Tópicos | Sochi/2014

Se havia uma integrante da delegação brasileira de Sochi de quem se podia esperar um grande resultado, era de Isabel Clark. Mas a carioca decepcionou neste domingo no snowboard cross. Sofreu uma queda nas quartas de final e não conseguiu sequer avançar à bateria semifinal e repetir o melhor resultado do Brasil em Jogos Olímpicos de Inverno: o nono lugar que ela obteve em Turim/2006.

Isabel começou o dia sendo a 12.ª mais rápida da fase de classificação. Assim, passou como segunda cabeça de chave de sua bateria nas quartas de final, podendo escolher o melhor lado para largar. Mas ela acabou atrapalhada pela queda de uma atleta que vinha à frente, em segundo, e também caiu, não conseguindo passar à semifinal entre as três melhores da sua bateria.

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"Fiquei triste quando cai porque eu sabia que era possível passar para as semifinais e brigar para chegar à final. Eu estava me sentindo bem, estava contente com a minha adaptação e fiz bons treinos. Mas a pista estava bem exigente e aconteceram várias quedas. Eu me desconcentrei um pouco quando uma menina caiu na minha frente", comentou Isabel.

A carioca sabe porém, que, da mesma forma que confiava que quedas de rivais poderiam ajudá-la até a chegar a uma inédita final olímpica, corria o risco de ela também se acidentar. "Sei que representei bem o Brasil. Poderia ser melhor, mas o snowboard cross é assim mesmo, uma competição muito dura e imprevisível."

Isabel lamentou ter feito apenas dois treinos na pista de Sochi. Como avançou direto após a primeira etapa da etapa classificatória, não precisou descer pela segunda vez. Economizou energias, mas perdeu a chance de se adaptar melhor à pista. Depois, nas quartas de final, encerrou sua participação.

"Acabei ficando um pouco pra trás, mas estava me recuperando, ganhando velocidade e ultrapassando as outras atletas. No penúltimo salto, que é um salto grande com uma aterrissagem dura, perdi um pouco da concentração porque vi uma menina caindo na minha frente e acabei caindo também, infelizmente", explicou.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi conheceram neste sábado a sua primeira tragédia. A esquiadora russa Maria Komissarova sofreu um grave acidente treinando para a sua prova, de esqui estilo livre, foi levada imediatamente a um hospital para ser operada e, segundo oficiais russos, quebrou a coluna vertebral.

Assim que ocorreu o acidente, a Federação Russa de Esqui Estilo Livre emitiu comunicado revelando que Komissarova, de apenas 23 anos, sofreu um "sério" acidente, apesar de não conhecer a natureza da lesão. Após um rápido diagnóstico, os médicos decidiram por realizar a cirurgia no hospital recentemente construído perto da montanha, sem esperar sequer a transferência da atleta para Moscou.

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Apesar das inúmeras quedas registradas principalmente nas provas na neve (esqui e snowboard) em Sochi, este é o primeiro acidente grave durante esta edição dos Jogos de Inverno. Em Vancouver (Canadá), quatro anos atrás, o georgiano Nodar Kumaritashvili morreu durante um treino de luge.

A brasileira Lais Souza, ex-ginasta, sofreu um acidente treinando em Salt Lake City, nos Estados Unidos, enquanto aguardava a convocação para disputar os Jogos de Sochi. Ela teve uma lesão na vértebra cervical C3, segue internada nos EUA, agora em Miami, e ainda não mexe braços ou pernas.

A conta de medalhas de ouro dos Jogos de Sochi vai ter pelo menos uma a mais do que o previsto. A de pratas, por outro lado, terá uma a menos. Isso porque, nesta quarta-feira (12), um raríssimo empate definiu as vencedoras da prova feminina de downhill no esqui alpino. Tina Maze, da Eslovênia, e Dominique Gisin, da Suíça, dividiram o ouro.

As duas completaram a descida na Mountain Cluster no mesmo tempo: 1min41s57. Como no esqui alpino as atletas competem individualmente, descendo uma por vez, não existe o recurso do photofinish. Diferente do luge/bobsled e das provas da patinação em velocidade, não há a a contagem do tempo em milésimos de segundo.

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Como duas atletas ganharam o ouro, não houve a distribuição de medalha de prata. A terceira colocada ficou com o bronze: a suíça Lara Gut, que completou 10 centésimos de segundo depois que as campeãs.

Esta é a primeira vez que uma prova de esqui alpino - uma das modalidades mais tradicionais da neve - tem um empate em Jogos Olímpicos de Inverno. O último empate havia sido no Super G masculino de Nagano/1998, pela prata. Entre mulheres, não havia divisão de medalhas desde Albertville/1992, também no segundo lugar.

Depois de três dias de competição em Sochi, só dá Holanda na patinação de velocidade. Nesta segunda-feira (10), os europeus fizeram ouro, prata e bronze na prova masculina de 500 m. Na segunda, também entre os homens, os holandeses já haviam ocupado sozinhos o pódio dos 5.000m. No sábado, Irene Wust ganhou nos 3.000m no feminino.

Nesta terça, o ouro ficou com Michel Mulder, que venceu por insignificantes 12 milésimos o compatriota Jan Meekens. Em terceiro completou o pódio Ronald Mulder, irmão gêmeo do campeão. Vale lembrar que, no domingo, duas irmãs canadenses fizeram ouro e prata no moguls feminino.

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A prova masculina, aliás, foi nesta terça-feira. E de novo deu Canadá nos dois lugares mais altos do pódio. Ouro para Alex Bilodeau, agora bicampeão olímpico, e prata para Mikael Kingsbury nesta prova que combina descida em pista ondulada e saltos acrobáticos (o vencedor é definido pela soma de notas e tempo). O bronze ficou com o russo Alexandr Smyshlayev.

No esqui alpino, a prova do dia foi o super combinado feminino, que mistura downhill e slalom. E a vitória foi para a alemã Maria Hoefl-Riesch, com prata para a austríaca Nicole Hosp e bronze para a norte-americana Julia Mancuso.

No short truck (patinação de velocidade em pista curta), o canadense Charles Hamelin levou a melhor na prova de 1.500m, deixando para trás o chinês Tianyu Han e o russo Victon An, respectivamente prata e bronze.

Já Martin Fourcade deu a primeira medalha de ouro à França em Sochi, na prova de perseguição de 12,5 quilômetros do biatlo. Ondrej Moravec (República Checa) e Jean Guillaume Beatrix (França) faturaram prata e bronze, respectivamente.

No quadro geral de medalhas a liderança é do Canadá, com sete medalhas, sendo três de ouro, três de prata e uma de bronze. A Holanda tem o mesmo total, mas só duas de prata - e duas de bronze. Com seis medalhas, a Rússia é sexta, porque só tem um ouro. Noruega, Estados Unidos e Alemanha estão, respectivamente, na terceira, quarta e quinta posições.

O primeiro dia dos Jogos Olímpicos de Inverno já foi de grandes momentos em Sochi. No esqui, duas irmãs canadenses foram ao pódio juntas, com ouro e prata. Na patinação, um pódio todo holandês logo na primeira final. Mas o grande destaque deste sábado veio do biatlo, com o norueguês Ole Einar Bjoerndalen se tornando o maior medalhista de todos os tempos.

No sprint, prova de 10km do biatlo (combinação de esqui cross country e tiro), Bjoerndalen errou um dos tiros mas venceu com o tempo de 24min33s5, seguido de Dominik Landertinger, da Áustria, e Joraslav Soukup, da República Checa.

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Assim, o norueguês agora tem 12 medalhas olímpicas, se igualando a Bjorn Dählie, seu compatriota, e ex-atleta do esqui cross country. Dählie, porém, tem oito de ouro, contra sete de Bjoerndalen.

A surpresa vem porque aos 40 anos, Bjoerndalen fez um ciclo olímpico ruim, sem ter ganhado nenhuma medalha em Mundiais (que são anuais) em provas individuais, terminando quase sempre longe do pódio. Ele não era campeão olímpico em provas individuais desde os Jogos de Salt Lake, em 2002. Como a Noruega é favorita ao ouro no revezamento, ele tem tudo para se tornar o maior da história.

Outro ouro para a Noruega neste sábado veio com Marit Bjorgen, no skiatlon, modalidade do esqui cross country que tem 7,5km de corrida no estilo clássico e a mesma distância no estilo livre. Assim, ela chegou à sua oitava medalha olímpica, à quarta de ouro. Se confirmar o favoritismo (venceu quatro provas no último Mundial da modalidade), vai se tornar a maior medalhista mulher da história.

IRMÃS - No esqui estilo livre também teve momento histórico, com as irmãs canadenses Justine e Chloe Dufour-Lapointe, uma de 19 e outra de 22 anos, faturando ouro e prata no moguls, prova que combina descida em pista ondulada e saltos. Mas a festa familiar não foi completa. A irmã mais velha, Maxime, de 24 anos, ficou na semifinal, em 12.º.

PÓDIO COMPLETO - Enorme favorito ao título, uma vez que é pentacampeão mundial, Sven Kramer venceu os 5.000m na primeira prova da patinação em velocidade, batendo o recorde mundial em 6min10s67. O pódio foi todo holandês, uma vez que ele teve a companhia de Jan Blokhuijsen e Jorrit Bergsma.

QUADRO DE MEDALHAS - A lista é liderada pela Noruega, único país que já passou das 100 medalhas na história dos Jogos de Inverno. Em Sochi, tem duas de ouro, uma de prata e outra de bronze. O Canadá vem em segundo, com uma de cada cor, empatado com a Holanda. Os Estados Unidos estão em quarto, com uma de ouro e uma de bronze.

Não bastasse toda a polêmica por conta da lei 'antigay' russa, que ameaça levar à prisão quem fizer propaganda homossexual, Sochi ganhou um problema de última hora na semana da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Muitos quartos de hotel que deveriam ter ficado pronto para receber torcedores simplesmente não estão em condições.

As reclamações já começaram por parte de familiares e amigos de atletas olímpicos que chegam aos hotéis construídos nas montanhas próximas a Sochi e encontram quartos ainda não acabados. Três hotéis credenciados para receber a imprensa também ainda não estão funcionando bem.

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Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o diretor executivo dos Jogos, Gilbert Felli, afirmou que todos os quartos serão entregues até quarta-feira à noite. Isso porque é esperada a chegada de milhares de pessoas na quinta-feira, véspera da cerimônia de abertura.

De acordo com Felli, muitos dos 41 mil quartos disponíveis para a Olimpíada de Inverno ainda não estão prontos, não foram limpos, ou não têm telefone ou televisão. "Isso não é uma catástrofe. As pessoas têm quarto, elas não estão sendo colocadas para a rua", disse o dirigente.

Jaqueline Mourão conseguiu mais um feito inédito para o esporte brasileiro. Nesta sexta-feira (24), a FIS (Federação Internacional de Esqui) confirmou que a atleta de 37 anos conseguiu a classificação para disputar o biatlo nos Jogos Olímpicos de Sochi (Rússia), em fevereiro. Assim, ela será a primeira brasileira a disputar três modalidades diferentes em olimpíadas.

"A felicidade é imensurável! Este foi o maior desafio na minha carreira esportiva e fico feliz demais que tudo tenha dado certo. Fiquei boba e meio sem reação quando fiquei sabendo. Logo começou um filme na minha cabeça de como foram estes últimos quatro anos em busca desta vaga", comemorou a atleta.

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Jaqueline esteve nas olimpíadas de verão de Atenas/2004 e em Pequim/2008 no mountain bike e nas de inverno em Turim/2006 e Vancouver/2010 no esqui cross country. Agora, em Sochi, disputará novamente o cross (o equivalente ao atletismo nos esportes de neve) e o biatlo (prova que intercala tiro e corrida de esqui).

"Eu sempre gostei de um desafio e adoro esporte. Felizmente tenho facilidade em aprender novos movimentos. Acho que tive muita sorte em poder dar continuidade a minha carreira esportiva depois do mountain bike, com saúde e, acima de tudo, dedicação. Sempre fui atenta aos detalhes e nunca deixei de acreditar", disse ela.

Apesar de ter no 18.º lugar de Atenas seu melhor resultado olímpico, Jaqueline Mourão escreve seu nome no esporte olímpico nacional como a mulher com mais participações em Jogos, ao lado de Fofão (vôlei) e Formiga (futebol), que também foram a cinco edições. Os recordistas gerais são Hugo Hoyama, Rodrigo Pessoa e Torben Grael, com seis.

Em Sochi, Jaqueline vai disputar três provas. No dia 9 ela participa do sprint (7,5km) no biatlo, dia 12 no sprint (1,2km) no esqui cross country e depois, dia 14, fecha sua participação no biatlo individual, de 15km.

"Esses quatro anos no biatlo foram uma montanha russa de emoções. É um esporte muito exigente e às vezes o tiro pode ter resultados positivos ou negativos, o que faz parte deste 'up and down'. Até para mim foi um aprendizado também, e estou feliz de chegarmos na reta final com a vaga olímpica inédita", comemora o técnico dela, Guido Visser.

Para o Brasil, a classificação de Jaqueline significa que, pela primeira vez, o País será representado nos Jogos de Inverno em seis modalidades distintas, sendo quatro na neve, também um recorde. A lista pode ser ampliada se Laís Souza e Josi Santos conseguirem a classificação no esqui freestyle. Elas são as primeiras (e únicas) na lista de espera.J

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