Estudantes da graduação de algumas universidades no País poderão estudar disciplinas em outra instituição. A iniciativa é da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que lançou, em janeiro de 2021, como projeto piloto, o Programa de Mobilidade Virtual em Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Promover), reunindo, atualmente 12 universidades federais.
O edital do projeto está previsto para ser publicado no dia 6 de maio, e as inscrições serão até o dia 12 do mesmo mês. Também serão passados detalhes das universidades participantes, assim como número de vagas, cursos e disciplinas. As atividades terão início nos meses de maio a julho.
##RECOMENDA##O processo de cadastro será feito por meio de uma plataforma única organizada pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), uma das instituições participantes da parceria. Um dos critérios que as universidades poderão seguir para selecionar os estudantes é o tempo que falta para a conclusão do curso dos graduandos. As informações são da pró-reitora de Graduação, Cláudia Gontijo, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), outra instituição de ensino superior envolvida no convênio.
Claúdia ainda explica como será feito o processo de matrícula dos estudantes. “Faremos a matrícula dos estudantes de fora como estudante especial. O mesmo vai acontecer lá, nossos alunos serão matriculados como estudante especial nas outras instituições, seguindo o mesmo critério”, esclarece a pró-reitora, conforme assessoria de comunicação.
Ela orienta que os interessados consultem a coordenação do curso antes de se inscrever para verificar. “Isso é importante porque, depois, os alunos terão que solicitar o aproveitamento da disciplina. O aproveitamento não é automático e o coordenador vai orientá-lo sobre qual disciplina é apropriada e qual disciplina, no futuro, poderá ser aproveitada”, destaca.
Para o reitor da Universidade de Goiás (UFG), e presidente da Andifes, Edward Madureira, o programa traz um diferencial para as modalidades conhecidas do ensino superior. “Eu vejo o Promover Andifes como um elemento estruturante na criação de um Sistema Nacional de Educação Superior no Brasil. Imagine nós termos estudantes circulando pelo país de maneira virtual, trocando experiências, professores colaborando na oferta de disciplinas. A riqueza dessa interação nacional certamente vai trazer também para os estudantes uma percepção muito maior da dimensão da graduação, das dificuldades, das possibilidades, do potencial do nosso país”, ele afirma.
Madureira ainda analisa que a pandemia do novo coronavírus foi uma das causas para o projeto ter sido lançado. “Sem dúvida nenhuma, o programa é um legado dessa pandemia, que nos trouxe tanta tristeza e tantos aspectos negativos. Mas esse mesmo cenário negativo nos obrigou a recorrermos a tecnologias que já existiam, mas que, de alguma forma, resistíamos em utilizar. Houve, sim, influência da necessidade de nos reinventarmos e estimularmos a nossa criatividade, unida ao compromisso de darmos continuidade ao trabalho que realizamos com muita qualidade e responsabilidade”, finaliza o reitor.