Tópicos | o que não falar

Em reunião com ministros, na semana passada (18), em Brasília, o presidente Lula (PT) fez um comentário sobre a população com deficiência, que não repercutiu bem para sua imagem. Ao falar sobre os índices de violência nas escolas, ele relacionou aos problemas mentais, tendo como base um dado da Organização Mundial da Saúde (OMS), e disse: “significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso”.

A fala repercutiu negativamente, e famosos chegaram a se pronunciar comentando a fala do petista. O Presidente da República se desculpou publicamente e declarou que está disposto a aprender.

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As críticas fizeram crescer o debate sobre o capacitismo, o preconceito contra pessoas com deficiência, seja física ou mental. Esse preconceito não está apenas na exclusão social, mas também no vocabulário, e o LeiaJá reuniu algumas expressões que devem deixar de ser usadas para evitar que esse tipo de situação se repita no cotidiano. Confira:

 

“Dar uma de João sem braço”

Por que é capacitista: No linguajar comum, as pessoas costumam utilizar a expressão para falar de alguém que não quer fazer as tarefas, como se o fato de não ter braço fosse um impedimento, ou um traço de comportamento, ao se referir a uma pessoa preguiçosa. No entanto, pessoas que não têm um membro não devem ser consideradas preguiçosas. 

O que dizer: "preguiçoso", "está sem vontade".

 

“Dar uma mancada”

Por que é capacitista: Relacionar o ato de mancar com um erro ou uma falha pode soar ofensivo para as pessoas que realmente andam com alguma dificuldade.

O que dizer: "errou", "não acertou".

 

“Está cego?” ou “está surdo?”

Por que é capacitista: Quando se usa essa expressão, as pessoas se referem a quem não está prestando atenção em algo, mas ser cego ou surdo não é sinal de desatenção. 

O que dizer: "você não prestou atenção no que eu disse?", "você não está vendo o que eu estou mostrando?"

 

“Fingir demência”

Por que é capacitista: As pessoas diagnosticadas com demência sofrem de uma disfunção em algumas partes do cérebro, afetando a memória ou o discernimento. Quando alguém se finge de desentendido não se deve relacionar à demência, por ser ofensivo para esse grupo de pessoas.

O que dizer: "fingir desatenção".

 

“Retardado”

Por que é capacitista: A explicação anterior também se aplica ao termo “retardado”, quando alguém comete um erro, ou demora para entender alguma coisa. As pessoas que têm algum retardo mental não estão erradas, e não podem ser colocadas em uma posição inferior apenas por sua condição. 

O que dizer: Por se tratar de um termo perjorativo, não existe no senso comum uma palavra equivalente que não seja ofensiva. Nesse caso, é simplesmente preferível que nada seja dito.

 

“Ceguinho/Mudinho”

Por que é capacitista: O uso do diminutivo pode soar como uma diminuição da qualidade da pessoa pela deficiência que ela tem. As pessoas com deficiência visual e os surdos não oralizados não devem ser tratadas como “inferiores” apenas por esse traço.

O que dizer: Semelhante ao exemplo anterior, não existe um equivalente menos ofensivo para essas expressões, tendo em vista que elas são empregadas como forma de diminuir outra pessoa. O ideal é não falar nada.

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