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Em janeiro de 2020, o Governo Federal promoveu Gutemberg Nader de Almeida Júnior, servidor que havia ingressado na Polícia Rodoviária Federal por meio de concurso em 2016, a substituto do chefe da divisão de trabalhos da corporação. Em 20 de abril de 1997, Gutemberg foi um dos cinco jovens que queimaram vivo o indígena pataxó Galdino Jesus dos Santos, que dormia em uma rua no bairro do Plano Piloto, em Brasília. As informações são do jornal Brasil de Fato.

Gutemberg ocupou o cargo de chefia da Divisão de Testes, Qualidade e Implantação por 11 meses, com direito a gratificações mensais de cerca de R$ 2 mil. Os adicionais foram somados a seu salário bruto, de mais de R$ 9 mil. Segundo o jornal, a portaria com a promoção do servidor foi assinada por André Luiz Marçal da Silva, coordenador de Recursos Humanos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, então chefiado por Sérgio Moro. O comando da PRF era de Adriano Marcos Furtado, sendo assumido por Eduardo Aggio de Sá apenas em maio de 2020.

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A dispensa de Gutemberg só aconteceu em dezembro, quando foi assinada por Silvia Regina Barros, atual diretora de Gestão de Pessoal da corporação. As informações constam no Diário Oficial da União.

Pena

Gutemberg era o único menor de idade entre os cinco condenados pela morte de Galdino, tendo sido libertado em 12 de setembro de 1997, por decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Durante uma sessão secreta, os desembargadores trocaram a internação de três anos por liberdade assistida. Segundo a legislação brasileira, quando o condenado atinge a maioridade o crime praticado na adolescencência deve ser apagado.

Os outros quatro assassinos de Galdino- Tomás Oliveira de Almeida, Max Rogério Alves, Eron Chaves Oliveira e Antônio Novely Cardoso Vilanova- foram condenados, em 2001, a 14 anos de prisão em  regime fechado por homicídio doloso. Em 2004 nenhum deles seguia preso. Atualmente, todos os condenados pelo crime trabalham em órgãos públicos com altos salários.

O irmão mais velho de Gutemberg, Tomás Oliveira de Almeida, por exemplo, é servidor do Senado Federal, onde atua na  Coordenação de Comissões Permanentes. Segundo o Portal da Transparência, seu salário bruto é de R$ 21.476,11, somado a uma gratificação de R$ 5.763,32 por ocupar um cargo comissionado.

Confira onde atuam os demais condenados pela morte de Galdino:

-Eron Chaves de Oliveira é agente de trânsito no Detran-DF, com salário de R$ 15.699, 20 brutos;

-Antônio Novély Vilanova é fisioterapeuta da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e recebe salário mensal de R$ 15.196,46 brutos;

-Max Rogério Alves é servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, onde trabalha como analista judiciário da Corte Distrital. Seu salário é de cerca de R$ 16.091,40.

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