Tópicos | Pássaros Urbanos

Ele vem com sede, meia década depois de seu mais recente trabalho. Fagner, 64 anos, 40 de carreira, 37 discos lançados e com uma obra de caminhos moldáveis ao tempo desde o indie ‘Manera Fru Fru Manera’, de 1973, faz seu retorno em duas frentes quase simultâneas. Nesta sexta-feira, 10, e sábado, 11, leva ao Teatro Bradesco o show do álbum ‘Pássaros Urbanos’. E em breve deve anunciar uma turnê que fará ao lado de Zé Ramalho para lançar o projeto que registraram juntos, em julho, na casa Net Rio. Um disco e um DVD produzidos por Robertinho do Recife só com sucessos dos dois.

Um projeto nada tem a ver com o outro, pode-se dizer que são até antagônicos. ‘Pássaros Urbanos’ é o presente de Fagner. Um disco de sonoridade grande e espaçosa, de violões de aço, guitarras e teclas, poético e com um apuro de arranjos que o coloca entre os melhores de sua discografia graças a pelo menos cinco ou seis faixas.

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Tem produção de Michael Sullivan, próximo ao cearense desde que o fez um nome para as massas com ‘Deslizes’, em 1987. Curioso, já que o próprio Fagner é também um produtor com visão de mercado, descobridor e cérebro no lançamento do conterrâneo cantor de bregas assumidos Falcão. "Ter uma outra visão é importante. Chega um momento em que o autor começa a se cansar das músicas de tanto repeti-las, e a não ter mais discernimento do que está bom", conta ao jornal O Estado de S.Paulo.

Claro que seus shows terão flashbacks com ‘Canteiros’, ‘Deslizes’ e ‘Borbulhas de Amor’, reafirmando seus poderes. Mas, se as noites fossem apenas para mostrar novas canções, como a magnífica ‘Versos Ardentes’, a michaelsulliviana ‘Tanto Faz’ e ‘Se o Amor Vier’, já seriam suficientes para o fã do Fagner pós anos 70. Os que ainda têm como referência as estéticas de ‘Mucuripe’, ‘Penas do Tiê’ e ‘Último Pau de Arara’, que também devem ser lembradas, jamais saciarão suas expectativas. Há muito que Fagner fez sua opção pelas rádios.

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