Tópicos | Rua do Aragão

Vagas para estacionar, lojas vazias, vendedores nas portas à espera de clientes. Essa é a realidade da Rua do Aragão, um dos maiores polos moveleiros do Recife, localizado na área central da cidade. Com lojas de artigos luxuosos e de valores variados, a palavra ‘crise’ é um termo bastante falado entre os comerciantes, no entanto, a visão de como encarar essa fase difere entre eles.

Diante das poucas lojas fechadas na rua, a proprietária Priscila Moraes explicou que desde o começo do ano já se sente a queda na procura dos produtos. “Estamos vendendo três vezes menos do que vendíamos antes e estamos sentindo isso desde fevereiro. Já a partir de agosto, que é o período que mais faturamos, o movimento foi bem fraco. Em agosto ainda deu uma reagida, mas os demais meses foi um fracasso”, desabafa a comerciante. “Em um sábado de feriado, principalmente quando se comemora o dia do servidor público, nós vendemos de R$ 40 mil a R$ 50 mil e hoje, com esse movimento, se eu vender R$ 10 mil vai ser muito”, revela Priscila. A vendedora Fernanda Revoredo contou que durante a manhã deste sábado (31) não havia vendido nenhum produto e explicou que a maioria das pessoas não entra na loja para adquirir produtos. Os clientes apenas fazem pesquisa de preço. Priscila conta que já pensou em fechar a loja, pois o movimento inexiste, mas as despesas permanecem. No entanto, a opção foi o corte de pessoal: quatro pessoas foram demitidas.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

Já, por outro lado, nem todos os comerciantes estão desesperançosos diante da crise. Uma das lojas que destoa em movimento diante dos demais estabelecimento é um destabelecimento de móveis infantis. De acordo com o comerciante, Jacque Campelo, que possui três lojas no segmento moveleiro, a crise existe e seu movimento caiu em 20%, no entanto, ele acredita que o segredo é investir em ações como mídia e buscar ajuda de instituições para entender como atravessar essa fase. “O Sebrae nos visitou oferecendo consultoria e nós estamos seguindo o conselho do órgão, porque temos que encontrar alternativas para nos manter”, conta. O empresário relatou que esta é a única loja de móveis para bebês da Rua do Aragão e a procura por esses produtos é perene. Apesar de não reclamar muito da crise, Jacque fez dez demissões de funcionários neste ano.

Além dos comerciantes, os vendedores também buscam alternativas para manter seus empregos e a loja em pleno funcionamento. A vendedora Andréa da Paz conta que para atravessar esse período é necessário que haja esforço também por parte dos vendedores. “Os lojistas precisam fazer promoções, facilitar a compra para os clientes, dando desconto, dando opção de compra no boleto e no cartão em diversas parcelas. Além disso, o vendedor tem que fidelizar o cliente, pois, muitas vezes a compra não é feita no primeiro contato, então tem que dar atenção, até porque essas pessoas podem indicar a loja para outras pessoas”, explica. Ela também conta que a ação pós venda é um dos pontos importantes. “Eu sempre ligo para os clientes para saber se gostou do produto, se está tudo certo. Também faço contato com meus clientes pelo WhatsApp, que é mais cômodo para eles”, detalha. “A crise não me afetou, inclusive, desde o dia 27 eu já bati minha meta e, desde que eu cheguei aqui, há quatro meses, nunca deixei de alcançar a quantidade de vendas”, comemora Andréa.

De acordo com os vendedores da Rua do Aragão, os lojistas não estão discutindo a crise ou estratégias para atravessá-la. No entanto, cada um deles busca alternativas para enfrentar a diminuição da procura pelos produtos.    

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando