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Muito pequenos ou muito caros, os alojamentos durante a Copa do Mundo do Catar-2022 preocupam os torcedores. Alguns declararam uma "surpresa agradável" e outros "decepção".

O mais barato

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Oitenta euros a diária por um quarto para duas pessoas com camas e armários de ferro, um banheiro privativo e cozinha compartilhada em edifícios simples de três andares: o vilarejo de Barwa Barahat Al Janoub (30 km ao sul de Doha) é o alojamento mais barato oferecido na plataforma oficial do comitê organizador.

Os quartos estão lotados. "Na foto não parecia acolhedor, mas o mais importante foi a relação qualidade-preço", comenta o polonês Pawel Poprawka, 37 anos, que se declarou "agradavelmente surpreso" com o tamanho do seu quarto (quase 20 metros quadrados), apesar da ausência de mesa e cadeiras.

"O supermercado e os restaurantes funcionam 24 horas por dia (...) e é muito comunitário, com pessoas de diferentes países todas juntas", afirma Natalie Alvarez, 20 anos, uma americana que torce para o Equador.

Tendas decepcionantes

"Não parece que isto vale 200 dólares por noite..." Assim como o mexicano Pedro Barajas, de 18 anos, os torcedores reunidos na vila de 1.800 tendas de Qetaifan Island (uma ilha artificial que fica 20 quilômetros ao norte de Doha) sentem um misto de decepção e irritação.

Sob as lonas de plástico branco, duas camas de solteiro, uma mesa de cabeceira, um abajur, tomadas elétricas e um ventilador.

"Não há coordenação, nem televisão, nem ar condicionado, nem luz", lamenta o iraniano Hossin Khosravi, 37 anos.

"Na verdade, não há chuveiros, são cabines de banho com mangueiras", acrescenta Barajas.

Como o local tem uma 'fan zone' perto do mar, "eu esperava encontrar pessoas, música (...) mas parece mais uma cidade fantasma", lamenta Aaron Sanchez, 24 anos, com o uniforme do México.

"O que oferecemos é condizente com o que foi vendido. Caso as pessoas tenham preocupações, nós solucionamos", afirma a empresa que administra o local, Qetaifan Projects.

A vila está esgotada até domingo, durante o pico de visitas previsto ao emirado, e depois voltará a abrir para reservas.

Camping de luxo

A 'Fan Village' de Al Khor (50 km ao norte de Doha) oferece um camping muito mais luxuoso, com tendas espaçosas e climatizadas, equipadas com televisão, geladeira e banheiros privativos - sem esquecer a academia, quadras de padel, piscinas e acesso a uma praia - por 400 e até 1.000 euros a diária.

"Não é muito caro", opina o mexicano Jonathan Hernández, que buscava "conforto" com a esposa grávida.

Mas "o que é engraçado" é que já passaram três ou quatro dias desde o início do torneio e ainda não estabeleceram os preços de todos os extras".

Mohamed Al Hadjari, um saudita de 34 anos, aprecia o respeito às tradições da região: "Com a família e os amigos, nós costumamos acampar assim uma ou duas noites fora da cidade, por isso é uma boa experiência".

Entre as opções mais caras ainda disponíveis estão um quarto em um cruzeiro ou em uma vila por mais de 1.000 euros a diária.

Na casa de conhecidos

Assim como Amr Elserty, que ficará hospedado durante nove dias na casa de seu primo, muitos torcedores passam toda ou parte da estadia no Catar na casa de conhecidos.

O egípcio de 39 anos gastou "900 euros pelas passagens de avião mais baratas possíveis" a partir da França e "quase 1000 euros em ingressos para quatro partidas".

"Se tivesse que pagar ainda mais por hospedagem, teria sido impossível viajar", explica.

Seu primo hospeda outro amigo e mais tarde receberá os sogros. "Gosto de ajudar meus amigos que desejam viajar e não têm como pagar por hospedagem. Três deles ficarão na minha casa, um após o outro", afirma Ahmed El Ghoul, de 33 anos, um egípcio que mora em Doha há sete anos.

O Rio de Janeiro deve receber 865 mil turistas no período do réveillon e  movimentar a economia carioca com US$ 691 milhões, segundo dados da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur).

A ocupação hoteleira, entretanto, será inferior à do réveillon do ano passado. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, trabalha com a perspectiva de ter 85% até 88% de ocupação média dos hotéis no réveillon, número menor do que a de 2015 na zona sul (98%), pois a oferta de quartos aumentou em quase 20 mil desde o ano passado devido à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos na cidade.

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Lopes acredita que a atividade turística é a que pode dar resposta mais rápida à crise. “Nós acabamos de ser testados aqui na Olimpíada e fomos muito bem, todo mundo elogiou o Rio de Janeiro, a prestação de serviços, a hospedagem. A gente pode dar uma recuperada já em 2017 e aumentar bastante a ocupação na cidade, gerando tributos e empregos”, disse.

Olimpíada

Durante a Olimpíada, o Rio de Janeiro registrou recorde histórico de turistas, principalmente estrangeiros. De acordo com a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), 1,17 milhão de turistas visitaram a capital fluminense em agosto deste ano, sendo 410 mil estrangeiros, com gasto médio de R$ 424,62 por dia. A maior parte veio dos Estados Unidos (17%), seguidos da Argentina (12%) e Alemanha (7%). Entre os 760 mil turistas nacionais, o gasto médio diário foi R$ 310,42 por pessoa.

Lopes diz que a permanência média de turistas nas festas de réveillon e carnaval no Rio de Janeiro fica entre três e quatro dias. Nos Jogos, esse número foi de 15 dias. “Um número elevadíssimo de turistas e, também, uma promoção mega da cidade”, disse.

A retração do número de turistas no período pós-Jogos, que Alfredo Lopes classifica de “ressaca olímpica”, já era esperada pelo setor, comparativamente aos mesmos meses do ano passado. Ele diz, entretanto, que o Rio de Janeiro começa agora sua alta temporada, com o verão, réveillon e o carnaval. Lopes acredita que a retomada do volume de visitantes será muito mais rápida do que ocorreu em Barcelona (Espanha), que sediou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 1992.

Contrassenso

Com base na vocação turística e de serviços do estado do Rio de Janeiro e da capital fluminense, em particular, o presidente da ABIH-RJ, criticou a decisão do prefeito eleito Marcelo Crivella de extinguir a Secretaria Especial de Turismo do município. Crivella anunciou que reduzirá pela metade as 24 secretárias da cidade do Rio e uma das extintas foi a do Turismo.

As políticas públicas para o setor serão definidas por um conselho formado por empresários e ligado ao gabinete do prefeito. No dia 16, Lopes encaminhou carta a Crivella, na qual fazia um apelo para manutenção da secretaria, considerada órgão de extrema relevância para o desenvolvimento do setor.

“É um contrassenso, nesse momento, inclusive, extinguirmos a Secretaria de Turismo porque acabamos de sediar a Olimpíada e a Paralimpíada, tivemos o maior calendário do mundo de eventos e o Rio vai ser a Cidade Olímpica até 2020”.

Em relação ao conselho, Lopes admite que poderá ser importante para trazer novas ideias e buscar parcerias e patrocínios, mas no médio e longo prazo, o caminho adequado é ter uma Secretaria de Turismo que esteja interligada com outras secretarias. “Na verdade, turismo depende de tudo, da limpeza, da ordem pública, de urbanismo. Acho que está tudo interligado”.

Ações

Na avaliação de Alfredo Lopes, uma das ações que o novo conselho de turismo da prefeitura deverá empreender será a criação de um calendário de eventos forte e diversificado na cidade, aproveitando que o Rio de Janeiro tem todas as modalidades de esporte para trazer campeonatos mundiais para cá.

O conselho deverá captar eventos científicos, esportivos e de negócios em todas as áreas, além de shows nacionais e internacionais. “Fortalecer eventos que já existem, como carnaval e réveillon. Nós já temos muitos eventos durante o ano que já são marca registrada em nível nacional e internacional”.

Entre as barreiras ao aumento do turismo não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil, Lopes citou a exigência de visto. Segundo ele, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, sinalizou que pretende prorrogar a isenção de vistos concedidos durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, para continuar atraindo visitantes internacionais ao país.

Durante os Jogos, foram beneficiados com a isenção unilateral de vistos, decidida em conjunto pelos ministérios do Turismo, da Justiça e das Relações Exteriores, turistas da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão.

A rede hoteleira do Estado não tem muito o que comemorar no São João de 2015. Comparado ao ano passado, o período é bem menos movimentado e a queda na procura de hospedagens é visível. Em entrevista ao LeiaJá, o presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), Eduardo Cavalcanti, disse que, mesmo sem aumentar os preços, o feriado será menos rentável que em 2014.

“Nos dias de São João, chegaremos a 80% de ocupação em Caruaru e também 80% em Gravatá. O que representa uma queda respectiva de 12% e 15% em relação ao ano anterior. Mas fracasso foi no Recife, onde só 40% dos leitos foram ocupados, mais de 15% a menos que em 2014”, avaliou Cavalcanti. O gestor da ABIH-PE exemplificou a situação com o caso do hotel Portal de Gravatá, do qual é proprietário. “Ano passado, a 45 dias do São João, já estávamos lotados. Neste ano, precisamos chegar a oito dias da festa para ocupar todas as vagas. A crise chegou e abalou muito o segmento”.

Em Caruaru, o número de leitos chega à casa dos 2.500, se somados hotéis e pousadas da cidade. De acordo com a ABIH-PE, por causa da demanda reprimida, não houve condições de atualizar a tarifa e os preços oferecidos em 2015 são os mesmos do ano anterior. A situação de Caruaru, mesmo assim, é melhor do que a vizinha Campina Grande, na Paraíba. Se na capital pernambucana do forró a ocupação atingiu os 80% de ocupação, a cidade paraibana tem previsão de apenas 70% de leitos ocupados no feriado. 

“No ano passado, Campina Grande estava com previsão de 90% de ocupação da rede hoteleira. Este ano, 70%, uma previsão bem menor. Com certeza, a crise econômica interfere neste dado”, avaliou o presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis na Paraíba, José Inácio Júnior. Agora se a comparação for entre as capitais Recife e João Pessoa, a ocupação na paraibana é maior, pois deve registrar uma taxa de 65%, segundo a ABIH-PB. A marca mantém o mesmo percentual registrado no ano passado, o que é motivo de comemoração para o setor. 

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