A psicanálise humana é uma linha que abarca apaixonados e contrariados. O cenário é comum, mas, desde 2010, o assunto vem recebendo críticas ferrenhas de uma grande quantidade de autores, sendo a França palco principal dos conflitos. Os psicanalistas Freud e Lacan são alvos da historiadora francesa Elisabeth Roudinesco nas obras “Lacan, a despeito de tudo e de todos” e “Freud, mas por que tanto ódio?” (Editora Zahar), que acabam de chegar ao Brasil.
Os ânimos começaram a se agitar ainda mais depois que a filha de Lacan, Judith Miller, junto com seu marido, Jacques Alain-Miller, processou a autora por difamação, exigindo uma multa de 15 mil euros. A causa? Um registro do livro onde Elisabeth diz que Lacan foi enterrado na França sem ter os dois desejos obedecidos: ser sepultado, em uma cerimônia católica, na Itália. Segundo a filha do psicanalista, ele descrevia-se como agnóstico. O Tribunal de Grande Instância de Paris se encarregará de discutir o caso no dia 16 de novembro. Anos depois de suas mortes, os gigantes da psicanálise ainda alimentam discussões.