Gisele Bündchen, toda de jeans, com a calça rasgada e a jaqueta estonada, fechou o desfile da Colcci passando uma imagem jovem e urbana. E disse muito sobre o espírito que permeou a maioria das coleções no segundo dia da São Paulo Fashion Week. Roupas fáceis de usar, feitas para despertar desejo imediato (e vender) dominaram a cena. O estilo das ruas guiou a coleção da Colcci, assinada pela estilista Adriana Zucco.
Influências dos anos 1960 foram vistas nas saias em A, nas pelerines, botas de cano alto e na cartela de cores que inclui caramelo e bordô. Dos anos 1990, vieram as parcas esportivas, as influências militares e, claro, o jeans. Antes de o desfile começar, a organização do evento homenageou Gisele com um breve vídeo com cenas da top em ação. "Tenho o mesmo tempo de carreira que o evento. É uma honra fazer parte da história da moda no Brasil", disse ela.
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Nova geração
Entre as apresentações do dia, Pedro Lourenço foi o que mais se destacou. Aos 24 anos, está de olho no futuro e apresentou uma coleção menos conceitual e mais comercial, mirando mulheres jovens. O desfile trouxe calças de couro com a cintura alta e a silhueta bem feminina. Tops curtos, com a barriga à mostra, também ganharam recortes geométricos e decotes profundos. Tudo veio mais sexy.
Nos vestidos e saias-lápis, sempre presentes nos desfiles do estilista, foram aplicados paetês. Mangas longas despontaram como tendência para o inverno, ao lado de saias de couro e peças de crepe, neoprene (de um tipo mais leve) e seda. "Quando eu era pequeno, viajava muito a Paris com meus pais. Dessas lembranças, veio a inspiração para a coleção", conta Pedro, que abriu o segundo dia da SPFW.
Nesta temporada, uma nova geração de estilistas se destaca e traz frescor ao evento. Com um desfile elogiado, Giuliana Romanno, que estreou no início do ano, é um exemplo dessa renovação. "A coleção é ótima. Ela mostrou saias abaixo do joelho, que estão super em alta, de um jeito sexy. Não ficou careta", diz Daniela Falcão, diretora de Redação da revista Vogue.
A estilista, conhecida pela alfaiataria chique e peças de vinil e crepe recortadas manualmente, conta que, nesta coleção, começou trabalhando com uma linha de camisolas e lingeries, que resultaram em túnicas e calças-saias interessantes. "Sinto que faço parte de um novo movimento da moda nacional. Estou em um momento feliz da carreira", confessa ela.
Com influência na juventude da década de 1990, Andrea Vieira, da grife Pat Pats, filha de Patricia Vieira, levou sua coleção ao Hotel Unique. Trouxe para a plateia de blogueiras e jovens clientes um pequeno show do cantor Fiuk. Na passarela, apostou em calças jeans, jaquetas, cropped com motivos geométricos e vestidos justinhos, em sintonia com as imagens dos sites de streetstyle, que viraram febre nos últimos anos. Tudo bem pop.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.