Durou 11 anos o grandioso painel de 454 esculturas de animais feitas em alumínio, inspiradas em pinturas rupestres, presas a uma encosta concretada, ao lado do Dique do Tororó, um dos principais cartões-postais de Salvador. A instalação, do artista plástico goiano Siron Franco, foi inaugurada como parte das comemorações pelos 454 anos da capital da Bahia, em 2002. As mais próximas do nível do dique foram as primeiras a sumir, antes de a obra completar um ano.
Aos poucos, de baixo para cima, todas foram furtadas. Durante a Copa das Confederações, que teve como sede na capital baiana a Itaipava Arena Fonte Nova, localizada do outro lado do dique, há menos de dois meses, ainda havia pouco mais de uma dezena de esculturas ali, no alto do morro. No fim de semana, o paredão apareceu, finalmente, vazio. "É inacreditável", reclamou o artista a uma rede de TV, ao ficar sabendo do desaparecimento da obra. De acordo com Franco, por causa da preocupação com possíveis furtos, as peças foram fixadas no local com parafusos de 40 centímetros, feitos de aço inoxidável.
##RECOMENDA##A prefeitura, ainda sem definir se vai restaurar a obra, prestou queixa na 1.ª Delegacia de Polícia, também localizada nas proximidades do dique. A suspeita é que as obras tenham sido furtadas por vendedores de metais a empresas de sucata para obter recursos, em geral para comprar drogas. Seria um crime semelhante a outros furtos urbanos mais frequentes, como de tampas de bueiros e de fios de cobre. Segundo a administração municipal, o prejuízo com furtos de cabos e outros equipamentos chega a R$ 3 milhões por ano, na cidade.