo na vida", afirmou Escalante, 34 anos, que exibe em Cannes seu terceiro longa-metragem, com direito a cenas explícitas de tortura.

Heli, apelido do protagonista (Armando Espitia), mostra como uma família humilde de trabalhadores de uma oficina de automóveis da região de Guanajuato se vê arrastada na espiral de violência gerada pelo tráfico de drogas e a polícia corrupta. "É um filme dramático, extremo. Acredito que a realidade do México é ainda pior que o que eu mostro no filme", disse Escalante. "É um país maravilhoso que padece de um vírus, e este vírus invadiu certas regiões do México. Isso que tentei mostrar".

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A avalanche de violência se abate sobre o jovem Heli e sua incipiente família depois que o namorado policial de sua irmã mais nova, de apenas 12 anos (Andrea Vergara), se envolve com o tráfico de drogas. "Quando alguém assiste a este filme é algo doloroso, deprimente e triste. Do ponto de vista moral, nossa responsabilidade consiste em mostrar a violência como ela é, triste e suja", disse o cineasta.

Durante a exibição para a imprensa, alguns jornalistas deixaram a sala após as cenas mais extremas, mas de modo geral o filme de Escalante, apesar da discussão provocada sobre o grau de realidade que é válido mostrar na tela, teve uma recepção favorável em Cannes. Heli é uma imersão em uma realidade sórdida mostrada sem enfeites ou sentimentalismos. E é justamente esta sobriedade narrativa que ajuda o filme. "Mostrar a violência pela violência não me interessa", explicou Escalante. "O que desejava era mostrar uma espécie de fio condutor que permita colocar esta violência em seu contexto, ver como este contexto exerce influência nos jovens".

Rodado em sistema digital, o filme tem um elenco praticamente amador. Escalante entrevistou quase 3.000 pessoas para o casting e levou os escolhidos para o cenário do longa-metragem antes das filmagens. Mais que um filme sobre a guerra do narcotráfico, Heli é uma obra sobre como muitos mexicanos sofrem como vítimas do crime.

No mundo de Heli há pouco espaço para a esperança, apenas o sexo e os filhos são percebidos como uma fuga para um futuro incerto. "De alguma forma, o sexo é a última esperança", disse o jovem diretor.

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