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O senador Fernando Collor (PTB-AL) anunciou nesta terça-feira que vai entrar com mais uma representação no Senado contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Em pronunciamento feito da tribuna da Casa, Fernando Collor chamou de "escancaradamente dirigido" uma licitação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a compra de 1,2 mil tablets, ao custo de R$ 3 milhões. A aquisição, segundo o senador, ocorreu no último dia do ano passado, às 16 horas.

Na concorrência pública, a Procuradoria escolheu modelos "IPad 3". "Imagine o que o Ministério Público faria se o fato tivesse ocorrido no âmbito do Executivo, do Legislativo ou de uma prefeitura?", questionou Collor, que também classificou a licitação de "absolutamente irresponsável" e ocorrida "rigorosamente no apagar das luzes do órgão".

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O senador do PTB disse que esta é a terceira representação que move, no Senado, contra o procurador-geral. Collor moveu outras ações contra Gurgel no Conselho Nacional do Ministério Público. Ele tem questionado a atuação do chefe do Ministério Público Federal desde a CPI do Cachoeira, na qual acusou Gurgel de não levar adiante investigações que supostamente envolviam o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da PGR informou que a opção de indicar uma marca de tablet é "admissível" pela Lei de Licitações. O órgão esclareceu que o processo de compra foi referendado pela área de tecnologia da informação do MPF e seguiu os princípios recomendados pela lei e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Durante todo o processo licitatório não foi registrado qualquer pedido de esclarecimento ou impugnação. O certame teve ampla competitividade, contando com mais de 20 participantes", afirmou o órgão, ao ressaltar que o próprio TCU tem se manifestado pela "possibilidade excepcional de indicação de marca em licitações".

Durante o discurso, Fernando Collor teceu várias críticas sobre a atuação de Gurgel. Ele chamou de "preocupante" a iniciativa do procurador-geral de enviar para a primeira instância as acusações feitas pelo empresário Marcos Valério de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se envolveu no mensalão. Questionou ainda duas "tentativas frustradas" do chefe do MPF: o pedido de prisão dos condenados no mensalão durante o recesso forense e a denúncia criminal contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) uma semana antes de ele voltar ao comando do Congresso.

"Mais grave ainda foi a flagrante, a tentativa indisfarçável e vil do procurador-geral de interferir no processo eleitoral interno do Senado Federal, ao apresentar denúncia ao Supremo Tribunal contra um senador da República uma semana antes do pleito da nova direção desta Casa. E pior: depois de quase dois anos com o processo estrategicamente estagnado em sua poltrona", afirmou Collor, que também criticou a atuação de Gurgel na sexta-feira passada, durante a eleição da nova Mesa Diretora. Para o petebista, a escolha de Renan Calheiros foi uma "cabal demonstração de que o Senado não se curva aos meios, muito menos ao procurador-geral, um ímprobo, prevaricador, chantagista e contumaz praticante de ilícitos administrativos e crimes de responsabilidade".

Procurado pela Agência Estado ao final do pronunciamento para comentar a nova representação, Collor deixou o plenário sem falar com a reportagem.

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, nesta segunda-feira (2), a investigação de improbidade administrativa contra o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o episódio que envolve a Casa da Moeda. A decisão de suspender a investigação é por tempo indeterminado, até que o STF defina quem ficará responsável pela apuração do caso.

Sobre a determinação, a Procuradoria Geral da República (PRG) divulgou nota a imprensa na noite desta segunda-feira, em que afirma: “O fato é que não houve ainda um só ato que se traduzisse em investigação do Ministro Guido Mantega e, em cumprimento à liminar do Supremo Tribunal Federal, os autos retornarão ao gabinete do Procurador-Geral da República”.

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O então presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, foi exonerado no dia 28 de fevereiro por supostamente ter recebido o equivalente a US$ 25 milhões em propina e ter enviado dinheiro a duas empresas que abriu no exterior em seu nome e de sua filha, Ana Gabriela.

Leia a nota do PRG, na íntegra.

"Em cumprimento à liminar do STF, os autos que estavam na PR/DF voltarão à PGR

Em face de representação contra o Ministro Guido Mantega, envolvendo questão relativa à Casa da Moeda, o Procurador-Geral da República determinou que o procedimento fosse encaminhado à Procuradoria da República no Distrito Federal, o que ocorreu em 16 de março último.

A Advocacia Geral da União impetrou mandado de segurança contra essa decisão, obtendo liminar para sustar a remessa do feito, sendo que o mandado respectivo foi cumprido em 27 de março.

Nessa mesma data, e sem ter ciência da liminar, o procurador da República no Distrito Federal Júlio Carlos Schwonke de Castro Júnior, a quem os autos foram distribuídos, baixou uma portaria instaurando procedimento de investigação, e que só veio a ser publicada em 29 de março seguinte.

O fato é que não houve ainda um só ato que se traduzisse em investigação do Ministro Guido Mantega e, em cumprimento à liminar do Supremo Tribunal Federal, os autos retornarão ao gabinete do Procurador-Geral da República.

Secretaria de Comunicação
Procuradoria Geral da República"

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