Antes da Copa América começar, poucos apostavam no Peru e na Bolívia, mas os dois se enfrentam nesta quinta-feira, em Temuco, sonhando com uma classificação nas semifinais, nível já alcançado pelos peruanos na última edição.
O clássico andino é o duelo menos atrativo das quartas de final, e o vencedor do choque entre Chile e Uruguai, nesta quarta-feira, deve esfregar nas mãos, com a perspectiva de uma caminho aberto rumo à decisão.
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Peru e Bolívia, porém, não passaram de fase por acaso. Não chegaram a empolgar na primeira fase, longe disso, mas tiveram o mérito de avançar em segundo lugar dos seus grupos, deixando para trás seleções em teoria superiores.
Depois de ficar fora da Copa do Mundo no Brasil por causa de campanhas pífias nas eliminatórias (Peru terminou em sétimo e Bolívia em oitavo, com nove seleções disputando vagas), as duas equipes vêm tendo um desempenho acima do esperado no Chile.
Fim da seca boliviana
Os peruanos terminaram na vice-liderança da chave C, atrás do Brasil, mas à frente da favorita Colômbia, que enfrentará a Argentina de Messi nas quartas por ter se classificado apenas entre os melhores terceiros colocados.
Depois de perder de virada por 2 a 1 para os comandados de Dunga na estreia, ao sofrer um gol nos acréscimos, Paolo Guerrero e companhia derrotaram a Venezuela (1-0) e seguraram o empate sem gols com os colombianos.
Já a Bolívia terminou em segundo lugar do grupo A, atrás do Chile. Na estreia, empatou em 1 a 1 com o México, que se apresentou com time B, mas surpreendeu a todos na segunda rodada ao superar o Equador por 3 a 2, em partida que chegou a vencer por 3 a 0 no intervalo.
No terceiro jogo da fase de grupos, porém os bolivianos foram massacrados por 5 a 0 pelos anfitriões chilenos, a única partida com mais de um gol de diferença até agora na competição.
O triunfo da 'Verde' sobre os equatorianos foi o primeiro em 18 anos na Copa América, desde 1997, ao disputar o torneio em casa, e era beneficiada pela altitude. Foi vice-campeã, perdendo a final para o Brasil, na partida que levou o técnico Zagallo a disparar para os jornalistas: "você vão ter que me engolir".
Bicampeã do torneio (1939 e 1975) a seleção peruana é favorita pela tradição, e pela qualidade dos jogadores, um pouco superior à dos bolivianos, com nomes de destaque internacional, como Guerrero (Flamengo), Jefferson Farfán (Schalke 04) ou Juan Vargas (Fiorentina).
Mesmo assim, os bolivianos acreditam no seu potencial, e o capitão Ronald Raldes espera um duelo "muito parelho". "Ninguém pode ser subestimado, vamos mostrar que somos capazes de jogar de igual para igual com eles", avisou.
Desfalques peruanos
O técnico do Peru, Ricardo Gareca, que teve passagem conturbada no Palmeiras no ano passado, não poderá contar com dois jogadores importantes, Carlos Lobatón, motorzinho da equipe n meio de campo, e o lateral esquerdo Josepmir Ballón, ambos suspensos por acúmulo de cartões amarelos.
No lugar do segundo, Gareca deve escalar Yoshimar Yotún, que, como o treinador argentino, não convenceu no Brasil, quando defendeu o Vasco, em 2013.
"O professor nos mediu muita entrega. Vamos dar tudo por esta camisa e correr por cada bola", prometeu o lateral.
"Havíamos traçado a meta de nos classificar para as quartas, e conseguimos. Agora, vamos disputar uma final contra a Bolívia. Até agora, nunca fomos favoritos, mas isso não significa que não temos fé na nossa equipe", afirmou Gareca.
A partida está marcada para 20h30, no estádio Germán Becker de Temuco (679 km ao sul de Santiago), e será apitada pelo colombiano Wilmar Roldán.
Prováveis escalações:
Peru: Pedro Gallese - Luis Advíncula, Carlos Zambrano, Carlos Ascues, Juan Vargas - Christian Cueva, Yoshimar Yotún, Edwin Retamoso, Joel Sánchez - Jefferson Farfán e Claudio Pizarro. T: Ricardo Gareca.
Bolívia: Rómel Quiñónez - Miguel Hurtado, Ronald Raldes, Edward Zenteno, Leonel Morales - Alejandro Chumacero, Danny Bejarano, Martin Smedberg - Damián Lizio - Ricardo Pedriel y Marcelo Martins. T: Mauricio Soria.