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Em visita à China, a ministra da agricultura, Kátia Abreu, na última quarta-feira (18), foi surpreendida com o interesse do país em importar um milhão de jumentos por ano para o oriente. 

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No Brasil, a reação não foi diferente. Apesar da surpresa, criadores se mostraram entusiasmados com a ideia. No Recife, onde acontece - até o próximo domingo (22) - a 74ª Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados, o assunto já estava correndo na boca dos expositores do animal. O criador Amon Rodrigues se mostrou entusiasmado com a novidade. "Tomei conhecimento da notícia e acredito que é um ponto positivo para nós criadores, embora não se saiba ainda qual raça é buscada por eles", conta. Ele ainda explica que o animal tem preço variado a depender da linhagem. "O jumento Pêga tem valor que vai de R$ 15 mil para cima por se tratar de uma linhagem mais valorizada. No entanto, acredito que o interesse dos chineses seja pelo jumento nordestino ou no vulgarmente chamado de 'jumento brasileiro'", esclarece. Afinal, esse é um animal que, apesar de apresentar força e resistência, é desvalorizado comercialmente. 

Já o presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Emanuel Rocha, acredita que essa abertura de portas seja positivo para o Brasil, no entanto, acredita que o país não possui capacidade para suprir tamanha demanda. “A depender do que for resolvido pelo ministério e caso essa seja a orientação, os criadores irão se organizar para ampliar o plantel a fim de atender a procura, no entanto, no momento, nós não temos como suprir essa necessidade”, esclarece. 

O técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Jumento Pêga, Coriolano Neto, especula que o interesse dos chineses pelo animal tenha o viés científico. “Algumas pesquisas estão sendo feitas e tratam sobre o leite da jumenta. Acredita-se que ele [o leite] é o que mais se assemelha ao da mulher. Além disso, também há a possibilidade de ter relação aos estudos que falam que o leite pode servir como tratamento contra o câncer”. 

Amon conta que Pernambuco já foi tradicional na criação desses animais, no entanto, essa criação foi sofrendo redução e atualmente, no estado, só existem três criadores de jumento Pêga. Por conta disso, tanto o criador quanto Coriolano acreditam que no primeiro momento é possível que o Brasil possa suprir a necessidade da China, no entanto, caso a cadeia produtiva não seja organizada, corre o risco de escassez e até mesmo do animal entrar em extinção.  

Exportação 

Todos os anos a China abate cerca de 1,5 milhão de jegues [nome usado também para chamar os jumentos] por ano. Desse quantitativo, uma parte é produzida no próprio país e outra na Índia. Esta quantidade ainda é inferior ao habitual, pois 2015 foi considerado um ano fraco em exportação deste animal. Um comparativo é que no ano de 2008 o valor movimentado nesse comércio foi de US$ 309,3 mil, o equivalente a 22,4 toneladas, enquanto, neste ano, o número caiu para US$ 15,4 mil. Ainda em comparação a períodos anteriores, em 2010 foi alcançado o recorde de US$ 385,7 mil em vendas, o que significou 14,9 toneladas.

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Confira a impressão do presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Emanuel Rocha:

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