Cool como sempre, Johnny Depp provoca uma onda de risos na sala do Bishops Resort and Spa em que se realiza a coletiva do filme The Lone Ranger. Ele está disposto a fumar o cachimbo da paz? "Estou sempre disposto a fumar um cachimbo." Há um tom na resposta que não deixa dúvida sobre o cachimbo de que fala. The Lone Ranger tomou de assalto os cinemas dos EUA para se beneficiar do feriadão de 4 de julho, a data de independência nacional. O filme é a grande aposta da Disney para o verão norte-americano.
Man of Steel, a nova versão de Superman, por Zach Snyder, com Henry Cavill, também se beneficiou do 4th of july e, rapidinho, ultrapassou meio bilhão de dólares na bilheteria. Quem vai ganhar a batalha dos números? No Brasil, ambos os filmes estreiam na próxima sexta, dia 12.
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Haja cinemas para tanto blockbuster. Hollywood aposta no carisma de Johnny Depp para transformar The Lone Ranger num fenômeno. Ele, por sinal, não faz o herói e o papel de John Reid cabe a Armie Hammer. Depp interpreta o parceiro do ranger, Tonto, e explica que fez o filme como homenagem a seu ídolo e mentor, Marlon Brando.
No começo dos anos 1970, Brando fez sensação ao enviar uma certa Sacheen Littlefeather para receber o Oscar que ganhou por O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola. Era a sua maneira de protestar contra o genocídio dos nativos americanos. Johnny Depp absorveu a lição e conta como seu irônico retrato de Tonto visa a subverter os clichês que o cinema plantou no imaginário dos espectadores. "Encampar o clichê e com ele provocar o riso pode levar o público, de uma estranha maneira, a reconhecer como foi induzido a aceitar uma representação incorreta dos índios." E ele observa - "Os nativos americanos só foram chamados assim porque (Cristóvão) Colombo achou que tinha chegado à Índia. Assim se constrói a história." Depp acrescenta que seu interesse pelo assunto não é político nem ideológico. Diz que tem sangue índio. Está honrando seus ancestrais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.