Os amantes da astronomia deram uma olhada no céu do Pacífico nesta quarta-feira (26) para ver uma excepcional "Super Lua vermelha", durante um espetacular eclipse lunar total.
O primeiro eclipse lunar total em dois anos coincidiu com o ponto mais próximo da Terra na órbita lunar, produzindo um espetáculo que só ocorre uma vez por década.
Qualquer pessoa que more entre a Austrália e a costa americana do Pacífico poderia ver uma enorme e brilhante lua se o céu estivesse limpo.
O evento ocorreu entre às 11h11 e 11h25 GMT (08h e 08h25 de Brasília), tarde da noite em Sydney e antes do amanhecer em Los Angeles, quando a lua estava completamente coberta pela sombra solar.
O fenômeno da lua escurecida e colorida ocorre quando, durante o eclipse, a Terra se interpõe entre a Lua e o Sol e até o satélite chegam os raios de luz que atravessaram tangencialmente a atmosfera terrestre.
Ao contrário de um eclipse solar, o eclipse lunar pode ser observado sem perigo algum para os olhos.
Este eclipse foi diferente porque ocorreu durante uma "Super Lua", quando o satélite se encontra a 360.000 quilômetros da Terra, o ponto mais próximo de sua órbita elíptica.
Nesse ponto, a Lua pode ser vista 30% mais brilhante e 14% maior do que quando se encontra distante, com uma diferença de distância de cerca de 50.000 km.
Em Sydney, onde a noite fria deixou uma visão nítida do evento, as pessoas se reuniram no porto para ter uma vista da Lua aparecendo sobre a Ópera.
"Na última vez foi uma Super Lua, no mês passado, e perdemos", conta Ken Loi, de 50 anos.
"Desta vez também aconteceu junto ao eclipse, então foi duplamente agradável e tive que vê-la antes que fosse tarde demais", acrescentou.
"Houve muito interesse", disse Andrew Jacobs, do Observatório Astronômico de Sydney, que organizou um evento com telescópios e cientistas para explicar o fenômeno.
A companhia aérea australiana Qantas realizou um voo especial de duas horas e meia, chamado de "Supermoon Scenic Flight", com direção para o leste por meio do Pacífico para oferecer uma vista espetacular do evento.
Em Hong Kong, no entanto, o céu estava parcialmente coberto por nuvens.
"Não é tão vermelha quanto eu pensava. Eu vi uma foto e a Lua estava realmente vermelha, mas agora não é tão vermelha", contou o estudante do ensino fundamental Chui Yiu-chun, que estava tentando vê-la do porto do cidade.
Jacobs tinha pesquisado anteriormente que a melhor observação seria na "Austrália, Nova Zelândia e grande parte do Pacífico. A Nova Guiné também teria uma boa visão".
"Os americanos conseguem ver o fenômeno ao nascer do sol, mas não podem necessariamente observar todas as partes do eclipse", ressalta.
"A Europa, a África e o Oriente Médio perderão completamente (a visão) desta vez", explicou.
A próxima "Super Lua vermelha" ocorrerá em 2033.