Há 37 anos que a “irresponsabilidade” acontece no bairro de Água fria, Zona Norte do Recife. Tudo começou com um grupo de foliões que não se contentava com os quatro dias oficiais do Carnaval. Agora, o grupo se tornou gigante e anima uma multidão que não quer dar adeus à folia de Momo. Na frente da sede do clube os Irresponsáveis, que fica na Rua da Regeneração, pontualmente às 13h, uma frevioca anuncia: o Carnaval ainda não acabou. Nesta quarta-feira (6), quem foi curtir o bloco vai poder ouvir maracatu, caboclinho, brega, funk e, claro, o frevo. Um dos fundadores do bloco, Gerson Cavalcanti, afirma: “ser irresponsável é pra quem pode”. A foliã Elza de Machado, 60 anos, viu os Irresponsáveis nascer, mas não imaginava que um dia aquela reunião de amigos pudesse tomar a proporção que tomou. “Eram poucas pessoas que brincavam. Eu acho que, assim como eu, ninguém imaginou que 37 anos depois tanta gente iria entrar na onda e curtir esse bloco que foi fundado em 1983”, revela. A originalidade impera no Bloco Irresponsáveis Nos irresponsáveis tem espaço para tudo, até para o campeão da originalidade do baile de máscaras Balmasqué. Rodrigo Otávio, oito anos, pela primeira vez é destaque do bloco. No percurso de três quilômetros e embaixo do sol forte, o pequeno em participar da folia. “ Eu me sinto muito feliz. Essa é a primeira vez, mas eu quero voltar todo ano”, revela Rodrigo. Contando com 10 trios, este ano o bloco Irresponsáveis desfilará pela Rua do Machado e encerrará na Largo de Água Fria. Entre as atrações estão a banda Luará, Diego Cabral e Asas da América.