O egípcio Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, procurado pela polícia federal dos EUA (FBI) por suspeita de ter ligações com o grupo Al-Qaeda, deverá se apresentar à Polícia Federal em São Paulo, possivelmente no aeroporto de Guarulhos, disse seu advogado, Musslim Ronaldo Vaz de Oliveira.
"Ele vai novamente até a Polícia Federal prestar esclarecimentos. Ele já esteve lá ontem e se apresentou voluntariamente", afirmou Vaz, acrescentando que Ibrahim ficou assustado quando soube que era procurado pelo FBI.
##RECOMENDA##Segundo o advogado, até o momento não há mandado de prisão nacional ou internacional contra Ibrahim que já morou na Turquia, vive no Brasil desde fevereiro de 2017, é casado com uma brasileira e tem uma empresa do ramo de móveis em São Paulo.
Vaz afirmou que Ibrahim não é da Al-Qaeda ou de qualquer grupo tido como terrorista, mas sim de um movimento chamado Al-Gama'aal-Islamiya Egypt, que apoiava o ex-presidente Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, deposto em 2013. Após a queda de Morsi, o partido foi proscrito e vários de seus integrantes foram presos ou fugiram do país.
"Essa acusação de ligação terrorista não existe. Ele é apenas membro de um partido político que foi criminalizado", afirmou o advogado, acrescentando que foi o governo do Egito quem passou a informação sobre seu cliente e sobre outros opositores para o FBI. "Se ele for enviado para o Egito, o risco de tortura ou morte é muito grande", advertiu.
O FBI emitiu o alerta contra Ibrahim na segunda-feira, dizendo que ele teria ligações com a Al-Qaeda desde 2013 e teria colaborado com o grupo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.