O advogado Carlos Andrade Lima (PSL) foi o entrevistado do LeiaJá na sabatina desta quinta-feira (24), às 13h. Filiado ao partido em abril deste ano, o candidato à Prefeitura do Recife enfrenta a disputa eleitoral sem coligação, em uma chapa “puro sangue”, ao lado da sua candidata a vice-prefeita, Rosaly Almeida (PSL).
Dentre as propostas que traz para o Recife, com o seu “DNA liberalista”, estão intervenções na educação, como a ampliação e revitalização de creches, o voucher para as famílias mais vulneráveis e acesso amplo à internet. O novo político mencionou ainda querer mudar o plano municipal de educação.
##RECOMENDA##Diferentemente dos demais candidatos à Prefeitura do Recife, Carlos não tem as escolas integrais como promessa de campanha. Apesar de não se opor à ideia, fala que é impossível implementá-las em primeiro plano, e que prometer isso é ter “um discurso demagogo”. Em contraproposta, fala em instaurar aulas de reforço em horários opostos às aulas regulares, e distribuir tablets aos alunos, projeto interrompido pelo atual governo.
Na proposta de “internet para todos”, falou que garantirá o acesso de conexão aos alunos, para diminuir os riscos de abandono e não absorção do conteúdo. O candidato comparou o serviço aos de água e luz, tratando-o como “essencial”.
Quanto ao atual plano de educação da cidade, comentou que o considera desigual e fruto da velha política, e que sua primeira mudança será alterar os parâmetros de alfabetização dos alunos. “O plano municipal da educação determina que a criança só precisa sair alfabetizada no terceiro ano do ensino fundamental, enquanto a criança da rede privada sai alfabetizada no primeiro ano do ensino fundamental. Não há igualdade de armas para lutar. A criança da rede municipal vai ser sempre inferiorizada em relação à da rede privada?”, questionou.
Um segundo voucher foi proposto, o “voucher educação”, que consistiria em analisar as escolas da rede municipal e reajustá-las de acordo com o desempenho. Segundo Carlos, aquelas que tiverem o pior índice no IDEB serão provisoriamente fechadas, e os alunos realocados para a rede privada, com o auxílio do voucher. Enquanto a escola está desativada, professores e funcionários passarão por requalificação. Um comitê externo seria responsável por analisar a aptidão ao retorno.
Como outros candidatos, Lima se coloca em defesa da reforma administrativa e de enxugar a máquina pública, mas ainda não sabe quantos serão os gabinetes no seu apoio. “Vejo alguns candidatos dizendo que vão cortar 50%, 30% (dos cargos comissionados), e isso é um discurso perigoso, demagogo. Eu vou cortar os cargos comissionados, é óbvio, mas o quanto, só saberei ao sentar naquela cadeira. É impossível dizer antes disso. Pode ser que a sua promessa cause um colapso na prefeitura. Então, eu não vou me preocupar com isso”, explicou.
Na segurança pública, o candidato falou sobre investir em parcerias público-privadas efetivas, que colaborem com a iluminação pública da cidade, principalmente em regiões comerciais e que sofrem com menor circulação de pessoas em certos horários do dia. Também falou sobre a utilização de drones, câmeras e reconhecimento facial em pontos das ruas e avenidas, e disse que é uma tecnologia já disponível e possível.
Sobre a gestão Geraldo Júlio, ao contrário dos demais candidatos, limitou-se a comentá-los entre “muitos erros e alguns acertos”. Também respondeu que não se considera o candidato de Jair Bolsonaro, do mesmo partido, aqui em Pernambuco, e que isso não é uma escolha dos prefeituráveis locais.
Carlos Andrade Lima, que nunca ocupou um cargo público, reconhece que a sua carreira política é muito recente e se mostra confiante por já se ver nas pesquisas, mesmo que com um percentual baixo (0,3%). Para saber de todas as propostas do candidato, assista à entrevista completa, no canal do LeiaJá no YouTube: