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O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira vai â Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (10), para promover uma enfática defesa de Michel Temer e pedir aos deputados da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que votem pela não autorização ao Supremo Tribunal Federal e barrem a abertura de processo criminal contra o presidente.

Após a leitura do parecer do relator, deputado Sérgio Zveiter (PMDB/RJ), o advogado do presidente vai fazer sustentação oral, por meio da qual pretende convencer os parlamentares de que Temer é inocente.

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Mariz vai argumentar basicamente o que chama de 'ilicitude da prova' contra Temer, alvo de denúncia criminal do procurador-geral da República Rodrigo Janot por corrupção passiva no caso JBS - o procurador sustenta que Temer era o destinatário real da propina de R$ 500 mil que um executivo da JBS repassou para o então assessor especial do presidente, Rodrigo Rocha Loures, flagrado na noite de 28 de abril pegando uma mala preta com 10 mil notas de R$ 50 em São Paulo.

Na sustentação oral, Mariz vai cravar a 'falta de comprovação dos fatos' atribuídos a Temer. Ele desafia a Procuradoria a apresentar provas de que o dinheiro da JBS iria para o presidente.

Na semana passada, o advogado entregou à presidência da CCJ o documento de defesa, 98 páginas em que busca fulminar em onze tópicos a acusação de Janot.

Nesta segunda, 10, Mariz não vai ler o documento inteiro.

A sustentação oral é a oportunidade que Mariz tem de enfatizar trechos da peça escrita ou esclarecer eventuais dúvidas.

O advogado do presidente considera que os parlamentares da CCJ 'são magistrados'. "É como se eu estivesse no tribunal", diz o criminalista.

Ao final da sustentação, Mariz vai pedir aos deputados que não deem sinal verde ao Supremo para abertura da ação criminal contra o presidente.

Sem votos para garantir uma vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a base aliada formalizou na manhã desta segunda-feira (10), mudanças na composição do colegiado.

O vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), já aparece oficialmente como membro titular da comissão no lugar de José Fogaça (PMDB-RS), que virou suplente. Membro da "tropa de choque" do governo, Marun abriu a temporada de trocas na comissão quando foi colocado na suplência no lugar de Valtenir Pereira (MT), que trocou o PMDB pelo PSB

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O PTB também tirou da vaga de titular Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), notório opositor do governo. Faria de Sá foi para suplência no lugar de Giovani Cherini (PR-RS) e para a vaga de titular do PTB foi formalizado Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Na bancada do PSD também há perspectiva de mudanças na representação na CCJ. Evandro Roman (PSD-PR) deve substituir Expedito Netto (PSD-RO) como titular.

Só o Solidariedade fez quatro trocas nos últimos dias. Primeiro saiu Major Olímpio (SD-SP), que votaria contra o governo, e entrou o líder da bancada, Áureo (SD-RJ), na vaga do titular. Olímpio foi para a suplência. Na sequência, Áureo deixou a vaga de titular e indicou Laércio Oliveira (SD-SE), reconhecido governista, para votar como titular.

Em uma vaga de suplente cedida pelo PROS, o Solidariedade formalizou a indicação de Wladimir Costa (SD-PA). Costa ficou conhecido na Casa por ser defensor do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética mas, no dia da votação da cassação no colegiado, mudou de posição diante da pressão da opinião pública.

Pressa

O esforço dos partidos da base aliada é garantir que governistas tenham prioridade de voto na apreciação do relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que será divulgado hoje. Como a perspectiva é de que o parecer será pela admissibilidade da denúncia, os governistas atuam para reverter o cenário ruim e avisam que podem fazer mais substituições.

Ontem, líderes partidários e ministros se reuniram com o presidente Michel Temer para traçar estratégias que acelerem a votação na Câmara. Na CCJ, o esforço é não só para garantir o quórum da sessão de hoje como votar o parecer até quinta-feira, 13. O objetivo é liquidar o assunto no plenário da Câmara antes do recesso, que começa na terça-feira, 18.

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