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Mais de 20 elefantes foram mortos em Mianmar em 2017, um recorde para uma espécie ameaçada pela caça clandestina e pelos traficantes, que vendem seus órgãos e suas presas à China, advertiu nesta segunda-feira (5) a ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

"Se essa tendência continuar, a população de elefantes terá desaparecido em um ou dois anos" nesta área, avisou Rohit Singh, do WWF.

"Toda a pressão adicional sobre os filhotes e as fêmeas no período de lactância terá um impacto importante", acrescentou. Até o momento, os machos estão sendo mais caçados por suas presas.

De acordo com o WWF, a população de elefantes selvagens de Mianmar é de entre 1.400 e 2.000 animais, o que coloca o país como a segunda maior reserva do sudeste asiático, atrás somente da Tailândia.

O tráfico de animais selvagens está estimado em um montante de quase 20 bilhões de euros anuais em todo o mundo.

Em Mianmar, as presas são destinadas principalmente à China, mas também para o mercado local.

O número de elefantes selvagens caiu para a metade em menos de uma década em Mianmar. Segundo dados do governo, muito mais otimista do que o WWF, ainda restariam entre 2.000 e 3.000 animais.

As principais razões da diminuição da população de elefantes são a destruição de seu habitat natural e a utilização do marfim, da pele e de algumas partes de seu corpo para a preparação de diversos unguentos da medicina tradicional.

A maior parte do comércio ilegal provém deste país, controlado por redes criminosas, orquestradas e financiadas por poderosos traficantes chineses, segundo os especialistas, que lamentam o desleixo das autoridades.

Caçar um animal em risco de extinção é ilegal em Mianmar, país que assinou a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres (Cites, em inglês), mas a multa máxima é inferior a 60 dólares e as punições são pouco frequentes.

Inúmeros elefantes, uma das 10 espécies em risco de extinção em Mianmar, são mortos ou caçados para o contrabando à Tailândia, onde são utilizados para o turismo.

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