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Sarah Leighton é uma jovem diagnosticada com Síndrome de Asperger, que passa por muitas dificuldades para se enquadrar na sociedade. Leonor Delise é uma diva internacional da ópera que se torna professora de cantos. As duas mulheres tão diferentes entre si precisam estabelecer uma relação ao passo que lidam com suas origens e universos tão distintos. Essa é a sinopse do espetáculo 'O som e a sílaba', escrito e dirigido por Miguel Falabella para as atrizes Alessandra Maestrini e Mirna Rubim.

No palco, as duas apresentam um drama recheado de comédia em um musical interpretado, ao vivo, com árias de ópera. O espetáculo já recebeu 26 indicações nas principais premiações do país, tendo vencido cinco delas, e chega ao Recife para duas apresentações na próxima quinta (28) e sexta (29), no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. 

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O LeiaJá bateu um papo com a atriz Alessandra Maestrini, uma das protagonistas e produtora do musical. A atriz ficou conhecida do grande público após fazer a Bozena, no seriado Toma Lá dá Cá, que lhe rendeu o prêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de Humorístico em 2008. Mas muito além de televisão, Alessandra tem atuado no cinema, teatro e na música, com dois discos lançados.

A artista falou, em entrevista exclusiva, sobre o desafio de excursionar pelo país cantando ópera e também de sua relação com a arte e com o amigo Miguel Falabella. Confira:

LeiaJá (LJ) - Como tem sido excursionar pelo país com O som e a sílaba?

Alessandra Maestrini (AM)-  Eu sei que é lugar comum, mas (o espetáculo) é de fato um presente pra quem assiste e pra quem faz. É uma obra prima do Falabella, pra quem já considera ele um gênio, como eu já considerava, mas é um salto quântico na obra dele. É um texto muito delicado, divertido, transformador e emocionante. O fato de a gente se deparar com a verdade que existe por trás da natureza do autismo, a gente se identifica, porque todo mundo é diferente de uma maneira ou de outra, todo mundo já se sentiu desencaixado. É muito transformador, é um mergulho na gente.

LJ - O espetáculo traz a ópera, que não é um estilo muito popular no Brasil. Como tem sido a resposta do público a isso?

AM -  O espetáculo quebra dois preconceitos, o primeiro,  é contra o autismo, o segundo é contra a ópera e eu te digo com todas as palavras que em todas as sessões o que a gente mais ouve é: 'eu era apaixonado pela ópera e não sabia'. As pessoas saem apaixonadas, querendo ouvir mais, querendo fazer aula de canto. (risos)

Alessandra divide o palco com Mirna Rubim. Foto: Divulgação/Oseas Pedro Jardim

LJ - Isso remete muito a um senso comum de que o grande público só gosta de 'coisa ruim', de produtos de uma chamada subcultura não é? O que você acha das condições do acesso à cultura oferecidas a esse grande público?

AM -  As pessoas gostam do que é bom, só precisa oferecer a eles. Se só se oferece o que há de mais pueril, é o que  elas vão consumir, porque se oferece cultura pueril de forma massacrante, então a pessoa ouve aquilo 10 vezes e começa a achar que é bom. Agora quando se ouve uma vez uma coisa que é muito boa as pessoas voltam 10 vezes pra assistir de novo. 

LJ - Miguel Falabella escreveu O som e a palavra especialmente pra você e essa não é a primeira vez que vocês trabalham juntos (eles já estiveram juntos em Toma Lá Dá Cá e Pé na Cova). Como é essa parceria?

AM -  É uma diversão. A gente se conhece muito, um (conhece) a linguagem do outro. Ele escreveu essa peça tanto pra minha partitura como cantora, quanto pra minha partitura como atriz. Uma das coisas que mais gosto de fazer é pintar entre a comédia e o drama, no meio do que eu tô falando de uma coisa séria você tá dando uma gargalhada, é uma montanha russa de emoções, um parque de diversões. 

LJ -  Você faz cinema, teatro, TV, canta, já lançou discos. Você se sente realizada? Há algo que ainda falta fazer artisticamente?

AM - Tô longe de realizar, quero fazer muita coisa ainda e, especialmente, quero muito falar sobre o presente, trazer coisas que transformam a vida das pessoas mas de um jeito divertido. Eu tô muito feliz de estar viajando com esse espetáculo - que vai virar filme -, porque Miguel sabe muito bem como transformar a vida das pessoas de um jeito irresistível. Eu até brinco no livrinho da peça, que a vida pode ser profundamente espirituosa, as pessoas às vezes acham que tem que escolher, ou você tem que ser profundo e chato ou divertido e raso, mas não, você pode ser profundamente divertido. 

Serviço

O Som e a Sílaba

Quinta (28) e sexta (29) - 21h

Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu - Boa Viagem)

R$ 100 e R$ 50

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