Tópicos | Michael J.Fox

Com exceção de Derek e Brooklyn Nine-Nine, o tempo está sendo cruel com esta temporada de estreias de novas séries, a fall season 2013. Mesmo Sleepy Hollow e Agents of S.H.I.E.L.D., programas nos quais apostava algumas das minhas fichas, têm se mostrado dúbios e irregulares. The Michael J. Fox Show era outro que gerava altas expectativas, ao menos para mim, e se estas não foram soterradas, certamente não alcançaram o ápice tão aguardado.

É evidente que mesmo anos após seu papel mais marcante e até hoje lembrado, o ator que interpretou Marty McFly continua afiado, principalmente ao fazer piada de si mesmo. Além disso, seu carisma é inegável, e mesmo que a idade atualmente pese nas rugas em sua face e o Parkinson seja um problema evidente, os trejeitos de meninão continuam lá, levando energia e espontaneidade a todas as cenas nas quais ele está. Porém, o grande problema desta nova série não reside em seu protagonista, mas em suas piadas, já que The Michael J. Fox Show se pretende um programa de comédia.

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Para quem viu o trailer que atencedia a premiere, fica claro que todas as melhores (se não únicas) piadas foram utilizadas nele, e que além deste horizonte não restou muito mais. Mas se analisarmos o mote do humor, veremos que ele mora em um único núcleo, que é o ator em si, sua doença e as consequências que adviram ao longo do tempo ou que inevitavelmente chegarão; e todos estão cansados de saber onde séries de um mote só vão parar. Se subtramas em excesso são claramente um defeito, a não ser que você saiba exatamente onde cada uma vai dar, uma premissa solitária pode ser algo ainda pior.

Incomodou-me também o fato da agilidade nos diálogos. Quando assistia a The Big Bang Theory – pois hoje não tenho mais saco para as repetições de Chuck Lorre -, a agilidade com que Sheldon Cooper processava suas frases podia até nos fazer perder uma coisa aqui e outra acolá, mas sabíamos que isto era uma característica do personagem e que se encaixava sublimamente. Já neste novo show, o roteiro e a montagem, além, é claro, da direção, parecem exigir a todo instante que todos falem o mais apressadamente possível, emendando uma frase noutra e não dando tempo para que o público respire ou processe as ideias que dali estão brotando. Se em Dads, os “dead air” eram um problema mortal (desculpem pela piada), aqui a falta de um espaço ou outro não é apenas pontual: soa como um tapa-buracos para que não percebamos que sob a superfície daquela suposta inteligência pautada na agilidade com que as coisas são ditas, há apenas um deserto árido com muito pouco a oferecer.

Além disso, para que diabos aquela constante câmera tremida quando não há ninguém gravando dentro da trama, ou por que resolver todo o plot do retorno de Michael Henry em um único episódio, apressando um final que não faz qualquer sentido ante a expectativa do novo trabalho do âncora?

Uma verdadeira pena, pois eu realmente cria neste programa e torcia pelo retorno triunfal de Michael J. Fox, mas o que vi foi um piloto mediano com poucas promessas de futuro, daqueles que você diz: “É. Legal. Mas tenho coisas mais interessantes a fazer.”

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