Com uma mega estrutura, o Night of World Champions (NWC) desembarcou em Pernambuco na noite desta terça-feira. O torneio trouxe para o público do Estado 10 confrontos divididos entre K1, categoria rápida e que não permite luta no solo, e também de MMA, modalidade que mistura várias artes marciais e atrai cada vez mais praticantes no mundo.
Os amantes de luta - que compareceram em bom número, mas sem conseguir lotar os 4 mil lugares espalhados pelo Chevrolet Hall - não esconderam a ansiedade para o início dos combates. “Eu curto bastante todos os tipos de luta. Vim acompanhar o campeonato e quero ver a vitória dos pernambucanos”, revelou o contador Heleno Arraes.
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O desejo de ver os confrontos contagiou até profissionais que trabalharam no evento, como o segurança Adeílton Alves, que também é pentacampeão de Taekwondo pela Federação Estadual. “Eu gosto e fico sempre de olho para aprender novos golpes”, afirmou sorrindo.
Grande personagem da noite, o boxeador pernambucano Luciano Torres – o “Todo Duro” – conversou com a equipe do LeiaJá antes do início dos combates sobre a homenagem que receberia no NWC. “Demoraram para me reconhecer, mas a lembrança chegou. E eu quero mandar um recado: em janeiro, eu vou voltar para ‘estraçaiá’”, afirmou explicando que irá realizar duas confrontos no mês.
Na primeira luta da noite,duelo de pernambucanos, realizado com quase uma hora de atraso. No ringue, Douglas Felipe, especialista em muay thai, ganhou para Jacques Waller após um nocaute técnico no terceiro round. “Ele é duro, mas eu consegui. Essa vitória representa um marco na minha carreira”, comentou o vencedor.
Já o segundo embate valeu ao cinturão da categoria peso-pena. E ele ficou com o paulista de 66kg, Cleiton Fernandes, que ganhou por 3x0 do mato-grossense Rafael Soldera de acordo com a arbitragem, que foi unanime no resultado.
Um dos combates mais aguardados era dos pesos-pesados. Na briga pelo cinturão da categoria, entraram no ringue Fábio Santos, 130 kg, vencedor de 19 lutas em 21 disputadas, diante do pernambucano Elias Rodrigues, que tem 15 kg a menos e chamado de última hora para substituir Lucas Sales. Mas a luta durou pouco, já que no segundo round o paulista – que estava com os “nervos a flor da pele” depois da perda de seu pai, ontem - abandonou a luta e foi eliminado por desistência técnica.
No quarto desafio da noite, o brasileiro Giuliano de Lima perdeu a disputa do cinturão dos pesos-médios para o espanhol Antonio Jimenez, após desistir no terceiro round.
O confronto mais esperado do K1, sem dúvida alguma, era do pernambucano Wellington Jacaré, que venceu 34 das 35 lutas que disputou. Ele entrou no ringue para defender o título mundial para atletas até 56 kg e se despedir de competições oficiais. Do outro lado estava o espanhol Marcos Manchon.
Depois de quatro rounds extremamente equilibrados, Wellington Jacaré não resistiu e abandonou o combate no final da quarta rodada. “Estava bem fisicamente, só precisava melhorar o psicológico”, explicou o lutador que ainda afirmou: “não perdi para qualquer um, ele é o melhor do mundo hoje”. Por fim, Ele também destacou a importância do evento. “Fico feliz em ter participado da organização. Essa é a primeira vez que NWC vem para o Estado. Era a minha última luta, mas nunca houve nada para me favorecer. Venceu o melhor e isso é o mais importante”, ressaltou.
Após as cinco lutas do K1, foi dado um intervalo de pouco mais de 10 minutos para a descida do octógono totalmente gradeado, utilizado na disputa do MMA. Enquanto isso, o público ficou acompanhando um poket show da banda “Os Cachorros”.
No primeiro confronto da modalidade, desafio nordestino e vitória pernambucana. Gleison Pitbull ficou com o título dos pesos-pena do NWC, quando o paraibano Geraldo Junior não resistiu e abandonou a luta no segundo round. “Treinei bastante. Graças a Deus eu consegui”, agradeceu.
Logo em seguida, o carpinense Gilmar Silva foi derrotado por nocaute técnico pelo carioca Joel Oliveira, que levou o cinturão dos meio-médios para casa.
Depois de tantos embates, o público se agitou ainda mais ao ver a grande performance do pernambucano Adilson Fernandes, que fez jus ao apelido de Jack Godzilla e aniquilou por nocaute o adversário Ronaldão Estevão, da Paraíba. A vitória valeu o título na categoria pesados do NWC. “Me esforcei muito para conseguir. Agradeço a todos que me ajudaram e também à organização do evento”, afirmou o campeão aplaudido pela plateia.
O penúltimo combate da noite era internacional. O brasileiro Tomeya Sasahara encarou o angolano Sérgio Miguel e se deu bem. O paulista aplicou o famoso “mata-leão” e finalizou a disputa, quebrando uma invencibilidade de quatro lutas do oponente e conquistando o título da categoria médios pela World Kickboxing League (NKL)
A mais disputada luta da noite ficou para o final. O brasileiro Ivo Rodrigo, conhecido como Hulck, enfrentou o português Rafael Silva. O confronto seguiu equilibrado, com vários golpes fortes aplicados e uma pequena vantagem para o visitante. Pela força dos dois oponentes, logo os ferimentos apareceram e foram precisos quatro intervenções médicas.
Faltando pouco mais de dois minutos para o término do terceiro e último round, Hulck não conseguiu continuar por conta da força do adversário e também por um sangramento no nariz. Ele bateu no chão, reconhecendo a vitória de Rafel Silva, que sagrou-se campeão mundial dos meio-pesados no NKL. “Vim para o Brasil sonhando com essa vitória. O Brasil está muito a frente de outros países nesse esporte. Fico muito feliz por ter ganho”, pontuou ao final do evento.