O Ministério da Saúde irá financiar mais 1.623 bolsas de residência médica em 2013, o que representa um crescimento 129% em relação as 500 vagas oferecidas neste ano. Também foram anunciadas, nesta segunda-feira (23), outras 1.270 bolsas de residência multiprofissional.
A iniciativa integra o Programa Nacional de Apoio à Formação de Especialistas em Áreas Estratégicas (Pró-Residência), que alia a formação de especialistas com as carências do Sistema Único de Saúde (SUS). "Desde 2011, assumimos uma posição de protagonismo, porque entendemos que investir na formação dos profissionais é uma das formas de garantir um atendimento de qualidade à população", frisou o ministro da Saúdem Alexandre Padilha. Segundo ele, a ação também é importante porque descentraliza a residência médica, antes concentrada na região Sudeste, e leva os profissionais para várias regiões.
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Ao todo, serão investidos R$ 82,7 milhões em 2013, sendo R$ 46,4 milhões para bolsas de residência médica e R$ 36,3 milhões para a multiprofissional. Cada bolsa é de R$ 2.861,79.
Ao todo, 20 especialidades foram contempladas com as bolsas de residência médicas. Entre elas estão clínica médica (343), cirurgia geral (245), pediatria (211), obstetrícia e ginecologia (124) e medicina da família e comunidade (116). De acordo com o secretário de Gestão Estratégica do Ministério da Saúde, Mozart Sales, essas são áreas estão entre as que apresentam maior carência de profissionais. Entre as bolsas de residência multiprofissional, as principais áreas de atuação são saúde da família (328 bolsas), saúde mental (157), atenção cirúrgica especializada (144) e atenção ao câncer (113).
A meta do Pró-Residência é oferecer 4.000 vagas de residência médica e 3.200 de multiprofissional até 2014. A iniciativa será complementada com a capacitação de supervisores (preceptores) e com a disponibilização de R$ 80 milhões para serem investidos na infraestrutura dos hospitais e das Unidades Básicas de Saúde que expandirem o quadro de residentes. O programa também prevê a formação de 1.111 novos docentes para qualificação de profissionais na área de saúde, através do investimento de R$ 18,4 milhões.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, o Brasil possui mais de 196 mil médicos, com 1,8 profissionais para cada mil habitantes, taxa inferior a países como Venezuela (1,9), Argentina (3,2) e Uruguai (3,7). No topo deste ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS) estão Cuba (6,7), Espanha (4,0) e Portugal (3,9).
Considerando a quantidade de médicos para mil habitantes de cada região, o Sudeste tem a melhor taxa (2,49), seguido do Sul (1,9), Centro-Oeste (1,77), Nordeste (1,09) e Norte (0,9).