O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que a prisão do supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato, Marco Aurélio da Silva Canal, revelou a existência de uma “organização criminosa” na Receita Federal. Contudo, o magistrado acredita que isso não pode macular a respeitabilidade da instituição.
Marco Aurélio é suspeito de comandar um esquema de extorsão a investigados da própria força-tarefa. Ele e mais 10 pessoas foram presas nessa quarta-feira (2).
##RECOMENDA##O auditor fiscal foi um dos responsáveis por uma apuração da receita Federal sobre movimentações suspeitas de 133 contribuintes, entre eles Gilmar Mendes e a esposa dele, Guiomar Mendes. Os dois tiveram informações vazadas, apesar do procedimento seguir em sigilo.
O ministro do STF usou o Twitter para falar sobre a prisão do funcionário da Receita. “A prisão de Marco Aurélio Canal, supervisor da Equipe Especial de Programação da Lava-Jato, revelou uma organização criminosa na Receita Federal. A RF é uma das entidades mais honradas do país, tendo sido chefiada por grandes nomes como Francisco Dornelles e Everardo Maciel”, escreveu.
“A respeitabilidade da RF não pode e nem será atingida pela ação de transgressores isolados. É o momento de se reinstitucionalizar a Administração Tributária, aprimorando-se os mecanismos de cooperação e combate ao crime a partir do inegociável respeito à lei”, acrescentou Gilmar.
A operação dessa quarta, segundo a Polícia Federal, não tem ligação com a investigação envolvendo o ministro do STF. Em entrevista em junho, Gilmar Mendes já havia questionado as ações de Marco Aurélio Canal.
"Eu sei que houve abuso por parte da Receita, e a Receita sabe que houve abuso nesse caso. Mas tenho curiosidade de saber quem mandou a Receita fazer (a investigação) . O que se sabe é que quem coordenou essa operação é um sujeito de nome Marco Aurélio da Silva Canal, que é chefe de programação da Lava Jato do Rio de Janeiro. Portanto, isso explica um pouco esse tipo de operação e o baixo nível. Às vezes, querem atingir fazendo esse tipo de coisa. Estão incomodados com o quê? Com algum habeas corpus que eu tenha concedido na Lava Jato?", indagou na ocasião.