Tópicos | Sochi 2014

Doze dias. Foi esse o tempo que demorou até que a polêmica lei antigay russa fosse colocada em prática em Sochi, durante os Jogos Olímpicos de Inverno. Nesta segunda-feira, de acordo com as agências internacionais, foi detida a primeira pessoa por suposta apologia gay.

Trata-se do ativista transgênero italiano Vladimir Luxuria, um ex-deputado comunista que se tornou um defensor dos direitos dos transgêneros e personalidade da televisão italiana. Ele foi parado por quatro homens não identificados quando se dirigia a um jogo de hóquei sobre o gelo, dentro do Parque Olímpico, na costa de Sochi.

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Nascido Wladimiro Guadagno, Luxuria é uma figura conhecida na Itália. Deputado federal entre 2006 e 2008, é também ator de sucesso na televisão local, cantor e escritor. Ele foi detido quando caminhava pelo Parque Olímpico com uma bandeira com as cores do arco-íris e os dizeres: "Gay is OK" e "It's OK to be gay", em inglês e russo. Logicamente, provocava a lei que veta pune quem faça propaganda homossexual.

Quando foi levado para fora da área da Shayba Arena, avisava que "eu tenho ingressos". Por conta da fama, ele era acompanhado por diversos repórteres. O jornal italiano Gazzetta Dello Sport inclusive filmou o ativista sendo acompanhado até uma área restrita e colocado dentro de um carro aparentemente adesivado pela organização.

Pelo Twitter, amigos de Luxuria afirmaram que já falaram com ele e que o ativista foi liberado pela polícia. Um líder da comunidade gay italiana escreveu que recebeu um SMS do ativista: "Fui liberada e amanhã estarei de novo em Sochi". Presidente do "Gay Project" italiano, Imma Battaglia disse que recebeu a notícia da liberação de Luxuria pelo ministro do Exterior da Itália, Emma Bonino.

A Alemanha é cada vez mais líder do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. Num dia em que se acentuou a briga pela segunda posição (agora, são seis países com cinco medalhas de ouro), os alemães desgarraram no primeiro lugar ao vencer a disputa por equipes masculinas nos saltos de esqui, nesta segunda-feira (17).

Na disputa que fechou o dia, Andreas Wank, Marinus Kraus, Andreas Wellinger e Severin Freund atingiram até 94km/h nos seus saltos, permanecendo por mais de 130 metros no ar, para superarem os rivais austríacos, que faturaram a prata, e o Japão, que ficou com o bronze.

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Com mais essa medalha, a Alemanha chegou a oito de ouro, num aproveitamento altíssimo. Afinal, dos cinco primeiros do quadro, é quem tem menos medalhas (apenas 13). Os alemães ainda somam três de prata e duas de bronze.

Quem assumiu o segundo lugar no quadro nesta segunda-feira foi a Rússia, que chegou a cinco de ouro, se igualando a Holanda, Estados Unidos, Noruega, Suíça e Bielo-Rússia. A diferença vem no número de medalhas de prata: sete.

Os heróis dos donos da casa nesta segunda vieram do bobsled: Alexey Voevoda e Alexander Zubkov. A suíça faturou a prata e os Estados Unidos o bronze. Eliminada como última (30.ª) colocada após duas descidas, a Jamaica nem competiu nesta segunda-feira.

Os Estados Unidos também chegaram a cinco de ouro com uma vitória importante, na patinação artística em casais, com Meryl Davis e Charlie White. Nesta disputa, o Canadá fez prata e a Rússia bronze.

Mas a grande vencedora desta segunda-feira foi a Bielo-Rússia, que ganhou dois ouros. Com Darya Domracheva no baitlo de 12,5km e Anton Kushnir no esqui aéreo estilo livre. Agora os bielo-russos foram a cinco de ouro (seis no total). Estão à frente do Canadá, que tem total de 15, mas só quatro medalhas douradas.

Rússia e Estados Unidos lideram o quadro quando a contagem é pelo total de medalhas (18). A Holanda tem 17, contra 15 de Canadá e Noruega. Nessa medição, a Alemanha seria só a sexta colocada, com 13.

Em Sochi, assim como em boa parte do Brasil, a preocupação é com o excesso de calor. Não que os competidores e torcedores da Olimpíada de Inverno estejam lidando com recordes de temperatura, como por aqui, mas na Rússia o sol que apareceu novamente nesta quarta-feira já começa a colocar em dúvida a realização de provas na neve nos próximos dias.

Nesta tarde, a temperatura na montanha chegou a 11ºC na sombra e 15ºC no sol, enquanto na costa, onde acontecem as disputas de provas de gelo, como o curling e a patinação artística, os termômetros chegaram a apontar 16ºC na sombra. A preocupação é principalmente com o derretimento de neve, o que adiaria algumas provas.

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Diversos atletas já reclamaram, nesta quarta, que a neve natural está derretendo, sobrando apenas a neve mais antiga, que é mais dura. E isso deixa competições como a de esqui alpio mais lentas.

"Isso ainda é prematuro. Estive em algumas competições ontem (terça) e não me pareceu que seja uma dificuldade. Existe previsão de neve para o fim de semana e as temperaturas devem cair", disse Mark Adams, porta-voz do Comitê Olímpico Internacional, tentando amenizar a situação.

Já prevendo a falta de neve natural, a organização dos Jogos estocou cerca de 450 mil metros cúbicos de gelo. Segundo os organizadores, ainda não há planejamento para mover essa neve até os locais de competição.

Leandro Ribela é apenas o 1.590º colocado do ranking mundial do esqui cross country sprint. Ainda assim terminou a prova, desta terça-feira (11), nos Jogos Olímpicos de Sochi, na 80ª posição. O esquiador completou a fase classificatória na frente de outros cinco atletas - um chinês não chegou. Mesmo eliminado, uma vez que precisava ficar entre os 30 melhores, ele comemorou o resultado.

"Estou muito feliz com a minha prova. Meu objetivo era conseguir alcançar o máximo do meu esforço físico e mental durante a prova e eu consegui. Cheguei no meu limite. Na parte técnica fiz uma prova muito boa, dentro do que eu tinha planejado e psicologicamente estava muito focado. Então estou muito satisfeito com a minha participação na prova", comentou o atleta, de 33 anos, que é o líder do ranking latino-americano do sprint, superando rivais chilenos e argentinos, que têm mais facilidade de treinar na neve.

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Ribela, porém, ficou longe do seu recorde pessoal, que são os 225.13 pontos FIS que fez em Östersund (Suécia), em dezembro. Em Sochi, marcou 303.93 pontos - pelos critérios da Federação Internacional de Esqui, quanto mais próxima do zero a pontuação, melhor.

Outra brasileira que competiu no sprint foi Jaqueline Mourão. Em sua quinta Olimpíada, manteve a média. Completou na 65.ª colocação entre 67 atletas. Nas outras duas edições de Jogos de Inverno de que participou, na prova de 10km também do esqui cross country, foi 67.º em Turim/2006 e 66.ª em Vancouver/2010. Nessas oportunidades, porém, havia mais atletas inscritas (respectivamente 72 e 78).

"Foi uma prova muito desafiadora pra mim que sou uma atleta de longa distância. Mas como sou líder do ranking, tanto de velocidade quanto de longa distância, a gente decidiu por colocar o Brasil pela primeira vez em uma prova de velocidade. Foi bom, dei tudo o que pude e saio satisfeita", disse Jaqueline.

Em Sochi, nem Leandro nem Jaqueline disputarão a prova longa do esqui cross country estilo livre, da qual ambos participaram em Vancouver. Ele volta ainda nesta terça-feira para o Brasil. Ela ainda compete novamente no biatlo, na sexta-feira, na prova individual de 15km. Na estreia brasileira nos Jogos de Sochi, domingo, ela conseguiu apenas a 77.ª colocação entre as 84 participantes dos 7,5km do biatlo.

Depois de competir no biatlo sábado (8), modalidade que combina esqui cross country e tiro, Jaqueline Mourão já tem um novo desafio nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi nesta terça-feira. É que a brasileira vai participar das eliminatórias dos sprint do esqui cross country. No masculino, Leandro Ribela compete.

Se nas últimas duas edições de Jogos de Inverno Jaqueline competiu apenas na prova de 10km, em Sochi ela vai se arriscar no sprit, que seria o equivalente aos 100m no atletismo - mas com distância de pouco mais de 1km. Na etapa classificatória largam 67 atletas com intervalo de 15s entre elas. As trinta mais rápida vão à próxima fase. Depois são baterias de seis competidores em quartas, semifinal e final. Jaqueline será a 63ª a largar, às 8h15 (horário de Recife).

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"Essa será a minha prova mais desafiadora aqui em Sochi. Eu sou uma atleta de resistência, de longa distância, e esta é uma prova rápida. O Sprint é muito curto, então um segundo muda todo o resultado. Mas a tensão da primeira prova já passou e estou me sentindo bem", comenta Jaqueline, que ocupa a 581.ª colocação no ranking mundial.

No masculino, Leandro Ribela também estreia no sprint. Atleta olímpico nos 15km em Vancouver/2010, ele diz que evoluiu nesses quatro anos. Nesta terça-feira, vai ser o 82.º a largar, às 9h45, numa prova de 86 concorrentes, sendo que apenas quatro se classificaram com pior ranking que ele, o 1590.º do mundo - mas primeiro latino-americano.

"Evoluí bastante na parte técnica desde Vancouver. Neste ciclo, além do trabalho físico, nós fizemos um trabalho de ciências do esporte, com o uso da cinemática, buscando a eficiência dos movimentos. Também trabalhei a parte psicológica, para estar sempre focado e render o máximo na hora da prova. Então a minha meta para Sochi é conseguir colocar tudo o que eu trabalhei em diferentes áreas na hora da prova e atingir o meu limite físico e mental", afirma Ribela.

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