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O filho de 6 anos de Luciana Cardoso, que morreu depois de ser atropelada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Salvador (BA), presenciou a morte da mãe. O atropelamento aconteceu na noite de sábado (4), e o corpo de Luciana foi enterrado nesta terça-feira (7). 

O caso ocorreu na Avenida Octávio Mangabeira, na Orla da Boca do Rio. Luciana havia atravessado a rua para comprar açaí para o filho mais novo, quando foi atropelada. O menino viu a mãe ser atingida pela ambulância que, segundo relatos da família, estava em alta velocidade.

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"Minha mãe realmente viu que a velocidade da ambulância foi totalmente inesperada, não deu para acreditar o porquê eles estavam assim. A ambulância estava vazia, a vis estava vazia. A minha mãe atravessou normalmente e, na hora da volta, a vis também estava vazia", relatou o filho mais velho da vítima, Luan Cardoso. 

Luan disse ainda que a mãe voou quando foi atingida pelo veículo em alta velocidade, "foi na hora que meu irmão pequeno, de 6 anos, viu. A minha irmã tampou o rosto dele, eles estavam no terraço esperando o açaí". 

O jovem se surpreendeu ao chegar à delegacia para registrar o boletim de ocorrência e se deparar com o documento já pronto, constando que a mãe teria problemas mentais. "A gente foi na 9ª delegacia da Boca do Rio para fazer a ocorrência. Só que eles falaram que a ocorrência já tinha sido feita. Estavam dando a minha mãe como maluca. Disseram que ela se jogou, que estava tentando se matar", informou. 

Por sua vez, a Polícia Civil não comentou a versão da família. Declarou apenas que os depoimentos de testemunhas serão colhidos e os laudos periciais vão ajudar a entender o que causou o acidente. O coordenador de urgência e emergência do Samu, Ivan Paiva, também afirmou não ter conhecimento sobre isso. "Para nós não chegou essa informação de que havia esse detalhe de problemas de saúde mental. A única coisa que chegou ao nosso conhecimento é que o condutor trafegava, quando uma pessoa se projetou - não sei se ela não percebeu, se ela olhou para um lado e atravessou uma parte da via. Aí somente os órgãos responsáveis pela apuração dos fatos para dizer", defendeu. 

"A gente terminou sendo envolvido em um acidente e é óbvio que estamos apurando as responsabilidades para que, se houver alguma responsabilidade, a gente possa apurar e tomar as medidas legais com os envolvidos", complementou. 

Ele garantiu que a família receberá acolhimento e assistência por causa do trauma gerado pelo atropelamento. "A nossa equipe de serviço social está também já acionada para pegar os contatos da família para que a gente possa fazer o acolhimento e prestar assistência em um momento tão trágico e traumático para todos os envolvidos no acidente". 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que a situação ocorreu quando a ambulância se deslocava para um atendimento de emergência médica na região. A equipe de socorristas chegou a prestar atendimento à vítima e uma segunda ambulância, com suporte avançado, também foi encaminhada ao local para prestar assistência, mas Luciana não resistiu. A pasta lamentou o fato. 

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