Tópicos | Maria Minerva

Maria Minerva é rainha da house music caseira. Sua voz flutua intangível entre uma névoa de reverberações. Suas palavras se perdem no espaço. São cantadas para serem esquecidas, em contraponto à pulsação de sua música, esquecida para ser lembrada. Uma estética que nos remete a um passado não tão distante da dance music (hardcore e house da virada dos anos 90) e, sob um verniz lo fi, ou propositalmente tosco, soa familiar e obscura ao mesmo tempo.

"Não quero que as pessoas prestem muita atenção nas letras. A maioria das vezes, são palavras que saíram da minha boca no momento em que estava gravando. Gosto que encarem apenas como elementos sonoros", conta Maria, que vem ao Rio esta semana, para o festival Novas Frequências. "Cantar é tão difícil. Todas as garotas querem cantar. Mas para mim é muito difícil. Por isso uso tantos efeitos quando gravo", completa.

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Por enquanto, é atrelada a uma cena de dance music independente construída em torno da gravadora Not Not Fun, de Los Angeles. Trata-se de uma cena retrodirecionada, que reformula um passado desconhecido através de um ótica contemporânea, com vídeos de filmes B dos anos 80 e batidas pouco lapidadas (ouça Nite Jewel, SpaceGhost Purrp, L.A. Vampires ou Hype Williams, que se apresenta no mesmo festival que Maria, esta semana). Maria, no entanto, não sabe dirigir, e por isso resolveu não ir a Los Angeles.

Nascida na Estônia, foi de Londres, onde começou a chamar atenção, a Nova York, onde deseja ampliar seu som e leque de colaborações.

"Ao vivo, é ainda pior", continua, ao contar sobre a forma como usa a voz em elogiados discos, como "Cabaret Cixous", do ano passado. "Não há situação ideal. Você tem que cantar enquanto aperta todos os botões, o monitor está péssimo porque você não tem assistente de som. Você está gripada. Ou alguém quer falar com você antes do show e você tem que gritar. Depois, chegam as críticas, dizendo que você não sabe cantar", explica.

O que não é verdade. Em suas produções solos, ou em sua recente colaboração, "The Integration LP", com o L.A. Vampires (codinome de Amanda Brown), sua voz é enigmática e refrescante. Seduz, mas sem transparecer emoção. Parece estar constantemente envolta em uma brisa de verão, ou presa em um momento prazenteiro, desses que passamos no fim do ano.

Esta semana, a cantora é um dos destaques do importante Novas Frequências, que traz ao Rio músicos que atuam na vanguarda da música pop, eletrônica e experimental (parte de sua excelente programação vem a São Paulo, no fim de semana, mas Maria não estará presente). Entre os destaques que estarão na capital paulista, está o inglês Actress, produtor de uma mescla de r&b, música experimental e diversas vertentes da música de pista britânica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

NOVAS FREQUÊNCIAS

De 4 a 9, no Rio; dia 8, SP.
Informações: http://2012.novasfrequencias.com/ingressos/

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